Ataques às
atividades sindicais confirmam o
desinteresse da ECT
com o trabalhador (a)
FENTECT
25 de Agosto de 2016
Propostas da
empresa para o ACT 2016/17 desmerecem as atividades sindicais. Comando de
Negociação contesta também o plano de saúde da categoria
Os ataques
sindicais não são de hoje, mas foram confirmados na reunião dessa quarta-feira
(24), em Brasília, entre o Comando de Negociação e a representação da ECT. Durante as
discussões sobre as cláusulas Das Relações Sindicais, foram apresentadas
restrições pela ECT aos sindicatos, como o possível monitoramento por gestores
e a redução drástica de liberações. A empresa alega que os 204 dirigentes
sindicais liberados dão prejuízo à ECT e que a diminuição das liberações podem
ajudar no equilíbrio econômico da empresa.
Como os Correios
insistem em afirmar que a ECT está deficitária, foi sugerido pelos representantes
sindicais que a empresa apresente dados quantitativos das funções existentes na
empresa, além dos valores dessas. Para a categoria é claro o abuso de funções
na ECT, além dos valores exorbitantes que são pagos para beneficiar
apadrinhados políticos nos Correios. Destaca-se que muitos não são funcionários
de carreira.
Foi sugerido ainda
pela representação dos trabalhadores um teto salarial nos Correios de R$ 10 mil
e que o presidente Guilherme Campos dê o exemplo, reduzindo o próprio salário
de R$ 46 mil para R$ 10 mil. O comando relembrou que uma das primeiras ações de
Campos foi elevar a própria renda, contrariando, dessa maneira, o discurso do
déficit nas contas.
É de suma
importância a ECT corrigir várias ações que são verdadeiras sangrias aos cofres
da empresa, como o elevado número de patrocínios, contratações indiretas sem
licitação e, ainda, o excessivo número de funções que funcionam apenas como
cabides de emprego.
Além de não serem
atuais, eses ataques às entidades sindicais são praticados no dia a dia dos
Correios. Muitas vezes, a culpa da sobrecarga de trabalho nas unidades recai
sobre os dirigentes liberados - uma estratégia dos gestores para justificar a
ausência de profissionais em diversos cargos, por falta, na verdade, de
concursos públicos.
Enquanto os
sindicalistas tentam realizar devidamente o trabalho, a empresa coloca impasses
à luta centenária por avanços nos Correios, visando apenas o mercado e
desmoralizar o debate das entidades.
Saúde do
Trabalhador
O intuito da ECT com o retrocesso está em enfraquecer as conquistas, em
especial as relacionadas com a saúde do trabalhador, que é um direito e não
mercadoria. Com os números do Postal Saúde apresentados nesta quinta-feira
(25), é claramente anunciado um plano deficitário, apenas com gastos.
A empresa
demonstrou o custo de R$ 1,6 bilhões em 2015 com o plano. O aumento dos gastos
entre março de 2015 e o mesmo mês em 2016 foi de R$ 650,00 milhões para 835
milhões, respectivamente. No entanto deixou no ar valores correspondentes aos
aluguéis ou mesmo dos salários dos indicados para gerir o plano. E vale
ressaltar que os gastos com cargos administrativos da Postal Saúde foram de R$
14 milhões, registrados em julho de 2016.
A ECT apresentou
ainda um comparativo do plano de saúde dos Correios com a Cassi (Bancários) e
GEAP (Servidores Públicos) que contribuem com mensalidades entre 3% a
19%.
A Postal Saúde afirmou que não está procedendo novas adesões no plano, a não
ser cônjuges ou filhos, mas que um novo plano será apresentado aos futuros
funcionários. Conforme os representantes do plano, essas são exigências da
Agência Nacional de Saúde (ANS).
Os representantes
do Comando de Negociação foram enfáticos sobre não aceitar o pagamento de
mensalidades, uma vez que o piso salarial é de R$ 1.234,00 e, quando aplicado
os descontos, a renda cai para cerca de R$ 800,00 ou R$ 900,00. Não há como
pagar pelo plano de saúde, uma vez que o menor salário praticado entre os
funcionários de empresas estatais e servidores públicos federais são os dos
Correios.
Na época do
CorreiosSaúde, eram os trabalhadores (as) os principais interessados e os
envolvidos na administração do plano, sem altos salários ou alugueis de prédios
por todo o Brasil. Por isso, a pauta de reivindicações requer o retorno do
plano de saúde para o controle da ECT e a extinção do Postal Saúde, pois a
propaganda divulgada pela empresa sobre a economia com o atual plano não
ocorreu. Na contramão, os gastos dobraram.
Por tudo isso, é
tão importante para o comando resistir por nenhum direito a menos dos
sindicatos, que, consequentemente, lutam ao lado de todos os trabalhadores (as)
dos Correios. Somente com as entidades representativas é possível contestar as
arbitrariedades do empregador, bem como avançar na coletividade também com
resultados positivos em lutas individuais, com mais qualidade de vida e
trabalho.
A
FENTECT destaca que é importante lotar as assembleias da categoria previstas
para os dias 05 e 06 de setembro , pois o recado foi dado: não serão permitidas
retiradas de direitos, privatização e tão pouco ameaça à empregabilidade dos
ecetistas.