sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Correio sem entrega

FOLHA DE S. PAULO
29/12/17


A capital do Estado mais rico do país cultiva a imagem de cidade moderna e dinâmica, comparável a grandes centros internacionais. Quem vive o dia a dia paulistano, contudo, experimenta situações que nada refletem avanço ou efervescência.

De semáforos que deixam de funcionar sob o efeito das chuvas aos índices de criminalidade, passando por um sistema de transporte aquém das demandas, há uma gama de problemas primários que afeta, muitas vezes de maneira dramática, o cotidiano da população.

Levantamento inédito desta Folha mostrou um aspecto menos conhecido nesse cenário: o risco de assaltos levou os Correios a restringir ou até cancelar a entrega de produtos em quase um terço da cidade —fração que abarca cerca de 4,5 milhões de pessoas.

As medidas são adotadas de acordo com o histórico de delitos sofridos pela empresa estatal nos diversos bairros da metrópole.

Os transtornos acontecem em mais da metade dos distritos (57 dos 96 existentes), mas concentram-se em regiões da periferia.

A depender do quadro, a entrega da mercadoria sofrerá atraso à espera de recursos de segurança, como escolta armada, ou simplesmente não será feita no endereço especificado, cabendo ao destinatário buscar a encomenda numa central dos Correios. Em época natalina, essas unidades recebem um expressivo contingente de pessoas em busca de artigos que, em condições menos críticas, receberiam pacificamente em suas residências.

Em mais de 85% das áreas de cinco distritos (Guaianases, Pedreira, Capão Redondo, Brasilândia e Grajaú), o serviço é feito com proteção armada ou veículo especial.

Em outras regiões, como a do Itaim Paulista (na zona leste), as restrições atingem praticamente todos os logradouros. Os assaltos a veículos dos Correios enquadram-se na categoria dos roubos de cargas, que neste ano subiram 1,2% no município e 27% na região metropolitana.

São conhecidos os progressos locais na redução de homicídios. Tal melhoria, no entanto, não basta para encobrir as consequências nefastas de um quadro que permanece preocupante em áreas cruciais, como roubos e furtos.

Essa situação só reitera uma realidade que já se conhece por intermédio de outros levantamentos e estatísticas —e pode ser constatada a olho nu: São Paulo sofre com desigualdades socioeconômicas que relegam grande parte de seus habitantes a condições de vida típicas do subdesenvolvimento. 
Confira o horário de funcionamento dos Correios, bancos e órgãos públicos no feriadão de Ano Novo

G1
28/12/2017

As agências bancárias e dos Correios irão funcionar em horários especiais nesse período de final de ano. No fim de semana, apenas os serviços essenciais, como saúde e segurança pública, continuarão sendo prestados, em regime de plantão. Confira o que abre e fecha ao neste final de ano:

Bancos
De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), as agências devem funcionar até quinta-feira (28). A alternativa, a partir de sexta-feira (29), é usar outros canais de atendimento para operações bancárias, como os caixas eletrônicos e o internet banking. O atendimento será retomado no dia 2 de janeiro.

Correios
As agências dos Correios em Cuiabá devem funcionar até quinta-feira (28). As atividades serão paralisadas na sexta-feira (29), e retomadas no dia 2 de janeiro, às 9h.

Governo e prefeitura
Os órgãos estaduais e municipais devem funcionar até sexta-feira (29). Na Prefeitura de Cuiabá, no entanto, não deverá ter expediente nesta sexta-feira. No estado e município, os serviços devem voltar ao normal no dia 2 de janeiro.

Segurança
As unidades do Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp) e unidades do Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc) funcionarão todos os dias, sem nenhuma alteração do horário de atendimento por causa do feriado.

Saúde
Os serviços de atendimento à população, prestados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT), devem ser retomados no dia 2 de janeiro. No entanto, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) continuará o atendimento 24 horas, pelo telefone 192.

Além disso, a sede do MT-Hemocentro e o posto de coleta do Hemocentro, que fica no Pronto-Socorro de Cuiabá, funcionará até esta sexta-feira (29).


Shoppings
As lojas dos shoppings de Cuiabá e Várzea Grande, na região metropolitana, funcionarão normalmente até sábado (30). Durante o domingo (31), as lojas devem funcionar entre 10h e 18h. No dia 1º de janeiro, apenas a praça de alimentação e a área de lazer estarão funcionando.


Comércio
De acordo com a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), as lojas no Centro de Cuiabá devem funcionar até as 20h, entre os dias 26 e 29 de dezembro. Durante os dias 30 e 31, os estabelecimentos permanecerão abertos até as 18h.

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Intervenção no POSTALIS - Derrubada de Liminar


A ADCAP tomou conhecimento sobre a derrubada da liminar que reconduzia ao instituto os diretores e conselheiros afastados no processo de intervenção promovido pela PREVIC.

Com essa nova decisão judicial, os diretores e conselheiros deverão ser novamente afastados, retornando o comando do Postalis ao interventor nomeado pela PREVIC.

Os advogados da ADCAP já estão analisando a nova decisão, para formular o devido recurso, na expectativa de que a reapresentação dos fatos que motivaram a decisão liminar possam ensejar a reforma da nova decisão.

Com o retorno do processo da intervenção, a ADCAP manterá estreita vigilância à condução do POSTALIS e atuará na defesa do interesse de seus associados caso alguma decisão tomada venha a prejudicar os participantes e assistidos do instituto.

Manteremos os associados informados sobre novas decisões judiciais que venham a surgir no futuro sobre este tema.

Direção Nacional da ADCAP.

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Violência restringe entrega de produto pelos Correios em 29% da cidade de SP
 
FOLHA DE S. PAULO
27/12/17


O alto índice de assaltos levou os Correios a restringirem ou até mesmo a não entregarem produtos em quase um terço da cidade de São Paulo, o que afeta a vida de cerca de 4,5 milhões de pessoas.

Há problemas na distribuição em mais da metade dos distritos da capital (57 dos 96 existentes), principalmente na periferia, onde a restrição chega a 99,96% das ruas do Itaim Paulista, na zona leste.

Os dados integram um levantamento inédito feito pela Folha com base no sistema de informações dos Correios. A reportagem analisou a situação de entrega para 43.730 CEPs da capital paulista (só 3% do total ficaram de fora, por falhas de sistema) e detectou restrição –completa ou parcial– em 13.410.

Com base nos CEPs, foram calculados os quilômetros de ruas com algum tipo de restrição –são 29% do total. Foi estimada também a população afetada, considerando número de habitantes nos distritos.

