STF suspende sessão e julgamento sobre privatizações será retomado quinta-feira
DCI
05/06/2019
05/06/2019
Após quatro votos e um empate no plenário do
Supremo Tribunal Federal (STF), os ministros irão retomar nesta quinta-feira
(6) o julgamento que decidirá sobre a necessidade de aval do Congresso para a
venda de ações de empresas públicas, sociedades de economia mista ou de suas
subsidiárias sempre que se trate de alienar o controle acionário. Sete
ministros ainda precisam votar.
O plenário discute se mantém ou derruba uma
liminar concedida pelo ministro Ricardo Lewandowski em junho do ano passado,
que condicionou essas vendas a aprovação de lei pelo Congresso, assim como
exigiu que haja um processo licitatório nessas situações. Ao votar, Lewandowski
se posicionou para manter sua liminar, no que foi acompanhado pelo ministro
Edson Fachin.
Quem abriu a divergência foi o ministro
Alexandre de Moraes, para quem, em caso de venda ou perda de controle acionário
de subsidiárias de empresas públicas ou de sociedade de economia mista, não há
necessidade de autorização prévia do legislativo. O ministro também entende que
nesses casos é autorizado dispensar a licitação. Ele ressalvou, no entanto, que
a venda de uma estatal, ou seja, a "empresa-mãe", exige a autorização
do Congresso.
Quarto a votar, o ministro Luís Roberto Barroso
também se posicionou para derrubar a liminar de Lewandowski. Em seu voto, o
ministro defende que a alienação do controle acionário de subsidiárias não
precisa de autorização, e que a licitação pode ser dispensada quando há um
procedimento que propicie um cenário de competitividade. Barroso usou como
exemplo o processo de venda da Transportadora Associada de Gás (TAG) pela
Petrobras, que seguiu regras estipuladas pelo Tribunal de Contas da União. Na
visão de Barroso e de Moraes, esse processo já basta para a venda das
subsidiárias. Apesar de os dois ministros terem citado o caso da TAG, o
plenário ainda não está discutindo a venda desta empresa especificamente.
Primeiramente, o STF irá definir sua posição de forma genérica, por meio das
ações em que Lewandowski é relator; depois, será o momento de analisar a ação
relativa à TAG.TamanhoEm seu voto, Barroso defendeu que a redução do Estado,
feita através dos processos de desinvestimento que as estatais tentam fazer,
não afronta a Constituição, pelo contrário. Para o ministro, essa é uma forma
de o Poder Público ajustar seu tamanho ao que prevê a Constituição. Barroso
ainda afirmou ser necessário que a Corte "raramente" interfira em
questões econômicas tomadas por gestores públicos. O ministro disse também que
considera que o STF está fazendo um "debate político" disfarçado de
discussão jurídica, e criticou o que chamou de "fetiche" de colocar o
aparelho estatal como "protagonista de tudo".
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