quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Funcionários dos Correios em Sorriso paralisam atividades 

Só Notícias
17/08/2016

A unidade do município amanheceu com vários cartazes informando sobre a greve da categoria. Um deles aponta que os trabalhadores reivindicam a não privatização da empresa pública, segurança nas agências, concurso público para preenchimento de vagas e que os carteiros possam realizar as entregas das encomendas na parte da manhã. Em Lucas do Rio Verde, a agência está funcionamento normalmente. Porém, com redução de funcionários que aderiram ao movimento grevista. Só Notícias tentou contato com a direção da unidade em Sinop, que não quis se pronunciar sobre a greve. Até o momento, as duas agências, na avenida das Embaúbas e no bairro Jardim Botânico, estão em funcionamento. A greve iniciou, ontem, atingindo várias unidades de Cuiabá e Várzea Grande. Alguns funcionários dos municípios de Lucas do Rio Verde, Nova Mutum e Rondonópolis também já sinalizaram pela adesão. A greve regional ainda não discutirá questão salarial, segundo informa o diretor jurídico do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Mato Grosso (Sintect-MT), Alexandre Aragão, que deverá ser requisitada no próximo mês em Brasília. Ele explica que a insegurança nas unidades é um fator que contribuiu para a paralisação, que não tem data para terminar. A categoria reivindica contratação de mais vigilantes e instalação de portas giratórias. O diretor aponta ainda que o clima extremamente quente e seco nessa época do ano, compromete a saúde dos entregadores e sugere que a melhor alternativa é mudar o horário de entregas das correspondências, somente para o período matutino. Em setembro do ano passado, trabalhadores paralisaram os serviços por 12 dias, sob protesto por mais segurança e reajuste salarial.
Comando de Negociação e ECT fecham calendário para reuniões da campanha salarial

FENTECT
17 de Agosto de 2016 
Nesta quarta-feira (17), conforme acordado entre o Comando de Negociação da FENTECT e a ECT, na última semana, foi realizada a primeira reunião da Campanha Salarial 2016/17, na Universidade dos Correios, em Brasília. Compareceram 28 representantes dos trabalhadores (as), pela FENTECT, de várias partes do País. Também estava presente o novo presidente dos Correios, Guilherme Campos, na abertura do encontro.
Em acordo entre as partes, o calendário das próximas reuniões, para debater as cláusulas para o Acordo Coletivo de Trabalho 2016/17, seguirá a seguinte ordem:
18/08 - Das Questões Sociais
23/08 - Das Disposições Gerais
24/08 - Das Relações Sindicais
25/08 - Da Saúde do (a) Trabalhador (a)
30/08 - Das Condições de Trabalho
31/08 - Dos Benefícios
01/09 - Das Questões Econômicas
08 e 09/09 – Pendências
Neste primeiro encontro, ficou determinado que a mesa de negociação será formada por todos os integrantes do Comando de Negociação, conforme os anos anteriores. A representação dos trabalhadores (as) solicitou dados sobre contratação direta, venda e locação de imóveis sem licitação, despesas com plano de saúde, custos de despesas com pessoal detalhados ao máximo e despesas detalhadas do desempenho econômico financeiro. Ainda, a quantidade de pessoas fora do quadro da empresa na Postal Saúde e CorreiosPar, entre outras informações pertinentes para transparência com a categoria.
O comando solicitou também que a ECT cumpra com as cláusulas e o Acordo vigente. A representação salientou que debaterá o que já é direito dos trabalhadores, seja por lei ou acordado entre as partes.
O presidente dos Correios demonstrou preocupação com as paralisações durante a campanha salarial e fez o compromisso de participar de alguns momentos da mesa. Além disso, pediu aos trabalhadores (as) atenção ao déficit de R$ 2,1 bilhões, que pode chegar à cifra de R$ 3,9 bilhões, caso a ECT precise arcar com a RTSA e afirmou que o maior custo da empresa é com as despesas de pessoal e o Postal Saúde é a maior sangria com custo de R$ 1,6 bilhão em 2015.
Segundo a ECT, em 2014 a empresa começou a apresentar prejuízo. Este ano, de acordo com as contas dos Correios, os gastos com despesa de pessoal marcaram 64%. O Comando de Negociação solicitou dados ainda mais precisos para os debates das próximas semanas.
Não à Privatização
O presidente dos Correios disse aos representantes dos trabalhadores (as) que o presidente interino do Brasil, Michel Temer, descartou a possibilidade de privatização da empresa. Afirmação contestada pelos presentes, que pediram a formalização do posicionamento do governo federal, tendo em vista que não há nenhuma nota oficial ou lançada pela mídia sobre o assunto e garantiram, também, que as negociações continuarão sendo pautadas na luta pela não privatização dos Correios e pela empresa 100% estatal.