Esses moradores normalmente não recebem em suas casas itens como roupas, brinquedos e eletrônicos. Existem dois tipos de restrição adotados pelos Correios para locais considerados perigosos pela empresa. Em um deles, que abrange 24% das ruas, a instituição afirma que a entrega exigirá recursos especiais de segurança, como escolta armada, o que pode mais que dobrar os prazos para entrega.

Se fizer a consulta no site da empresa, o cliente também já fica ciente de que talvez o produto não seja entregue no endereço especificado e ficará em central de distribuição para ser retirado lá.

No outro tipo de restrição, que abrange 5% da cidade, o produto não é entregue de nenhuma forma e vai direto para a unidade de distribuição.

Os locais de retirada são informados pela instituição em avisos deixados pelos carteiros nas casas dos destinatários (correspondências são entregues nessas áreas).

Delitos Os Correios informaram que as restrições são adotadas "levando em consideração o histórico de delitos praticados" contra a instituição.

"Periodicamente a área de segurança da empresa realiza estudos para verificar se as condições de segurança das regiões em questão voltaram à normalidade. Porém, apenas o fim da violência nas cidades permitiria a entrega convencional em todos os locais", afirma a nota oficial. Distritos com maior percentual de restrição nos Correios tendem a ser os que mais sofrem com roubos em geral. Na periferia da zona sul, Capão Redondo tem restrição em 98% das ruas e o segundo maior número de roubos da cidade, de acordo com dados do governo estadual.

A Secretaria da Segurança Pública da gestão Geraldo Alckmin (PSDB), responsável pelas polícias do Estado, disse que a situação não é tão crítica quanto mostra o levantamento da Folha e que roubos de carga estão em queda.

Papai Noel As agências dos Correios na periferia ficam cheias de pessoas em busca dos produtos. É o caso de um centro de distribuição em Itaquera (zona leste), próximo ao estádio do Corinthians, usado na abertura da Copa do Mundo em 2014. Metade do distrito tem restrição total de entrega.

O autônomo César Augusto Vilas Boas de Lima, 47, que estava na unidade no último dia 21, é um dos que sofrem com a limitação do serviço.

Comerciante de produtos pela internet, Lima diz que algumas vezes envia roupas para clientes que não sabem que estão em área sem entrega.

Consumidores se revoltam com a necessidade de retirada nas agências e desistem da compra. "Preciso ir retirar na agência porque eles também não entregam no meu endereço. Às vezes nem compensa porque fica mais caro o combustível do que a peça."
Em Itaim Paulista (zona leste), buscava produtos quatro dias antes do Natal a dona de casa Thamires de Oliveira Damatto, 28, grávida de nove meses. Estavam com ela os filhos Miguel, 6, e Bernardo, 3. Os meninos haviam mandado cartas para o Papai Noel dos Correios (programa em que voluntários recebem pedidos feitos por crianças).

Os dois foram sorteados, mas o bom velhinho não quis arriscar. Pediu, em uma cartinha, que eles retirassem os presentes na agência.

"Eles esperavam que ao menos estivesse o Papai Noel entregando os presentes na agência, mas não tinha ninguém. Ficaram decepcionados", disse a mãe.

Também reclamava no local o polidor de aeronaves Emanuel Gomes, 51. "Moro a 150 metros de agência dos Correios e não entregam na minha casa porque dizem que é área de risco. Fico indignado, eles não fazem a entrega de graça; cobram por isso."

Crimes Os roubos de carga, aos quais se enquadram assaltos a produtos que os Correios entregam, subiram neste ano, até novembro, 10% no Estado, 1,2% na cidade e 27% na Grande SP –próxima de bairros periféricos paulistanos.

Houve uma sequência de três meses de queda no crime desde setembro no Estado, que chegou a ter 15 altas consecutivas desde junho de 2016. Segundo Silvana Regina Azeredo dos Santos, 52, diretora do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios, os ataques aos Correios se agravaram nos últimos dois anos. Santos afirma que há trabalhadores que foram vítimas de roubo mais de 30 vezes.

Muitos dos funcionários, diz ela, são agredidos nesses roubos e acabam afastados do trabalho por problemas psicológicos –o que deixa ainda mais desfalcado o quadro de servidores da empresa. "Tirando a região central, os criminosos veem os carros dos Correios e já enxergam dinheiro em caixa", afirmou ela.

Segurança
A Secretaria da Segurança Pública paulista diz que as polícias vêm trabalhando no combate a roubos de cargas.

A pasta, representante do governo Geraldo Alckmin (PSDB), afirma também que, neste ano, em "mais da metade" dos 93 distritos policiais da capital não houve registro de roubo aos Correios (a afirmação desconsidera, porém, que a empresa restringe entrega nos locais perigosos).

O governo diz ainda que em 30 distritos da capital paulista houve, em 11 meses, o registro de um a três roubos contra os Correios. A pasta não informou o total de crimes registrados no período. "As polícias Civil e Militar atuam conjuntamente na segurança e ambas mantêm contato com representantes dos Correios para que registrem as ocorrências", diz nota enviada à reportagem. De acordo com o governo, no combate ao roubo de cargas, "a Polícia Militar realiza mapeamento dos locais e diversas ações e abordagens em veículos de carga, por meio das operações".

Na capital, diz a nota oficial, houve a prisão de 45 pessoas por envolvimento de roubo de carga em novembro passado, mês em que houve redução de 27% neste tipo de crime, em comparação com o mesmo período de 2016.

Ainda de acordo com a Segurança Pública, a Folha erra ao relacionar a restrição de entrega de produtos pelos Correios à falta de segurança nas regiões -essa relação foi feita pela própria empresa de distribuição, quando questionada pela reportagem sobre a restrição a CEPs.

"Por exemplo, se considerados os índices de roubos em geral nos nove locais apontados pelo veículo [a Folha]", afirma o governo, "verifica-se que em seis houve diminuição, o que é resultado do trabalho intensivo e diuturno das polícias nessas áreas".

O governo diz ainda que as duas delegacias seccionais responsáveis pelas regiões mais problemáticas prenderam, no semestre, oito pessoas em flagrante por roubo aos Correios, além da apreensão de um menor de idade por roubo a um carteiro na Vila Jacuí. Correios Os Correios, que confirmaram a dimensão do levantamento da Folha, informaram que o "modelo alternativo" para a entrega de encomendas busca garantir a segurança "dos trabalhadores e evitar que os objetos sejam roubados". Diz ainda que as informações sobre as áreas com restrição estão em seu site. Para melhorar "a experiência dos destinatários", os Correios afirmam ter desenvolvido sistema em que a entrega pode ser feita em agência a ser escolhida pelo cliente.

