sexta-feira, 21 de novembro de 2014

21/11/2014 - Notícias sobre os Correios 

Esquema de corrupção nos Correios usava código para destino de verba
G1
20/11/2014
Depois de mostrar com exclusividade o depoimento que revelou detalhes do funcionamento de um suposto esquema de corrupção nos Correios do Rio para desviar verba no fundo de saúde, o RJTV revelou nesta quinta-feira (20) o destino do dinheiro e o código usado por suspeitos para se referir ao local. O advogado do ex-funcionário da companhia, João Maurício Gomes da Silva, disse que o seu cliente revelou que a verba ia para Brasília e os suspeitos se referiam à cidade como "igreja".
Investigações do Ministério Público Federal e da Polícia Federal desvendaram o caminho que o dinheiro percorria, saindo dos cofres dos correios até chegar às mãos dos integrantes da quadrilha. Segundo o RJTV, o esquema envolvia médicos, hospitais e empresas de material cirúrgico e o papel dos médicos na fraude era transformar cirurgias de rotina em casos urgentes.
O caráter emergencial livrava os suspeitos de cotações de preço. Os hospitais ligados ao grupo aceitavam o procedimento, e encomendavam materiais superfaturados.
Empresas previamente selecionadas vendiam os materiais cirúrgicos por valores até 900% acima do preço real.  O dinheiro pago a mais era devolvido pela empresa de material médico e distribuído para todos os participantes da fraude.
Como mostrou o RJTV, por uma cirurgia que custava R$ 60 mil, o plano de saúde dos Correios chegou a pagar R$ 900 mil.
Os detalhes foram revelados por João Maurício, que entrou na estatal como carteiro e chegou ao segundo posto da hierarquia da empresa no Rio. Depois de confessar ter participado do esquema de 2011 a 2013, João Maurício fez um acordo de delação premiada, e revelou quanto cada um dos envolvidos ganhava.
"A média no inicial de acordo com as investigações na qual eu tomei conhecimento chegava no mínimo cem mil reais por mês", afirma.  Ele acusa o ex-diretor regional dos correios no Rio, Omar de Assis Moreira, de comandar a cobrança de propina para desviar dinheiro do plano de saúde dos funcionários.
No depoimento aos procuradores, João Maurício disse que o ex-chefe chegou a pedir a ele que conseguisse um emprego para a filha. Disse ainda que o emprego foi conseguido por um dos integrantes da quadrilha, numa empresa de material cirúrgico que veio a participar do esquema.
Segundo o Ministério Público, as fraudes comprovadas até agora chegam a R$ 7 milhões. Mas, pelas provas e depoimentos colhidos até agora, o valor que foi desviado dos correios pode ter sido muito maior.
Segundo o advogado de João Maurício, o dinheiro arrecadado com a fraude não ficava só com a quadrilha no Rio. Os envolvidos criaram um código: chamavam de "dinheiro da igreja" uma parte do valor que seria desviada para pessoas em Brasília.
A nomenclatura utilizada pelo João Mauricio e os demais é que esses valores seriam destinados à igreja e seria Brasilia, especificadamente constando nos autos do MPF.
Correios se pronunciam
Segundo os Correios, casos com indícios de fraudes dessa natureza foram identificadas pelos mecanismos de controle da empresa e o então diretor regional do Rio de Janeiro, Omar de Assis Moreira, solicitou à PF investigação sobre o assunto, em junho de 2013, além de instaurar processo de sindicância interno e constituir grupo de trabalho para apoiar a apuração da PF.
Ainda de acordo com a empresa, em setembro de 2013, a Administração Central dos Correios em Brasília também encaminhou denúncia sobre o assunto ao Ministério Público Federal.  Os casos sob suspeita estão listados na investigação interna, que está em fase final, com acompanhamento da Controladoria Geral da União (CGU). Os Correios afirmam que não têm conhecimento de envolvimento de empregados de Brasília em qualquer irregularidade relacionada à gestão do plano de saúde no Rio de Janeiro, bem como questionam a existência de provas que comprovem declarações tão graves.