As reuniões continuam nesta quinta-feira (18), a partir das 9h30, na Universidade dos Correios, em Brasília.
Encomenda desaparece

Agora Uol
17/08/2016
O comerciante Adriano da Silva, 54 anos, de Santo André (ABC), conta que, no dia 11 de maio, enviou peças para telecomunicações, pelos Correios, que foram extraviadas.
Correios pagarão indenização
Segundo o leitor, no dia 14 de junho, os Correios informaram o prazo de 30 dias para o ressarcimento ou a devolução dos objetos, se fossem encontrados. 
"Fiz seguro de R$ 5.000. O prazo deles já venceu e não recebi nada", queixa-se. 
"Todos os dias ligo para ter uma resposta e sempre alegam que estão solicitando o pagamento com urgência e não podem fazer mais nada. É absurdo", afirma. 
Correios
Tel.: 0800-7257282 
Correios pagarão indenização
Os Correios informam que o objeto mencionado pelo leitor foi considerado extraviado, motivo pelo qual o remetente tem direito à indenização prevista para o serviço contratado.

Encomenda desaparece
A empresa afirma que esclareceu ao cliente, pelo sistema Fale com os Correios, que o pagamento será creditado na conta-corrente informada em até dez dias úteis, a contar do dia 10 deste mês. 
Ao Agora Silva disse que aguardará o depósito. 
Entenda por que o comitê organizador da Rio- 16 agora precisa de recursos públicos

Estadão
16/08/2016
A Prefeitura do Rio anunciou nesta segunda-feira (15) que vai repassar recursos para o Comitê Rio 2016. O prefeito Eduardo Paes (PMDB) afirmou que o dinheiro servirá para viabilizar a Paraolimpíada, que acontece em setembro. 
Nas últimas semanas, os organizadores insistiram em dizer que não usariam verbas públicas para os Jogos. Entenda por que o comitê organizador precisa dessa ajuda financeira e por que ela está sendo dada quando a Olimpíada já está em andamento.