"Ele pode optar por endereço que seja mais cômodo, como uma unidade mais próxima do trabalho ou um shopping, por exemplo. São 7.000 unidades disponíveis." Ainda segundo os Correios, a "competência para o enfrentamento" da insegurança "é do Estado". "Por isso, a empresa desenvolve ações preventivas em parceria com os órgãos de segurança, em nível estadual e federal, para investigar e coibir os assaltos. As ocorrências são imediatamente comunicadas aos órgãos de segurança pública (Polícia Federal, Polícia Militar) para as devidas providências", diz. Os Correios não informaram a quantidade de roubos, números de funcionários afastados nem prejuízo com pagamento de seguro.
Correios vão exigir que todas as encomendas tenham preço afixado no pacote

Tecnoblog
27/12/2017

A partir de 2 de janeiro de 2018, quem postar uma encomenda nos Correios terá uma exigência adicional: será preciso informar o valor dos produtos, afixando uma nota fiscal ou declaração de conteúdo na parte externa do pacote.A informação foi divulgada inicialmente pelo Mandaê e publicada no site dos Correios. O comunicado informa que a estatal vai exigir a declaração de valor “para cumprir o que determina a legislação tributária”. Quem não seguir as orientações terá a postagem recusada.

Pela nova regra, será preciso embalar o produto e depois afixar a nota fiscal no pacote. É recomendável colocar o documento dentro de um saquinho plástico transparente, também chamado de “canguru”, para protegê-lo durante o transporte, deixando o código de barras virado para cima. Assim:


Quem não emite nota fiscal deverá afixar na parte externa uma declaração de conteúdo emitida pelos Correios, informando os dados do remetente e destinatário (nome, CPF/CNPJ e endereço) e discriminando todos os bens que estão sendo enviados. O documento pode ser baixado neste link.


A exigência está sendo reforçada somente agora pelos Correios, mas é bem antiga: ela foi publicada em um protocolo do Ministério da Fazenda em outubro de 2001. A regra já era comum em transportadoras privadas.
'Preço no pacote': nova regra dos Correios preocupa vendedores de eCommerce

Tec Mundo
26 DEZ 2017

Uma nova regra dos Correios está deixando os vendedores de comércio eletrônico bastante preocupados. Trata-se de uma determinação que passa a exigir que os vendedores informem na parte externa dos pacotes o valor que foi cobrado pelo item a ser entregue. Ou seja: a própria caixa (ou envelope) deve informar o preço do produto. Isso vale a partir do dia 2 de janeiro de 2018.Como você pode imaginar, isso desperta preocupação por parte dos lojistas. O motivo é ismples: durante todo o processo de entrega, diversas pessoas têm acesso ao pacote e podem saber os valores que estão sendo transportados. O medo de muitos é que isso faça com que aumente o número de objetos roubados durante o transporte — além de haver chance de que bandidos tenham mais "assertividade" em assaltos a funcionários e agências.

Aqui, você pode conferir um pedaço do comunicado enviado pela Abrapost aos afiliados, citando na íntegra o comunicado dos Correios, que ainda determina que as lojas franqueadas não recebam qualquer pacote fora dos novos parâmetros. 


O novo documento de postagem já está disponível no site oficial dos Correios. Nós entramos em contato com os Correios para uma posição oficial e vamos atualizar esta matéria assim que recebermos uma resposta. Você acha que esta é uma boa ideia?
Disputa no fundo dos Correios atinge Meirelles e assessor

Carta Capital
22/12/2017

Os Correios são palco de uma disputa intestina no PSD desencadeadora da queda de dois diretores e de uma denúncia de suborno em um projeto de 850 milhões de reais, como revelou CartaCapital. O clima ali é de guerra. A diretoria tem planos que parte dos funcionários não aceita e boicota. Tentou, sem sucesso, domesticar conselheiros do fundo de pensão da estatal, o Postalis.

Agora estilhaços da batalha atingem uma estrela do PSD, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o secretário-executivo dele, Eduardo Guardia. O motivo? A intervenção federal no Postalis, um dos maiores fundos do País, com 130 mil participantes, 10 bilhões de reais de patrimônio e rombo bilionário. Uma intervenção a colecionar nos últimos dias uma tentativa de suborno e uma gravação clandestina.

Um dos dois diretores afastados do Postalis acusa a cúpula da Fazenda de tramar a intervenção para favorecer gente do sistema financeiro. “A intervenção foi ilegal. Ela atende os interesses do BNY Mellon e da Bovespa”, afirma Luiz Alberto Barreto, ex-diretor administrativo e financeiro do fundo e ex-candidato a deputado estadual pelo PTdoB de Minas Gerais em 2014. “O Meirelles é defensor dos bancos, foi do BankBoston, e o Guardia era da Bovespa.”Sediado em Nova York, o banco BNY Mellon é um dos maiores administradores de grana alheia do planeta. Em 2010, foi contratado pelo Postalis para ajudar a gerenciar investimentos, mas as partes agora brigam nos tribunais. Há seis processos do fundo contra o banco, a cobrar 5 bilhões de reais.

Uma das ações já chegou ao Superior Tribunal de Justiça, onde os gringos tiveram uns 400 milhões de reais bloqueados. O desfecho da intervenção é decisivo para o futuro das ações.Ela é comandada pela Previc, a Superintendência Nacional de Previdência Complementar, cujos diretores foram nomeados por Meirelles em portarias de legalidade questionada no Ministério Público Federal e no Tribunal de Contas da União por uma das associações de funcionários dos Correios, a Adcap. Barreto era presidente da Adcap e chegou a diretor do Postalis eleito por ela.

A Adcap foi à Justiça com uma ação civil pública e na terça-feira 19 conseguiu uma liminar que suspende a intervenção. Uma liminar comemorada pelo presidente dos Correios, Guilherme Campos, ex-deputado pelo PSD, o partido de Meirelles. Se a liminar não for derrubada, Barreto e o presidente afastado do Postalis, Cristian Schneider, voltarão aos cargos.

A Bovespa também tem interesse nos rumos da intervenção, para saber se precisará se preocupar com o surgimento de uma concorrente. Esse rival, a “Nova Bolsa”, é outro assunto milionário e bota em cena um empresário, Arthur Pinheiro Machado, de relações com o PMDB, partido controlador político do Postalis no passado recente.

