terça-feira, 29 de outubro de 2019


Correios confirmam fim de contrato com BB no Banco Postal

Valor
28/10/19

Os Correios e o Banco do Brasil não chegaram a um acordo sobre a renovação do contrato do Banco Postal. A parceria entre as estatais será encerrada em 15 de dezembro e a prestação do serviço será descontinuada, apurou o Valor. A informação foi confirmada pela empresa postal.

A partir desta data, a prestação de serviços básicos como saques, depósitos, pagamentos de contas e consultas serão feitos por meio do Balcão do Cidadão, em parceria com mais de uma instituição financeira. O próprio Banco do Brasil negocia adesão a este modelo de serviço.

Em 2018, o Banco Postal estava presente em 6.058 agências e teve receita de R$ 234,61 milhões. O número de agências que oferece o serviço à população caiu 60% entre desde o ano passado, totalizando 2.448 unidades. Entre os municípios sem serviços bancários, passou de 1.929 para 829.

No início do mês, o Valor mostrou que os dois lados estavam negociando a questão, mas que havia dificuldades. O Banco do Brasil queria evitar o pagamento de “luvas” pelo direito de operar o serviços, enquanto os Correios desejavam receber esse bônus para fechar a parceria com o banco estatal ou outra instituição.

O banco público discute os termos para aderir à proposta para prestar serviços bancários sem exclusividade com nenhuma instituição financeira. A ideia no BB é tentar manter operações por meio dos Correios em lugares de mais difícil acesso, em posição complementar à sua própria operação. Esse projeto de ampliar a prestação de serviços nas 6.248 agências espalhadas pelos 5.570 municípios surgiu na administração de Juarez Cunha, que comandou a estatal de remessas por sete meses e foi substituído por Floriano Peixoto junho deste ano.

Uma fonte disse à reportagem que a ideia de Cunha era aumentar a oferta de serviços para mostrar ao governo federal a importância dos Correios e evitar a privatização. Neste mês, um decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro incluiu a empresa no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), que fará estudos sobre a privatização.

Segundo a estatal, todas as unidades de atendimento dos Correios estarão disponíveis para a prestação do serviço no Balcão do Cidadão, que será formalizado por meio de contratos comerciais entre a empresa e as instituições financeiras. Por Alexandre Melo e Fabio Graner, Valor Econômico.

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