Por que o comitê organizador precisa de recursos públicos?
O comitê organizador Rio-2016, responsável pela operação da Olimpíada e Paraolimpíada, não conseguiu financiar os eventos apenas com recursos privados. A entidade recebe dinheiro do COI (Comitê Olímpico Internacional), de patrocinadores mundiais e locais dos eventos, venda de ingressos, licenciamento de produtos, entre outras receitas. 
Elas não foram suficientes para bancar a operação da Olimpíada e Paraolimpíada. O comitê é o responsável pela alimentação e transporte dos atletas, hospedagem, atendimento da imprensa, público, realização das cerimônias de abertura e encerramento, entre outros serviços operacionais. 
Qual o orçamento do comitê?
De acordo com a última informação divulgada, no ano passado, as despesas do comitê organizador Rio-2016 estão estimadas em R$ 7,4 bilhões. Esses dados foram divulgados antes dos cortes de gastos realizados pela entidade. Inicialmente, afirmou-se que as economias tinham como objetivo não superar esse valor. Contudo, o comitê precisou fazer gastos emergenciais na reta final da preparação –como os reparos na Vila Olímpica, que custaram cerca de R$ 20 milhões – e não se sabe qual o orçamento final. 
Qual o déficit do comitê organizador?
Não há valor oficial, até porque o cálculo final depende de algumas variáveis, como a venda de ingressos ainda em curso. Estimativas indicam que serão necessários R$ 270 milhões para ajudar o comitê organizador a fechar as contas. 
O comitê errou ao gerar déficit na operação dos eventos?
Não é possível saber, já que há poucas informações sobre contratos e salários da entidade. A crise econômica afetou pouco os patrocínios, pois a maioria dos contratos foram assinados antes de 2014. Mas ela pode ter reduzido a procura por tíquetes por parte do público. 
De acordo com a Latam Viagens, operadora que vende com exclusividade os pacotes de hospitalidade, afirmou que "o nível de confiança do consumidor foi afetado em função das incertezas do cenário econômico do país. Este comportamento de compra do consumidor reflete em diversos setores e não foi diferente com a Olimpíada. A operadora sentiu o consumidor mais cauteloso para fechar um pacote para acompanhar os Jogos". 
A ajuda anunciada pela Prefeitura do Rio é a primeira a ser feita?
Não. Ao longo de toda a preparação, os governos federal e municipal se responsabilizaram por serviços que, inicialmente, eram responsabilidade do comitê organizador. A União assumiu a segurança interna das arenas, com agentes da Força Nacional. Comprou também equipamentos esportivos. A Prefeitura do Rio cedeu garis para fazer a limpeza dos estádios. Tudo isso livrou o comitê de realizar mais gastos. 
Além disso, o governo do Estado também fez um programa de incentivo fiscais em que empresas repassaram cerca de R$ 350 milhões ao comitê. 
O rombo é culpa da Paraolímpiada?
Não. O orçamento do comitê organizador é único para Olimpíada e Paraolimpíada. Sabia-se desde o início que o segundo tem menos procura e não se sustenta sozinho. Em todas as edições dos Jogos, a Paraolimpíada é mantida com recursos arrecadados na Olimpíada. A primeira justificativa dada para a ajuda era as cerimônias de abertura e encerramento dos dois eventos. Nos dois casos, são argumentos para sensibilizar a opinião pública. No caso da Paraolimpíada, ela é afetada porque é o último evento a ser realizado –quando o caixa já estará combalido. Mas sempre se soube que ela precisaria de apoio dos recursos dos Jogos principais para se pagar. 
O déficit já era esperado?
No dossiê de candidatura do Rio, entregue ao COI em 2009 quando a cidade disputava sediar o evento, previa-se que um quarto da receita do comitê organizador viria de recursos públicos. Contudo, depois decidiu-se que o comitê não receberia recursos diretos dos governos.
 
Apesar disso, o COI exigiu que o poder público desse garantias de que cobriria um eventual déficit do comitê organizador A lei do Ato Olímpico autorizou a União a cobrir esse rombo –o que foi revogado no ano passado. Estado e Prefeitura do Rio também deram essa garantia. 
Por que os recursos não foram repassados antes?
Dois fatores contribuíram para a necessidade de repasse emergencial durante o evento. O principal é a crise econômica e a dificuldade política e financeira em usar verba pública para a operação do comitê.
Outro motivo é a tentativa do comitê organizador de fugir da fiscalização de órgãos de controle, como o TCU (Tribunal de Contas da União). 
Os gastos do comitê são fiscalizados?
Atualmente, nenhum órgão de controle faz a fiscalização dos gastos do comitê. O TCU tem instaurado um processo de 2014 em que recebeu sob sigilo planilha de gastos com salários e serviços da Rio-2016. 
A análise, porém, foi suspensa após ser retirada da lei do Ato Olímpico a previsão de cobertura de déficit por parte do governo federal –motivo legal para a abertura do processo. A mudança foi um pedido do próprio comitê, incomodado com a auditoria do TCU. 
Embora a garantia de cobertura ainda exista por parte do Estado e município, nem TCE (Tribunal de Contas do Estado) nem TCM (Tribunal de Contas do Município) têm processos para fiscalizar o comitê. A Justiça Federal exigiu que o comitê apresente detalhamento de receitas e despesas, após ação proposta pelo MPF (Ministério Público Federal). 
Por que não é fiscalizado, se o comitê já recebeu ajuda dos governos?
A ajuda recebida pelo comitê organizador veio por meios que fogem da fiscalização. A interpretação inicial do TCU e do MPF, órgãos mais atuantes nesse caso, é de que a fiscalização plena só pode ocorrer caso o comitê receba diretamente recursos do Tesouro. 
O primeiro apoio veio por meio de patrocínio dos Correios, de R$ 300 milhões, em 2014. Essa forma de repasse, a princípio, não prevê fiscalização. 
Quando a União assume serviços e compras do comitê, o TCU pode fiscalizar apenas essas compras específicas, feitas por órgãos do governo. Mas não as contas do comitê, já que a entidade não manejou essa verba. 
Os dois modelos, porém, são lentos. O governo só pode ser ágil agora caso decida fazer compras sem licitação –o que exigiria desgaste político. O patrocínio de empresas de economia mista, como a Petrobras, exige aprovação na diretoria num momento de crise econômica. 
Por este motivo, discute-se um convênio com a Prefeitura do Rio, ente que tem alguma disponibilidade de caixa no momento, e não tem fiscalização do TCU. Como dito anteriormente, apesar de ter instrumentos jurídicos, o TCM não analisa as contas do comitê. 
Como a previsão legal de cobertura por parte do governo federal foi retirada do Ato Olímpico, o TCU anda não concluiu se tem ou não instrumentos legais para fazer a fiscalização. O MPF afirma que o fato do governo federal ter assumido responsabilidades do comitê faz com que a entidade seja passível de fiscalização. 
Os comitês de Jogos anteriores precisaram de ajuda dos governos?
De acordo com o Comitê Rio 2016 e com o COI, a maioria das sedes contou com ajuda de recursos públicos para viabilizar os Jogos. 
Em uma entrevista coletiva pouco antes de a Olimpíada começar, o comitê de candidatura de Paris, por exemplo, também afirmou que a prefeitura da capital francesa colocará dinheiro, caso consiga vencer a concorrência. 
Correios oferece soluções para candidatos nas eleições municipais