O projeto de criar um rival da Bovespa, no início com apoio da Bolsa de Nova York, é de 2010, época de domínio peemedebista no Postalis. É liderado por Machado. O principal capitalista do projeto é o Postalis, que botou uns 200 milhões de reais na Americas Trading Group, aberta por Machado para emplacar a “Nova Bolsa”.Em valores atuais, a cota do Postalis na ATG é de 319 milhões de reais. Como o dinheiro do Postalis é decisivo, sem o fundo, adeus “Nova Bolsa”. E aí gente bem relacionada na política perderá dinheiro, ficará com um “mico” na mão. Caso de Machado.

Em um sigiloso documento sobre a intervenção no Postalis, a Previc diz que o fundo deveria pular fora da “Nova Bolsa” e aceitar que a verba injetada ali não volta. Esses investimentos, afirma o texto, “estão contabilizados por valores irreais e deveriam estar provisionados para perdas”.

Machado não encontra boa vontade na Previc, para quem já mandou um e-mail a salientar que não era processado nem investigado. A Bolsa de Nova York pulou fora do projeto, mas Machado não desistiu dele. Embora não haja hoje nenhum pedido de criação da “Nova Bolsa” apresentado à Comissão de Valores Mobiliários, a CVM. O que foi apresentado em 2013 morreu em 2016. Melhor para a Bovespa. E para Guardia?

Até se tornar o número 2 da Fazenda, Guardia era diretor da Bolsa paulista. Sua assinatura está em uma procuração de 22 de abril de 2016 na qual a Bolsa dava poderes a advogados para defendê-la no Cade, o tribunal antitruste, no processo de fusão com a Cetip, companhia onde acontece a liquidação de negócios no mercado acionário.

A fusão foi aprovada em março passado, mas o Cade deu várias alfinetadas na Bovespa. “A entrada de concorrentes no mercado de bolsa tem se mostrado difícil, demorada, beirando o impossível”, escreveu a relatora, Cristiane Alkmin, “a BVMF (Bovespa) pode ter exercido seu poder de mercado como monopolista verticalizada para afastar possíveis concorrentes.”Em Brasília, há quem diga que Guardia, já na Fazenda, fez lobby com a relatora para arrancar a fusão, com telefonemas. Ele “nunca tratou do tema com Cristiane Alkmin ou qualquer outra pessoa do governo”, segundo a assessoria de imprensa do ministério.

O suposto lobby é um enredo até recatado perto da tentativa de suborno do interventor no Postalis por parte do BNY Mellon. Processado por 5 bilhões de reais pelo fundo, o banco topa pagar 1,2 bilhão e, para conseguir um acordo nesse valor, ofereceu 6 milhões, 0,5% daquela quantia, ao interventor, o auditor fiscal da Receita Federal Walter de Carvalho Parente.

A oferta, que o BNY obviamente nega, foi relatada por Parente primeiro ao diretor de fiscalização da Previc, Sérgio Taniguchi, e depois ao Ministério Público Federal. Além de depor, ele entregou provas ao MPF, que abriu uma investigação.

Parente contou a história no Conselho de Administração dos Correios em 26 de outubro, conforme registrado em ata. E ainda falou por aí. Numa dessas conversas, foi gravado sem saber. Por obra de qual trincheira na guerra dos Correios? O interventor acha que foi uma pessoa de nome Sandro, que era assessor do presidente afastado do Postalis, Cristian Schneider.CartaCapital obteve o áudio. “Ontem, o cara me chamou lá no Rio de Janeiro para negociar esses créditos que a gente (o Postalis) tem lá… O cara logo querer me comprar?”, afirma Parente. Segundo ele, o subornador teria dito: “Rapaz, é tanto (de crédito do Postalis), mas pode sobrar meio por cento (para você)”.

Parente foi notificado extrajudicialmente por Luiz Alberto Barreto para explicar o episódio. O diretor afastado do Postalis parece desconfiar de que, se o BNY tentou subornar, era por achar que conseguiria.

Queria saber o nome do porta-voz da oferta (o “cara” seria um advogado), a circunstância do ocorrido, se o fato foi comunicado à polícia – se não foi, seria “prevaricação” – e à Ordem dos Advogados do Brasil. Nada de resposta.

Há outra forma de salvar o BNY Mellon no rolo com o Postalis. Se a intervenção decidir fechar um dos dois planos de benefícios colocado à disposição dos carteiros, o fundo não terá mais como cobrar o banco na Justiça.

O encerramento do chamado BD é outra suspeita da diretoria afastada do Postalis como ação sob medida da Fazenda e da Previc para o banco gringo. “Não trabalhamos com a hipótese de liquidar esse plano”, diz Taniguchi, da Previc. Em nota, a assessoria do Ministério da Fazenda afirmou que a pasta “nunca opinou sobre esta ou qualquer outra intervenção” e que “a Previc é autônoma”.A ideia do interventor é municiar o MPF para processar o BNY por causar perdas ao Postalis. Em conversa na quarta-feira 13 com o dissolvido Conselho Fiscal do fundo, Parente comentou que o Ministério Público acionará o banco.

Esses conselheiros afastados reprovaram as contas do Postalis de três anos seguidos, de 2014 a 2016. Indicados na maioria no governo Dilma Rousseff, apoiam a intervenção. Chegaram a pedi-la à Previc.

No fim de 2016, a Previc botou lupa no fundo. Em agosto de 2017, abriu oficialmente uma investigação e constatou uma manobra contábil que fez surgir 1 bilhão de reais no balanço, suficiente para ocultar prejuízos. Em 3 de outubro, em reunião virtual da diretoria, decidiu intervir, de olho no futuro dos trabalhadores detentores de planos de aposentadoria.

Em 2015, Barreto e a Adcap eram a favor da intervenção, e a Previc não via motivo, como dizia Taniguchi em setembro daquele ano a uma CPI dos Fundos de Pensão a funcionar na época na Câmara. Hoje a situação se inverteu. Como diretor afastado, Barreto tem os bens bloqueados.

Aquela CPI, aliás, tem histórias saborosas sobre personagens interessados nos rumos da intervenção. Arthur Machado, o da “Nova Bolsa”, pagou 9 milhões de reais, a pedido do então presidente da Câmara, o corrupto condenado Eduardo Cunha, para protegidos do PMDB no Postalis não serem chamados à CPI. É o que disse o criminoso doleiro Lúcio Funaro em sua delação deste ano.

Na CPI, ficou claro que a dívida cobrada do BNY pelo Postalis é objeto de negociações obscuras. As duas partes negociaram um acordo nos bastidores da CPI – normal numa Casa à época comandada por Cunha, para quem política é negócio. Dos 5 bilhões que lhe são cobrados, o BNY topava pagar a espantosa quantia de... 95 milhões.

