POSTALIS -
JUSTIÇA BLOQUEIA R$ 260 MILHÕES DE
ACUSADOS EM FRAUDE
ADCAP
atuou vigorosamente para a criação da Força Tarefa Postalis e fez diversas
reuniões com os procuradores responsáveis no sentido de que os responsáveis
pelas fraudes praticadas no Fundo fossem alcançados pela justiça.
Agora,
com a notícia de acolhimento pela Justiça Federal de denúncia de 15 acusados
entre ex-gestores e representantes do BNY MELLON, inclusive com bloqueio de
bens de modo preventivo, vem manifestar sua confiança na condenação dos
responsáveis e na recuperação dos valores desviados.
Direção Nacional da ADCAP.
FT Postalis – Justiça
Federal bloqueia cerca de R$ 260
milhões de acusados
de fraudes no Postalis
Ação teve o sigilo levantado nesta semana e possui 15 denunciados
MPF
10/11/2020
10/11/2020
A
Justiça Federal levantou o sigilo de ação apresentada pela Força-tarefa
Postalis em que 15 pessoas foram denunciadas por fraudes ao
fundo de pensão dos funcionários dos Correios - o Postalis. Antes da retirada
do sigilo, tornaram-se indisponíveis os bens dos acusados até o limite de R$
259,7 milhões. O objetivo foi garantir a reparação do dano causado, em caso de
condenação. A denúncia foi recebida em 1º de junho. São apontados crimes de
gestão fraudulenta e temerária; emissão, oferta e negociação de valor
mobiliário sem lastro; desvio de recursos de instituição financeira; tráfico de
influência e lavagem de dinheiro.
No
documento enviado pela FT Postalis à 12ª Vara Criminal da Justiça Federal no
Distrito Federal, os procuradores relatam que, em 2010, foi realizado aporte do
Postalis no Fundo de Investimentos em Participações Eletronic Trading Brazil –
o FIP ETB, relacionado ao suposto projeto de criação de uma nova bolsa
de valores no Brasil. O investimento se concretizou por meio de duas
empresas do grupo BNY Mellon, uma responsável por serviços financeiros e outra
por gestão de patrimônio. Na ocasião, os gestores do fundo de pensão
autorizaram, de forma fraudulenta, o aporte de quase R$ 118,5 milhões para
aquisição de 25% do patrimônio do FIP ETB. O objetivo do FIP era
adquirir 100% das ações da empresa Marco Polo Latin America S/A – MPLA
(posteriormente denominada ATG - Americas Trading Group S/A).
Para
que a operação ilícita fosse realizada, foi utilizada avaliação
econômico-financeira (valuation) fraudulenta, superestimando o valor da
Marco Polo. Para isso, Marco Túlio Fiorese e Renato Zanetti Godoi - sócios da
empresa que realizou
a avaliação econômico-financeira – elaboraram documento afirmando
que a Marco Polo valia cerca de R$ 470 milhões. Acontece que a cifra não
correspondia ao valor econômico dos ativos, levando o Postalis a investir
recursos incompatíveis com a realidade. Ainda segundo a denúncia, diligências
comuns adotadas por gestores de entidades fechadas de previdência complementar
sequer foram aplicadas.
A
ação penal explica que o contato entre os empresários e os executivos do fundo
de pensão foi intermediado por Milton de Oliveira Lyra Filho. Esse último
recebia, pelo menos, 10% do valor total investido no FIP ETB, a pretexto
de influir na decisão dos gestores para o investimento. As investigações
revelaram ainda que Milton Lyra recebeu, pelo menos, R$ 15,7 milhões. A manobra
foi marcada por meio da aquisição de ações da IDTV Tecnologia e Comunicação
S.A, de contratos fictícios de consultoria e pela celebração de
contrato de opção de compra de 4,5% das ações preferenciais da MPLA.
“Foram
tantas as irregularidades levantadas pela Superintendência Nacional de Previdência
Complementar - PREVIC37, pela Comissão de Valores Mobiliários – CVM38, bem como
pela auditoria interna dos Correios, que se evidencia que todo o processo de
investimento no FIP ETB não passou de uma espécie de simulação para promover o
desvio dos recursos garantidores do Postalis, em esquema ilícito que contou com
a participação das empresas investidas, da instituição financeira
administradora e gestora do fundo, dos responsáveis pela avaliação do
investimento e pelos administradores do fundo de pensão que decidiram realizar
um investimento tão desastroso”, explicam os procuradores da FT.
O
MPF pede a condenação dos denunciados e a reparação econômica e moral das
vítimas no valor total estimado de R$ 779.107.242,00. O montante equivale ao
triplo do total do prejuízo causado ao fundo de pensão, que, em números
atualizados, atinge R$ 259.702.414,06.
Sobre o Fundo - O Postalis é
mantido com recursos dos funcionários da Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos (ECT) e está entre os 15 maiores fundos de pensão do Brasil em
volume de recursos administrados. Quanto ao número de participantes ativos, é o
maior do país.
Essa
é a segunda denúncia apresentada pela Força-Tarefa Postalis. Constituída em
agosto de 2019, a FT é formada por procuradores do MPF e conta com o auxílio de
auditores dos Correios. Seu objetivo é concentrar a apuração dos crimes contra
o sistema financeiro e, eventualmente, lavagem de capitais, além de outros
delitos conexos, praticados contra o Fundo de Pensão Postalis. Nesse sentido, a
FT assumiu as investigações das operações Pausare e Rizoma e dará continuidade
às demais apurações sobre o assunto.
Número
do processo: 1017546-70.2020.4.01.3400
Íntegra
da denúncia e do recebimento da denúncia
Rol de acusados:
1
- Alexej Predtechensky (Postalis);
2
- Adilson Florêncio da Costa (Postalis);
3
- Ricardo Oliveira Azevedo (Postalis);
4
- Mônica Christina Caldeira Nunes (Postalis);
5
- José Carlos Rodrigues Sousa (Postalis);
6
- José Carlos Lopes Xavier (BNY Mellon);
7
– Arthur Mário Pinheiro Machado (MPLA);
8
– Milton de Oliveira Lyra Filho (Intermediador);
9
– Martin Fernando Cohen (MPLA);
10
- Patrícia Bittencourt de Almeida Iriarte (MPLA);
11
– Rafael Padilha Calábria (BMA);
12
- Renato Zanetti Godoi (Baker Tilly);
13
- Marco Túlio Fiorese (Baker Tilly);
14
- Sérgio Luiz Botelho Battaglia (BNY Mellon) e
15
– Carla Lúcia Lopes (BNY Mellon).
Assessoria de Comunicação
Procuradoria da República no Distrito Federal
(61) 3313-5460 / 5459 / 5458
www.mpf.mp.br/df
twitter.com/MPF_DF
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