Alagoas 24horas
16/08/2016
Para atender às necessidades dos candidatos e partidos políticos nas eleições municipais deste ano, os Correios lançaram uma página com orientações sobre produtos e serviços adequados à nova legislação eleitoral. O hotsite eleições oferece todas as soluções para uma comunicação efetiva e direta com os eleitores.
A página, que pode ser acessada pela internet ou por dispositivos móveis, traz orientações de como divulgar propostas, conhecer a opinião dos eleitores e enviar materiais e documentos sobre a campanha. Os interessados também podem consultar CEPs, tarifas, prazos e contatos comerciais, além do resumo da legislação e calendário eleitoral.
O principal produto oferecido pelos Correios é a mala direta que, segundo pesquisa realizada pela empresa no ano passado, é a comunicação mais valorizada pelos eleitores. Os Correios também mantêm calendário de palestras voltadas a assessores e candidatos interessados.

A lei 13.165/2015, conhecida como Reforma Eleitoral, trouxe uma série de alterações, como a redução dos custos das campanhas eleitorais e o tempo menor para as ações de propaganda. O prazo limite para postagem de propaganda eleitoral no primeiro turno é 23 de setembro e, para o segundo, 21 de outubro.
Cobrança de contribuição extraordinária
Fundo BD Saldado


Prezado Associado,
Informamos que, face agravo interposto pelo Postalis,  no último dia 22/07 o Desembargador Flavio Rostirola, do TJDFT, suspendeu os efeitos da liminar do processo número 2016011055761-4, da 3ª. Vara Civil, que havia interrompido a cobrança da contribuição extraordinária para equacionamento do déficit (2014) aos participantes associados da ADCAP – Associação dos Profissionais dos Correios. 
A ADCAP interpôs recurso, no entanto, em 17/08/16, a decisão foi mantida, ou seja, o desconto da contribuição extraordinária deverá ser retomado na folha deste mês e o respectivo montante depositado em juízo. Segundo informações do Postalis, o desconto a ser ora processado será relativo apenas à parcela de agosto/16. 
Esclarecemos que esta decisão não encerra o assunto. As ações continuam sendo discutidas na justiça e persistimos, através de nossos advogados, trabalhando no sentido de obter o quanto antes novas decisões favoráveis aos nossos associados. 
Tão logo tenhamos novas informações, divulgaremos.

Direção Nacional da ADCAP.