Será por isso que o deputado Sergio Souza, do PMDB do Paraná, um cunhista de última hora, estocou o banco no relatório final da comissão? Mesmo com a contratação do BNY pelo fundo de pensão dos Correios, diz o documento, “não houve melhora no desempenho financeiro do Postalis”, e hoje a relação está em um “impasse” que “só beneficia uma das partes”, o banco, que ainda embolsa grana do contratante.No governo Michel Temer, os Correios tornaram-se um feudo do PSD do ministro Gilberto Kassab, e os dirigentes do Postalis apadrinhados pelo partido priorizaram a disputa com o BNY Mellon.

Em maio, o então presidente do fundo, André Motta, o então diretor de investimentos, Cristian Schneider, e o então diretor-financeiro dos Correios, Francisco Arsênio de Mello Esquef, voaram a Washington para reunir-se com parlamentares e autoridades americanos para falar mal do BNY, em uma campanha de lobby para arranhar a imagem do banco. Na comitiva, estava o deputado Evandro Roman, do PSD do Paraná.

Um mês depois, Motta renunciava ao cargo, acusado em delação de um ex-executivo da Andrade Gutierrez de pedir propina no passado para o deputado Rogério Rosso, do PSD do Distrito Federal, um dos vice-líderes de Temer na Câmara. Para seu lugar no comando do fundo foi deslocado Schneider, presidente do PSD de Londrina, partido pelo qual talvez se candidate a deputado em 2018.

Schneider também está com os bens bloqueados. Foi afastado com Luiz Alberto Barreto, quando da intervenção em outubro. Roman é autor na Câmara de um decreto legislativo que anula a intervenção. Velho colaborador do presidente dos Correios, Guilherme Campos, que é ex-deputado pelo PSD, Esquef também não está mais no cargo, abatido na disputa intestina a trazer à tona a denúncia de fraude dos 850 milhões de reais revelada por CartaCapital.Por que o empenho do PSD no pepino com o BNY Mellon? Republicanismo? Descobertas da Operação Greenfield, que investiga fundos de pensão, às quais a reportagem teve acesso, indicam que não.

Na gestão Campos, os Correios planejam negociar vários de seus imóveis. Seu centro de distribuição no Rio de Janeiro, por exemplo, mudaria do bairro de Benfica para o de Campo Grande. Um negócio de uns 2 bilhões de reais. Quem financiaria a operação? O Postalis. Com que dinheiro? De um acordo com o BNY Mellon. Com comissão para alguém, quem sabe caixa 2 na campanha de 2018? Provavelmente.
Desse tipo de negócio estava encarregado o ex-diretor de Administração dos Correios Paulo Roberto Cordeiro, um caixa informal do PSD. Esquef seria cumpridor de igual papel para Campos, quis se meter nas ideias de Cordeiro, houve briga, e este acabou demitido por ordem de Kassab.

O degolado reagiu com a denúncia de fraude no contrato de 850 milhões planejada com a empresa Nexxera. Consta que ele hoje sonha alto: quer voltar à estatal e ficar com a vaga de Campos. Será que sua cobiça é tanta que se podem esperar novos capítulos na guerra dos Correios?


A propósito: Campos que se prepare para mais uma. Vem aí uma intervenção no Postal Saúde, o convênio dos carteiros.

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Retorno da Diretoria do Postalis

Decisão judicial suspende intervenção 
no POSTALIS


Ontem (21/12), o Diretor Superintendente da PREVIC, Fábio Henrique de Sousa Coelho, manteve contato telefônico com a Presidente da ADCAP Nacional, Maria Inês Capelli Fulginiti, para informar que a PREVIC recebera a notificação da decisão judicial a respeito da intervenção no POSTALIS e dando conhecimento do seu cumprimento imediato, formalizado em ofício à Associação.
 

Em seguida, o POSTALIS publicou também uma nota a respeito.

Acesse aqui a íntegra da Nota do POSTALIS. http://www.postalis.org.br/decisao-judicial-suspende-intervencao-no-postalis/#.WjzVYoTyvXQ .

Com isso, os diretores e conselheiros que haviam sido afastados retornarão para os respectivos cargos e terão a oportunidade de demonstrar com seus atos e decisões, o acerto desse retorno e que são capazes de superar essa intempestiva situação e retomar uma gestão profissional. E os novos conselheiros e diretor eleitos democraticamente pelos participantes e assistidos, terão oportunidade de tomar posse e de iniciar as suas atividades.

Algumas expectativas da direção da ADCAP agora são: 

a) Que a Governança do instituto seja aperfeiçoada e que os órgãos colegiados atuem de forma harmônica, respeitando as competências e atribuições de cada um; 

b) Que seja intensificada, com o apoio inclusive de instâncias do Governo Federal, a cobrança ao banco BNY Mellon, de forma a resolver esta questão, com um aporte expressivo de recursos nos planos de benefícios; 

c) Que seja intensificada a cobrança à patrocinadora (Correios) da retomada do pagamento das parcelas da RTSA, suspenso a partir de recomendações de órgãos do Ministério do Planejamento e da Fazenda; 

d) Que a direção mantenha permanente atenção com os custos do instituto, que devem ser os mínimos, em função da própria situação de desequilíbrio do plano BD Saldado, e que prossigam com ações efetivas e amplas para a redução desse custo, com periódica prestação de contas aos participantes e assistidos; 

e) Que o comitê de investimentos do instituto seja extremamente rigoroso na seleção dos investimentos tendo em conta sempre que interferências políticas não devem jamais rondar nosso patrimônio.  

Com a retomada da regularidade estatutária, a ADCAP espera que o Postalis inicie uma nova fase em sua história com a união dos seus representantes nos órgãos colegiados do POSTALIS em prol do objetivo maior que é  recuperar os planos, acabar com a taxa de equacionamento e garantir uma aposentadoria tranquila para os aposentados, trabalhando com ética, profissionalismo e retidão nas suas decisões. 
 

Direção Nacional da ADCAP.

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Azul e Correios assinam acordo para criar empresa de logística

IstoÉ Dinheiro
20.12.17

A Azul assinou um memorando de entendimentos com os Correios para criar uma empresa privada de solução de logística integrada. A nova companhia terá participação de 50,01% da Azul e 49,99% dos Correios e, segundo as empresas, oferecerá ao mercado o serviço de gestão de logística integrada para transporte de cargas, com “potencial para se tornar a melhor plataforma de logística para o comércio eletrônico do País”.A operação começa a partir das demandas dos Correios e da Azul, movimentando aproximadamente 100 mil toneladas de cargas por ano. “Com isso, ambas companhias terão economia de custo, eficiência operacional e ganho de receita, melhorando a oferta deste serviço para o consumidor”, afirma a Azul, em fato relevante, destacando que a nova empresa permitirá a expansão de serviços e produtos de logística para lugares ainda não servidos, além de trazer mais eficiência, redução de custos e ganho de receita para ambas companhias.

