PDV dos Correios tem
5 mil adesões
Estadão
18/02/2017
18/02/2017
No último dia de adesão, o plano de demissão
voluntária (PDV) dos Correios
atingiu a marca de 5 mil inscrições. O balanço fechado só vai
ser divulgado na próxima semana, mas os desligamentos serão inferiores à meta
de 8,2 mil funcionários. Dessa forma, a economia com o PDV aos cofres da
empresa deve ficar em torno de R$ 500 milhões por ano – menor do que a
estimativa da empresa, de R$ 700 milhões a R$ 1 bilhão. “É um número
representativo, mas ainda não sei se é suficiente, precisa ser analisado”,
avaliou o presidente dos Correios, Guilherme Campos.
Para o representante dos trabalhadores no
conselho de administração dos Correios, Marcos César Alves Silva, o
desligamento de 5 mil funcionários de uma vez só é bastante significativo,
quase 5% da atual folha de pagamento. “A empresa acaba perdendo um capital
valioso, presente na experiência e no conhecimento dos que a deixam”, afirmou.
Segundo ele, a empresa está sem concurso desde 2011 e alguns dos que vão sair
são carteiros e atendentes, o que pode afetar o atendimento ao público.
O plano foi antecipado pelo Estado em
novembro de 2016 e tinha como público elegível 17,7 mil empregados. Os
trabalhadores tinham até o fim do dia desta sexta-feira para fazer a adesão. A
meta foi colocada pela empresa tendo em vista a média registrada nos últimos
planos. Puderam participar funcionários com tempo de serviço igual ou superior
a 15 anos e com idade maior ou igual a 55 anos.
Alguns funcionários disseram, sob a condição
de anonimato, que adesão foi menor porque o plano foi “mal vendido” e falta
confiança dos empregados na atual administração. Além disso, outra preocupação
é com o futuro do Postalis (fundo de pensão dos funcionários dos Correios), que
registra rombos seguidos desde 2012.
Para incentivar a adesão ao plano, a empresa
ofereceu uma indenização que pode chegar a até 35% do salário por, no máximo,
oito anos. A indenização – chamada de Incentivo Financeiro Diferido (IFD) –
será reajustada anualmente com base na inflação oficial. No caso de falecimento
do empregado, a indenização será mantida aos herdeiros.
O benefício tem teto de R$ 10 mil mensais e o
cálculo leva em consideração a média dos salários recebidos nos últimos 60
meses e o tempo de serviço nos Correios, além da idade.
A estatal, que tem o monopólio da entrega de
cartas pessoais e comerciais, cartões-postais e malotes e pouca concorrência em
cidades do interior, fechou 2016 com prejuízo em torno de R$ 2 bilhões, número
próximo ao de 2015. Trata-se do quarto ano consecutivo que os Correios fecham
no vermelho. Como mostrou o Estado, a empresa estuda fechar agências em todas
as regiões metropolitanas do País para economizar.
Mais de dez anos após ser o palco inaugural
do escândalo do mensalão, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT)
ainda sofre, segundo quem acompanha o dia a dia da companhia, as consequências
do aparelhamento político-partidário a que foi submetida nos últimos anos. As
informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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