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Promotor diz que estado não fez esforço para
cobrar devedores

O Globo
16/08/2016

RIO - Enquanto as contas do estado seguiam para o fundo do poço, ainda em janeiro, o governo do Rio decidiu criar uma força-tarefa para fechar o cerco aos grandes devedores. Sete meses depois, o responsável pela Coordenadoria de Combate à Sonegação Fiscal (Coesf), promotor Rubem Vianna, informa que o trabalho não teve qualquer resultado e nem um real foi recuperado para os cofres públicos pela tão anunciada Comissão Interestadual de Recuperação de Ativos (Cira). O promotor afirma que, até hoje, a Fazenda só realizou uma reunião da comissão (em 29 de março), embora o estado enfrente dificuldades na arrecadação de impostos e venha descumprindo suas obrigações devido à crise e ao encolhimento das receitas.

Hoje, os débitos dos 20 maiores devedores do governo são praticamente suficientes para cobrir o déficit do caixa este ano: R$ 18,2 bilhões. O levantamento foi feito pela Procuradoria Geral do Estado (PGE), em resposta a um pedido do GLOBO pela Lei de Acesso à Informação. 

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A dificuldade do estado na cobrança dos débitos esbarra na morosidade do Judiciário. Os processos se arrastam na 11ª Vara de Fazenda Pública da capital, a única que tem esta atribuição. Até dezembro, de um total de 101.258 processos que constavam no acervo geral, 76.677 (77%) estavam paralisados há mais de 90 dias. Apenas 321 processos tinham sentenças (cerca de 0,3%). O resultado disso, no ano passado, foi um índice de recuperação de pouco mais de 1%: cerca de R$ 697 milhões.

“NENHUMA PROVIDÊNCIA FOI ADOTADA"

Em tom de desabafo, Vianna diz, em nota, que a Secretaria estadual de Fazenda, que deveria presidir a comissão, ainda não fez qualquer esforço para que os trabalhos avancem.

“Desde então, nenhuma providência foi efetivamente adotada pela Fazenda estadual, tampouco outro encontro foi agendado, permanecendo, portanto, lamentavelmente, o mesmo quadro que precedeu e justificou a união de esforços no sentido de equacionar um problema que vem inviabilizando a atuação do Estado no cumprimento de suas atribuições constitucionais”, informa o promotor. 


A Cira foi instituída um mês depois de ocorrer um grande mal-estar entre a Coesf e a Fazenda, que cortou o acesso do MP à base de dados para fiscalização de devedores do ICMS (principal fonte de arrecadação estadual). A interrupção aconteceu após o MP começar a investigar as ações fiscais de empresas ligadas ao grupo Petrópolis. Três das distribuidoras de bebidas da cervejaria, Imapi, Leyroz e Praiamar, acumulam um contencioso de cerca de R$ 1 bilhão com o estado. As distribuidoras estão sendo investigadas pela Operação Lava-Jato.

Se recuperados, os débitos dessas grandes empresas poderiam ajudar a evitar o colapso financeiro, assim como garantir o pagamento em dia dos funcionários, que têm recebido salário atrasado. O problema é recuperar o passivo.

Pelo menos R$ 9,5 bilhões dos débitos dos grandes devedores são considerados pela PGE como de difícil recuperação. Desse montante, R$ 2 bilhões são atribuídos a empresas supostamente laranjas na distribuição de combustíveis, sem patrimônio e com sede fantasma. Esses são os casos da Arrows Petróleo do Brasil Ltda. e American Lub do Brasil Ltda., mais conhecida como Dinamo.

A Arrows e a Dinamo já foram alvos de denúncias na Justiça sobre um esquema de empresas de distribuição de combustível ligadas ao empresário Ricardo Magro, investigado por sonegação de ICMS. Magro foi preso em junho, acusado de lesar em R$ 90 milhões os fundos de pensão Postalis, da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ETC), e Petros, da Petrobras. Ele foi solto após pagar fiança de R$ 4 milhões.

Outras empresas ligadas a Magro também aparecem na lista de devedores do estado como a Refinaria de Manguinhos e a Rodopetro Distribuidora de Petróleo. Somadas, as dívidas de ambas chegam a R$ 1,3 bilhão, aponta a PGE.