Segundo a Azul, o início das atividades está previsto para o primeiro semestre de 2018, após aprovação pelos órgãos e instâncias competentes.“A Azul é a única companhia com uma malha que liga o País, com mais de 100 destinos servidos. Os Correios estão presentes em 5.570 municípios da União, com a maior capilaridade para coleta e distribuição a partir de sua rede. Ao ter uma empresa que explore essa sinergia, mais brasileiros poderão contar com estes serviços, permitindo a eles serem ainda mais ativos no desenvolvimento de nosso País”, disse, em nota, o ministro da Ciência, Tecnologia e Comunicação, Gilberto Kassab.

O presidente dos Correios, Guilherme Campos, afirmou que viu uma oportunidade ímpar para fazer o Brasil ganhar um serviço de logística ainda mais eficiente, com claros benefícios ofertados para os consumidores. “O início dessa empresa beneficiará os brasileiros, uma vez que com ela, além de conseguirmos reduzir substancialmente os atuais custos com transporte logístico dos Correios, receberemos os dividendos desse negócio, aumentando ainda mais a eficiência de nossa operação”, disse.


“É uma ótima oportunidade para ampliarmos nosso transporte de cargas e ganhar eficiência operacional. Somos a única empresa capaz de prestar este nível de serviço, pois somos a companhia que mais cidades serve no País”, afirmou John Rodgerson, presidente da Azul. “Além disso, temos forte presença em Viracopos, que já é o hub de cargas do Brasil. Sem contar altos índices de pontualidade, fundamental para esse serviço.”
Presidente dos Correios reafirma que intervenção no Postalis era 'inadequada'

Correios do Brasil - Funcionários
20/12/17


O presidente dos Correios, Guilherme Campos, reafirmou a avaliação de que a intervenção no fundo de pensão dos funcionários da estatal, o Postalis, era "inadequada". Mais cedo, a Justiça Federal de São Paulo reconduziu aos cargos administradores do fundo que tinham sido afastados após intervenção da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc)."Nós achávamos que a intervenção era inadequada naquele momento", disse, ao lembrar posição já citada quando houve a intervenção no Postalis. O executivo reafirmou que o momento da intervenção não pareceu adequado, já que as perdas foram registradas em gestão que não estava mais no comando do fundo.  
Justiça de SP determina retorno da diretoria do Postalis

O Globo
20/12/17

O juiz da 24ª Vara da Justiça Federal de São Paulo Victorio Giuzio Neto concedeu uma liminar que suspende a decisão da Superintendência de Previdência Complementar (Previc) que afastou toda a diretoria do Postalis, o fundo de pensão dos Correios. O GLOBO teve acesso à liminar que destitui o interventor nomeado pela Previc e ordena que os diretores sejam reconduzidos aos cargos.

Na decisão, o juiz diz que há anos havia motivos para que a Previc interviesse no Postalis e que eles foram ignorados pela autarquia responsável por fiscalizar o setor. Fala ainda que, agora, quando a diretoria fazia a "arrumação da casa" houve uma intervenção. E que isso parece ter sido feito para despistar as críticas. Por isso, considera a ação da Previc desproporcional.

"Verifica-se que, muito embora tenham existido motivos para a intervenção no Postalis, relacionados a diretorias anteriores, foram eles ignorados pela Previc, aparentando que a intervenção impugnada, efetivada em momento tão extemporâneo, é apenas um estratagema para exoneração de possível crítica de omissão por parte da autarquia", diz o magistrado.

Ele ressalta que houve graves consequências causadas para os integrantes da diretoria. Uma delas foi ter os bens indisponíveis.

"Afiguram-se presentes os requisitos para a concessão da tutela provisória, pois ausente não só a motivação no ato interventivo mas motivo justo para a intervenção", conclui.

O juiz diz ainda que, a Previc deverá atuar para orientar a diretoria na correção de seus atos. E tem 72 horas para comprovar que cumpriu a decisão.

A ação civil pública foi ajuizada pela Associação dos Profissionais dos Correios. Além de citar que os problemas eram antigos, a entidade alega que houve violação do processo legal pela falta da ampla defesa dos diretores. Diz ainda que se houvesse suspeitas os atuais diretores não deveriam ser indicados para assumir os cargos.

Segundo a decisão do juiz, a conclusão é que o momento de intervenção do Postalis foi errado e incidiu sobre uma diretoria com membros que não participaram das “escolhas desastrosas de investimentos” e que estava em vias de ser renovada com a posse de novos representantes eleitos pelos participantes e beneficiários.

“Nesse ponto, incursiona-se na análise do pedido de tutela provisória não apenas na ausência de fundamentação na Portaria PREVIC n. 955/2017 por vício de forma pela ausência de motivação – de fato inexistente – que, por se tratar de defeito meramente formal e passível de integração, para exatamente verificar se haveria motivos, para tal intervenção neste momento. Pode-se concluir que não”, diz o juiz.

Em novembro, O GLOBO revelou que a intervenção no quarto maior fundo de pensão do país foi feita às pressas e por e-mail. A Previc convocou uma reunião extraordinária. O encontro, entretanto, não foi realizado na sede da autarquia como diz o despacho assinado pelo presidente da autarquia Fabio Coelho. Na realidade, houve apenas uma troca de e-mails entre os diretores. E a pauta foi surpresa para alguns.

Um deles foi o procurador-chefe da Previc, Virgílio de Oliveira Filho. Ele é responsável por verificar a legalidade dos processos da autarquia, mas não teve acesso aos relatórios feitos pela área técnica. No entanto, a ata da reunião usa falas do procurador para ressaltar a lisura do ato. O documento diz que ele reiterou que a intervenção é um instrumento legal. Ao ser questionado, entretanto, ele confirmou que não falava especificamente sobre o processo do Postalis porque não teve acesso a ele.

