Pastor evangélico
gerencia plano de saúde dos Correios na PB
VALOR ECONÔMICO
6/4/17
6/4/17
Os Correios acumulam R$ 4 bilhões de prejuízo nos dois últimos anos e o comando da estatal atribui boa parte da sangria à situação da Postal Saúde. Criada em 2014, ela ficou responsável pela gestão direta do plano de assistência médica de 117 mil empregados e seus déficits representam mais de 80% do rombo da empresa. A gravidade das contas é tamanha que o presidente dos Correios, Guilherme Campos, fez um alerta aos senadores em audiência pública na semana passada: o plano de saúde estava "matando" a companhia postal. No entanto, em vez de colocar administradores experientes em cargos de comando para sanear sua subsidiária, a estatal distribuiu chefias regionais para parlamentares da base governista. Na Paraíba, o deputado Rômulo Gouveia (PSD) é fiador do gerente regional da Postal Saúde, Inaldo Camelo, advogado e pastor evangélico, mas sem currículo na área. Sem formação superior, Geofrancio de Jesus Reis assumiu cargo semelhante em Sergipe, bancado pelo também deputado Mitidieri (PSD-SE). O ex-goleiro e hoje deputado Danrlei de Deus (PSD-RS) patrocinou a ida de Helena Soares - candidata a vereadora em Porto Alegre - para a gerência gaúcha do plano. O PPS, o PSDB e o PDT fizeram indicações para chefias regionais da Postal Saúde em Goiás, Rondônia e Pernambuco, respectivamente. Em todos os casos, foram nomeadas pessoas que não fazem parte do quadro de funcionários dos Correios. Segundo a diretoria da estatal, uma reformulação do convênio médico é urgente porque os empregados assumem só 7% das despesas médicas e hospitalares, enquanto a empresa arca com 93% dos gastos.
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