Presidente dos
Correios diz que encontrou a casa ‘bagunçada"
O Globo
26/01/2017
26/01/2017
O presidente dos Correios, Guilherme
Campos, disse nesta quinta-feira que encontrou a estatal "bagunçada"
e que sua missão é recuperar a estatal. O desabafo foi feito diante do ministro
do Planejamento, Dyogo de Oliveira, durante seminário sobre a nova lei das
estatais e boas práticas na gestão pública.
Ao GLOBO, Campos disse que quer mudar a lei
que obriga a universalização dos serviços dos Correios, ou seja, que estejam em
todos os municípios. Para ele, a empresa precisa se adequar à realidade
tecnológica e voltar a ter excelência em serviços como o Sedex.
Campos disse que recebeu do presidente Michel
Temer a "missão"de recuperar a estatal e que isso só será possível se
enfrentar a realidade. Ele afirmou ainda que o programa de demissão voluntária
(PDV) já teve a adesão de 1.200 servidores, sendo que a meta é chegar de seis a
oito mil no PDV. Os Correios têm 117 mil servidores, com presença em todos os
municípios do país.
— Recebi a missão de recuperação da empresa.
Só não avisaram que a Casa estava tão bagunçada. Mas vamos lá. Ë uma senhora
empresa, tenho certeza de que vai se recuperar — disse Campos, que foi uma
indicação política para o cargo.
Diante do desabafo, o ministro do
Planejamento brincou:
— Se fosse outra a situação, chamava outro.
Ao ser perguntado sobre o desabafo, Campos
disse:
— Não é desabafo, é a constatação da
realidade.
Ele disse que o futuro dos Correios está numa
nova logística, ancorada nos meios eletrônicos
— E o Sedex tem que voltar a ter aquela
confiabilidade — disse ele.
Campos ainda disse que é preciso rediscutir a
universalização dos serviços, já que hoje o serviço postal não é mais o centro
das comunicações como no passado.
— Estamos discutindo mudar o arcabouço legal
sobre a obrigatoriedade de presença em locais que hoje não são mais necessários
— disse Campos AO GLOBO, ao final do encontro.
CAIXA
O presidente da CEF, Gilberto Occhi, também
presente ao encontro, disse que as regras do PDV do banco devem ser chegar
nesta sexta-feira ao Ministério do Planejamento, por meio do ministério da
Fazenda. Ele disse que o PDV deve ter a adesão de dez mil servidores.
Durante o seminário, ele disse ainda que a
CEF está em discussão com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para utilizar os
dados biométricos do tribunal como dados do banco Ele disse ainda que a CEF está adiantada na
adoção dos parâmetros da nova lei das estatais e da CVM (Comissão de Valores
Mobiliários).
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