A intervenção tem outros fatos curiosos. Há duas semanas, O GLOBO informou que uma trapalhada do interventor do Postalis, o fundo de pensão dos carteiros, destruiu uma operação que era arquitetada pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Polícia Federal. Walter de Carvalho Parente contou - durante uma reunião do Conselho de Administração dos Correios - que foi procurado por advogados para favorecer um banco americano. A oferta de R$ 6 milhões para fechar um acordo com o BNY Mellon, instituição processada pelo fundo por perdas bilionárias em escândalos do passado, foi registrada na ata do encontro.
Governo Federal informa redução do efetivo dos Correios em nova portaria

CORREIOS DO BRASIL - FUNCIONÁRIOS
20/12/17

Mesmo com muitas unidades do país apresentando déficit no número de trabalhadores devido aos últimos PDIs, nova portaria limita em 110 mil o quadro de funcionários na ECT

A Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST) publicou nesta quarta feira (20), no Diário Oficial da União, a portaria nº 32 (clique aqui), que fixa o limite máximo para o quadro de pessoal próprio da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT).

O efetivo em dezembro de 2016 foi fixado em 118.624, porém no mês de setembro/2017, foi novamente alterado e reduzido a 112.619 empregados. O quadro atual sofreu mais uma redução, agora para 110 mil empregados, incluindo os 649 anistiados.

Para fins de controle do limite do quantitativo de pessoal das empresas estatais federais ficam contabilizados, à exceção dos empregados com contrato de trabalho suspenso por motivo de aposentadoria por invalidez, os empregados efetivos, ingressantes por intermédio de concursos públicos, os empregados que possuem cargos, empregos ou funções comissionadas, os empregados e servidores cedidos, os empregados anistiados com base na Lei nº 8.878, de 11.5.1994, os empregados reintegrados, os empregados contratados por prazo determinado e os empregados que estão afastados por doença, por acidente de trabalho ou por qualquer outra razão.

De acordo com a portaria do Planejamento, a ECT fica autorizada a gerenciar seu quadro de pessoal próprio, praticando atos de gestão para repor empregados desligados ou que vierem a se desligar do quadro funcional, desde que seja observado o limite estabelecido e as dotações orçamentárias aprovadas.
Bradesco pagará R$ 111 mi a fundos de pensão e agência de fomento do Amazonas

ESTADÃO
19/12/17

No acordo de reparação firmado no âmbito da Operação Greenfield, banco se comprometeu a fazer pagamentos aos fundos Petros, dos funcionários da Petrobrás, e Funcef, da Caixa Econômica Federal, e à Agência de Fomento do Estado do Amazonas

Reuters

O Bradesco firmou acordo de reparação com o Ministério Público Federal em Brasília no âmbito da Operação Greenfield, no qual se comprometeu a pagar R$ 111 milhões aos fundos de pensão Petros, dos funcionários da Petrobrás, e Funcef, de empregados da Caixa Econômica Federal, e à Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam).

Em comunicado divulgado nesta terça-feira, 19, o MPF informou que o valor corresponde ao montante atualizado do que foi investido no Fundo de Investimento em Participações (FIP) Enseada, entre 2010 e 2017. O acordo de reparação do Bradesco foi homologado pela 10ª Vara Federal da Seção Judiciária no dia 14 de dezembro de 2017.

Além do pagamento, o Bradesco ainda assumiu o compromisso de comparecer perante a Força-Tarefa Greenfield e a Polícia Federal para prestar esclarecimentos sempre que necessário, além de orientar diretores e funcionários a fazer o mesmo e conduzir investigação interna independente, segundo o MPF.

A operação Greenfield foi lançada em setembro do ano passado e envolveu uma série de empresas e gestores de fundos de investimento. O objetivo foi investigar suspeita de fraude nos fundos de pensão Previ (Banco do Brasil), Petros, Postalis (Correios) e Funcef.

Operação Greenfield vai ampliar para 100 as investigações
No caso do Bradesco, a operação citou a corretora BEM e a gestora de ativos BRAM, por terem “no passado, exercido a administração e gestão do fundo de investimento Enseada”.

Segundo o MPF, o acordo de reparação firmado pelo banco “não se confunde com acordo de leniência ou colaboração premiada, não implicando e nem afastando qualquer responsabilidade criminal ou administrativa por parte dos signatários”.

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017




ADCAP – 31 ANOS DE EXISTÊNCIA


Hoje, dia 20/12/2017, a ADCAP está completando 31 anos desde a sua criação. Data que marca o início de um novo ciclo e celebra mais um ano de jornada em nossa existência.

Momento oportuno para fazermos um balanço de nossas realizações e reforçar ou renovar decisões para um novo tempo que se apresenta.

Não foi um ano fácil. Os percalços e dificuldades se mesclaram com conquistas e realizações, mas seguimos sempre firmes, perseverantes em nossos propósitos: a implacável defesa dos nossos associados e da nossa instituição Correios. E assim será também para o próximo ano, pois os desafios não param, as ameaças seguem rondando, nossas lutas se intensificam, nossos princípios se fortalecem e nossa alma vibra, cada vez mais, por justiça e respeito.

A cada ano a ADCAP se fortalece e se confirma como uma referência em assuntos de Correios, Postalis e Postal Saúde. Tribunais Superiores, Ministério Público, Casas Legislativas, Imprensa e entidades congêneres sabem onde buscar informações coerentes, honestas e independentes. Resultado este de uma construção permanente de todos aqueles que acreditam que o esforço coletivo supera quaisquer interesses individuais. E nós acreditamos no poder da união!

Queremos agradecer e compartilhar a alegria desta data com nossos associados, colaboradores, parceiros e todos aqueles que seguem ao nosso lado nessa caminhada, fazendo da ADCAP uma Associação cada vez mais forte, ativa e reconhecida.


ADCAP: 31 anos defendendo princípios com responsabilidade!

Parabéns ADCAP!
 

 
Direção Nacional da ADCAP.

JUSTIÇA FEDERAL SUSPENDE INTERVENÇÃO


A ADCAP foi informada da Decisão nº 5022835-12.2017.403.6100 da Justiça Federal da 3ª Região, suspendendo a intervenção e determinando a recondução dos integrantes dos   Órgãos Deliberativos e os administradores do Postalis aos respectivos cargos, com a posse daqueles que foram recentemente eleitos.

A ADCAP aguarda o cumprimento da decisão judicial pela PREVIC e pelo Postalis, na expectativa de que o instituto retome sua normalidade, com sua governança restabelecida, assim como com o prosseguimento das ações para reequilibrar o plano BD e assegurar a rentabilidade do plano PostalPREV. 

Clique no link para ver a Decisão: 




Direção Nacional da ADCAP.

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Plano de saúde dos Correios banca até os pais e perde R$ 1,8 bilhão

Folha SP
19/12/2017

Se as despesas das estatais com planos de saúde já são altas, ao representar mais do que o dobro do setor privado nas modalidades mais caras, no caso dos Correios elas são mais do que o triplo.

A assistência bancada pela empresa por funcionário supera os R$ 12.000 por ano, já que o benefício é estendido não somente aos dependentes mas também aos pais e às mães dos empregados.

