Como fica o concurso Correios com fechamento de agências? Entenda!
Folha Dirigida
18/10/18
Na última terça-feira, 16, os Correios iniciaram
o fechamento de 41 agências em todo o país.
Segundo a empresa, a estratégia faz parte de um processo de remodelagem da rede
de
atendimento.
No entanto, quem deseja ingressar no quadro de funcionários da companhia se
pergunta: como fica o concurso para os Correios? FOLHA DIRIGIDA questionou
a empresa e traz os esclarecimentos sobre o assunto. Entenda!
Segundo os Correios, estão sendo encerradas as atividades de duas agências no
Rio de Janeiro, sendo elas no Tanque, em Jacarepaguá, e na Dias da Rocha,
em Copacabana.
Como alternativa
de atendimento, os clientes podem se dirigir às unidades da Taquara e AC
Copacabana,
respectivamente. Além delas: "Agências também serão encerradas nos
Estados do Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Piauí, Minas
Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Roraima, Rio Grande do Sul
e São Paulo", segundo os Correios.
No entanto, questionado sobre a situação dos funcionários das unidades
fechadas, os Correios Sexta-feira, 19 de outubro de 2018 informaram
que não haverá demissões. "Os funcionários serão realocados em outras
agências", informou a empresa.
O objetivo da ação, segundo os Correios, é otimizar e realocar os recursos
existentes, para colaborar com a sustentabilidade da empresa e nas
melhorias do atendimento aos cidadãos. "As unidades que estão sendo
desativadas ocupam imóveis alugados, estão sombreadas por outras próximas
e são deficitárias", afirmou a companhia.
Sobre o impacto para os clientes, os Correios informaram que as agências que
estão sendo fechadas porque possuem um número muito pequeno de
atendimentos por mês. Além disso, segundo a empresa, a intenção é
remodelar a rede e os serviços à população, ampliando os canais de
atendimento.
"Hoje temos cerca de 12 mil pontos. Até 2021, pretendemos ampliar essa
rede para 15 mil pontos", afirmaram os Correios.
Como fica o concurso Correios? Entenda!
Com o fechamento de agências e previsão de gerar 3 mil pontos de atendimento
até 2021, FOLHA DIRIGIDA questionou os Correios sobre a previsão de um
novo concurso público. Em resposta, a empresa informou que: "A
companhia está reavaliando o dimensionamento da força de trabalho e equalizando
as unidades, com efetivo deficitário e superavitário. Portanto, no momento
não há previsão de abertura de concurso público para quaisquer dos cargos
vigentes na empresa", afirmou.
Já em junho, o vice-presidente dos Correios, Cristiano Barata, participou de
uma audiência pública, na Câmara dos Deputados. Na ocasião, o
representante já havia afirmado que funcionários não seriam demitidos.
Mas, segundo ele, a ideia é abrir um novo Plano de Demissão Incentivada.
Ainda na reunião, o membro da Associação Nacional das Empresas de Comunicação
Segmentada, Edilson Nery, acusou a direção dos Correios de estar
sucateando a empresa, sem realizar concursos há sete anos, para poder
privatizar o serviço.
"Os carteiros estão fazendo dobra. As entregas acontecem de forma
alternada, e os clientes estão indo embora, porque não há qualidade na
entrega. Hoje a empresa está à mercê da vicepresidência financeira. É o
financeiro que diz o que tem de ser feito", declarou.
Demissões deverão ser justificadas
Em sessão solene realizada no último dia 10 de outubro, o Plenário do Supremo
Tribunal Federal decidiu reajustar a tese de repercussão geral fixada em
um Recurso Extraordinário colocado pelos Correios. No entendimento da
maioria dos ministros, a empresa deverá, agora, justificar formalmente as
demissões de seus empregados.
A assessoria jurídica da Federação Nacional dos Trabalhadores de Empresas de
Correios e Telégrafos (Fentect) definiu o julgamento como "uma
vitória maiúscula da categoria ecetista".
Para a entidade, a decisão possibilita que os funcionários desligados possam
contestar o seu afastamento.
Sindicato aponta déficit de 20 mil funcionários
Com o objetivo de evitar uma possível privatização dos Correios, os sindicatos
de reuniram, este ano, para reivindicar a realização de um novo concurso
público em breve. Em entrevista à FOLHA DIRIGIDA, em maio, o presidente do
Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Rio de Janeiro (Sintect-RJ),
Ronaldo Martins, falou na urgência pela seleção.
"Nós vamos debater o concurso, porque hoje nosso déficit de pessoal é
muito grande, causando uma sobrecarga no serviço, diminuindo a qualidade
na entrega e prejudicando os trabalhadores.
Sexta-feira, 19 de outubro de 2018
Há uma urgência, sim, na realização de um concurso público, já que temos um
déficit de quase 20 mil em todo o Brasil", afirmou.
As últimas medidas da empresa e a falta de concursos públicos geram impacto nas
atividades dos Correios. Em algumas cidades do país, as encomendas são
entregues com atrasos e, ocasionalmente, nem sequer chegam ao destino.
No entanto, em resposta à FOLHA DIRIGIDA nesta quinta-feira, 18, os Correios
afirmaram que o número de empregados hoje é suficiente, para que a empresa
possa atender, com eficiência e qualidade, as demandas dos seus clientes.
"A empresa estuda constantemente mecanismos de adequação da sua força de
trabalho, considerando a queda dos serviços de mensagens e o crescimento das encomendas,
ao mesmo tempo em que investe em novas tecnologias e na automação dos
processos operacionais".
Porém, em junho, trabalhadores reivindicaram ao governo aportes de recursos
para os Correios, a fim de fortalecer a estatal. O deputado Leonardo
Monteiro (PT-MG), coordenador da Frente Parlamentar em Defesa dos
Correios, defendeu a aprovação do projeto de lei que prevê o uso exclusivo
dos Correios por órgãos públicos (PL 6385/16).
"Segundo os cálculos, aproximadamente R$ 20 bilhões por ano aumentaria a
arrecadação dos Correios. Esse, com certeza, é um passo importante para
viabilizar a situação financeira e econômica da empresa", afirmou.
Cristiano Barata informou que a direção da empresa não descarta um pedido de
aporte de recursos para a União.