A empresa também acrescentou que o diretor regional está atualmente afastado por determinação judicial para preservar a condução de processo judicial sobre o assunto e acrescenta que, caso as irregularidades sejam comprovadas, os responsáveis serão punidos conforme previsto nos normativos internos e na legislação brasileira. Até que isso ocorra, a empresa repudia o pré-julgamento de quaisquer funcionários com base em suspeitas ou denúncias que ainda não estejam comprovadas.
O RJTV tentou contato com Omar Moreira que, no entanto, não foi localizado para responder às acusações.
Esclarecimento sobre investigação de eventuais irregularidades no plano de saúde
Correios
19/11/2014
Com relação às reportagens sobre eventuais irregularidades na gestão do plano de saúde dos Correios no Rio de Janeiro, esclarecemos que o assunto já vem sendo apurado pela empresa, com apoio da PF, desde 2013.
Atualmente afastado por determinação judicial, o próprio diretor regional da empresa no Rio de Janeiro, Omar de Assis Moreira, foi quem solicitou, em junho de 2013, a investigação conduzida pela Polícia Federal a respeito de possíveis irregularidades na gestão do plano de saúde.
Moreira também instaurou processo de sindicância interno e constituiu grupo de trabalho para apoiar a apuração da PF. Denúncia sobre o caso foi encaminhada ao Ministério Público Federal, em setembro de 2013, pela Administração Central dos Correios em Brasília.
A sindicância interna a respeito dos fatos, conduzida atualmente por órgão corregedor dos Correios em Brasília, está em fase final e é acompanhada pela Controladoria Geral da União (CGU).
Ou seja, os fatos documentados comprovam que os Correios não apenas identificaram as eventuais irregularidades na gestão do plano de saúde no Rio de Janeiro, como também tomaram todas as providências necessárias para a completa apuração. Caso as irregularidades sejam comprovadas, os responsáveis serão punidos conforme previsto nos normativos internos e na legislação brasileira.
A empresa repudia o pré-julgamento de seus funcionários com base em suspeitas ou denúncias que ainda não estejam comprovadas.
E-mail — O e-mail citado pelas reportagens, de autoria do empregado João Maurício Gomes da Silva, foi enviado ao então diretor regional da empresa no Rio de Janeiro, Omar de Assis Moreira, em 28 de agosto, e no mesmo dia foi encaminhado pelo diretor regional à área de controle disciplinar dos Correios, que já apurava o assunto.
A Comissão de Sindicância instituída pelos Correios convocou João Maurício Gomes da Silva para prestar esclarecimentos, no Rio de Janeiro, em 30 de setembro e em 7 de outubro. As convocações foram realizadas por carta e por telegrama, diretamente ao empregado e também ao seu advogado, mas não foram atendidas em nenhuma das duas ocasiões. O empregado foi dispensado da função por ato administrativo do diretor regional Omar de Assis Moreira em outubro de 2013, assim que os Correios do Rio de Janeiro foram comunicados do seu indiciamento.
O empregado Marcos Esteves trabalhava na área de saúde desde 2009 (anteriormente, portanto, à nomeação de Omar de Assis Moreira como diretor regional) e foi afastado das atividades na empresa, tendo o contrato de trabalho suspenso.
Funcionários dos Correios encerram greve na região metropolitana de SP
Folha SP
20/11/2014
Após acordo com funcionários para o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), nesta quarta-feira (19), foi encerrada a greve parcial dos Correios em São Paulo.
A paralisação foi iniciada na última quarta-feira (13), apenas na região metropolitana. O movimento mobilizou cerca de 20% da categoria.
Segundo os Correios, as agências foram abertas normalmente e todos os serviços –exceto os de entrega com hora marcada– continuaram disponíveis.
Em nota, o Findect (Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios) comemorou o fim das negociações e disse que o processo foi uma "novela" que se arrastou por sete meses.
O acordo, firmado no TST (Tribunal Superior do Trabalho), prevê que o PLR de 2013 seja pago na primeira semana de dezembro.
O valor fixado foi proposto pelo vice-presidente do TST, ministro Ives Gandra, sendo o mínimo de R$ 614,00 e máximo de R$ 711,00.
Também por meio de nota, os Correios destacam que os trabalhadores que aderiram ao movimento irão compensar os dias parados.

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