Atualmente, os Correios têm 108 mil funcionários na ativa e 32 mil aposentados, mas paga as despesas de saúde de 400 mil pessoas. "No ano passado tivemos um prejuízo de R$ 1,5 bilhão", afirmou o presidente dos Correios, Guilherme Campo. "O Postal Saúde [plano da estatal] teve um prejuízo de R$ 1,8 bilhão. Se essa situação não for resolvida, o plano vai quebrar, e a empresa também."

A estatal vem tentando negociar, sem sucesso, um enxugamento do plano com os funcionários. Agora, a questão está no TST (Tribunal Superior do Trabalho) e será julgada no início de 2018.

Para a diretora de comunicação da Fentect (federação dos trabalhadores dos Correios), Suzy Cristiny da Costa, é uma "falácia" a possibilidade de a empresa quebrar.

"O que existem são lançamentos contábeis que a empresa optou por fazer agora, com o objetivo de privatizar os Correios", declarou.

A Infraero informou que aprovou um novo modelo para seu plano de saúde, em que o empregado contribui de acordo com sua faixa salarial e etária. As mudanças estão sendo negociadas com os trabalhadores. 
GESTÃO LEVIANA DEIXOU OS CORREIOS EM FRANGALHOS

Diário do Poder
19/12/17


Gastando R$12 bilhões por ano com funcionários, além de benefícios jamais vistos nem mesmo em sociedades socialistas, os Correios se encontram em situação tão ruim que nem a privatização a salvaria. Dificilmente apareceria comprador para uma empresa com serviços em declínio e 108 mil empregados com estabilidade no emprego, obrigada a bancar plano de saúde para 450 mil, incluindo até cônjuges e os pais.

Correios já têm prejuízo de R$ 2 bi no ano

VALOR ECONÔMICO
19/12/17

Mesmo após uma série de medidas para reduzir gastos, como fechamento de agências próprias e corte de patrocínios, o prejuízo da estatal em 2017 já alcançava R$ 2,03 bilhões até novembro  17% a mais do que o déficit do mesmo período do ano passado.

A sangria financeira na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) não foi estancada pelo novo governo. Mesmo após uma série de medidas para reduzir gastos, como fechamento de agências próprias e corte de patrocínios, o prejuízo da estatal em 2017 já alcançava R$ 2,03 bilhões até novembro  17% a mais do que o déficit do mesmo período do ano passado.

Será o terceiro ano seguido no vermelho, superando todas as estimativas pessimistas feitas pelo próprio governo. Em meio às discussões sobre uma eventual privatização dos Correios, a Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest) apresentou ao Palácio do Planalto uma projeção que apontava prejuízo de R$ 1,3 bilhão neste ano.

Em uma tentativa desesperada de inverter a trajetória, o ministro Gilberto Kassab (da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações) cruzou a cidade e foi despachar na semana passada com o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra Martins Filho.

Os Correios  vinculados ao Ministério das Comunicações  judicializaram sua disputa com sindicatos em torno do Postal Saúde, empresa responsável pela gestão do convênio médico dos trabalhadores, que representa mais de 80% do rombo acumulado nos últimos três exercícios.

As duas partes passaram o ano inteiro buscando um acordo, mas as tentativas de mediação do TST fracassaram por causa da resistência dos sindicatos à proposta dos Correios. A companhia acaba de entrar com uma ação judicial para reduzir seus aportes e Kassab foi pedir a Ives Gandra que o julgamento ocorra logo no início de 2018. Quanto mais a agonia se prolongar, conforme advertiu o ministro na conversa, mais perto se estará do colapso.

A cada R$ 100 com gastos do plano de saúde, os Correios bancam R$ 93 e os trabalhadores arcam com R$ 7. Hoje o benefício abrange funcionários da ativa e aposentados, mas se estende nas mesmas condições para cônjuges, filhos e pais. Na ação judicial, a estatal pleiteia bancar 100% dos gastos, mas restritos aos empregados (ativos ou inativos), sem dependentes. Dispõe-se ainda a transferir 15% do resultado líquido  em caso de lucro  para abater os custos do convênio.

"É essencial para o nosso equilíbrio e a nossa sustentabilidade", disse o presidente da ECT, Guilherme Campos, que relativiza o déficit verificado neste ano. Para ele, o resultado foi muito prejudicado pelo programa de demissões voluntárias, que teve a adesão total de mais de 6 mil pessoas. A reserva contábil para o pagamento dos incentivos às demissões está sendo feita no balanço de 2017. Ela representa uma despesa adicional de R$ 1,2 bilhão nas contas, mas sem o mesmo impacto imediato no fluxo de caixa porque as indenizações são parceladas em oito anos.

"Sem o PDV e as despesas com o Postal Saúde, estaríamos terminando este ano praticamente no zero a zero", afirmou o presidente. Segundo ele, isso significa que as medidas de austeridade e racionalização tiveram reflexo. Houve fechamento de agências aos sábados, redução do número de unidades da rede própria (sem mexer nas franqueadas), corte de patrocínios culturais e esportivos, adiamento de férias para trabalhadores  a fim de economizar com o adicional, que é de 70% (e não 30%), por acordo coletivo.

Muitos sindicatos e associações de empregados, porém, desconfiam que a cartilha apregoada por Campos ex-deputado federal e hoje vice-presidente nacional do PSD  busca deteriorar as contas da empresa tão somente para tornar menos complicada sua privatização no futuro.

Eles apontam que algumas iniciativas promissoras ficaram estancadas ou tiveram pouco avanço. Um projeto de lei apresentado em maio pela deputada Maria do Rosário (PTRS) dá à administração pública federal a prerrogativa de contratar diretamente os Correios para serviços postais. "Estimativas menos otimistas da própria estatal calculam o valor de R$ 20 bilhões [como potencial de receitas]", afirmam Maria do Rosário e os demais coautores do projeto.

Um aspecto destacado pelos críticos é a queda em torno de 5% nas receitas da empresa. A tentativa de relicitação do Banco Postal, que engordava o caixa dos Correios, fracassou. Concorrentes no mercado de encomendas expressas, que não constituem monopólio, também avançam.

Diante dos três anos seguidos de prejuízo  que já totalizam mais de R$ 6 bilhões , os indicadores operacionais sofreram um tombo. O número de indenizações por perdas, atrasos e roubos de objetos saltou de 7.534 em 2015 para 12.434 em 2017 (até outubro). Houve aumento de R$ 140 milhões para R$ 187 milhões, na mesma comparação, como forma de reparo aos clientes.