Manguinhos é conhecida no mercado de combustíveis por movimentar uma indústria de liminares no Judiciário fluminense para não recolher ICMS e, assim, vender combustíveis mais baratos.
Os procuradores avaliam como praticamente perdidos outros R$ 2,2 bilhões que envolvem massas falidas como Varig, Mesbla e Cimobras Indústria de Molas BR. Primeira no ranking de devedores do estado, a Petrobras tem R$ 4,4 bilhões de débitos em discussão judicial.

TÉCNICOS COM AGENDA LOTADA

Evitando polemizar, o governador em exercício, Francisco Dornelles, disse que o estado aposta na venda na chamada securitização da dívida ativa para recuperar receitas para o estado. A operação consiste na venda da dívida ativa, que está na casa dos R$ 66 bilhões, para bancos privados. O estado espera conseguir cerca de R$ 3 bilhões com a negociação, que ainda depende do aval do Tribunal de Contas da União. Dornelles disse que em 2015 houve um volume muito grande de cobranças judiciais e que considera “extremamente importante” o combate aos sonegadores:

— Quero conhecer as ideias desse promotor e aproveitá-las, se possível.

Em nota, a Fazenda informa que novos encontros do Cira não foram marcados devido à“agenda lotada dos técnicos” por causa da crise do estado e que está tomando providências para que as reuniões sejam retomadas. A Fazenda afirma que o combate à sonegação é prioridade e que tem adotado procedimentos como malhas fiscais, cobrança administrativa, monitoramento de grandes contribuintes e operações volantes, inteligência fiscal e aumento do número de fiscalizações, entre outros. Segundo a pasta, mais de mil empresas foram contatadas pelos auditores fiscais do Polo de Cobrança Amigável da secretaria, o que resultou na negociação de cerca de R$ 500 milhões de débitos de ICMS (em pagamentos à vista ou parcelados).

Participam da Cira promotores, auditores da Fazenda e policiais da Delegacia de Combate a Crimes Fazendários, entre outros.

As empresas citadas questionam os valores atribuídos como inscritos em dívida ativa pela Procuradoria e afirmam que os débitos estão sendo discutidos na Justiça. A Petrobras informa que os valores “representam contencioso judicial fruto da divergência de interpretações da legislação entre a empresa e o estado”.

A empresa de Correios e Telégrafos disse que os lançamentos são relativos a ICMS e IPVA, os quais, tendo os Correios imunidade tributária, não são devidos. A Star One disse estar em dia com suas obrigações fiscais junto ao estado: “Eventuais discussões quanto à ilegalidade ou inconstitucionalidade do tributo são discutidas junto ao poder judiciário”.

A Light informou que a dívida está em discussão na Justiça. Contudo, a empresa entende que não deve os R$ 555 milhões mencionados pela PGE. A Nextel afirma que não reconhece o débito reportado e, portanto, está discutindo a questão administrativa e judicialmente. A CSN preferiu não comentar o assunto.

A massa falida da Varig respondeu “que grande parte dos débitos referem-se a créditos de ICMS incidentes sobre transporte aéreo de cargas e passageiros, sendo certo que já foram proferidas diversas decisões favoráveis às massas falidas”. Os representantes da Varig informaram que o Supremo Tribunal Federal (STF) já pacificou entendimento no sentido de que as sociedades prestadoras de serviço de transporte aéreo não são contribuintes de ICMS.

O Carrefour informa que cumpre respeitosamente suas obrigações junto a municípios, estados e União e que possui discussões administrativas e judiciais devidamente fundamentadas.

A reportagem não conseguiu contato com Paes Mendonça S.A., Sola S.A. Indústria Alimentícia, Pritefisa Tecelagem de Fios Sintéticos da Amazônia, Brasal Empresa Brasileira de Alimentos (Panutri), Didier Confecções Ltda., Cimobras Indústria de Molas BR, RodoPetro Distribuidora de Petróleo, American Lub do Brasil Ltda., Mobilitá Comércio Indústria e Representações Ltda., Refinaria de Manguinhos e Mesbla Lojas de Departamento.