Correios projetam lucro de até R$ 50 milhões para 2017, mas resultado depende da Justiça
Extra
05/06/17
05/06/17
A projeção de resultado dos Correios é
fechar o ano de 2017 com lucro de até R$ 50 milhões. A expectativa foi
revelada, nesta segunda-feira, pelo presidente da empresa, Guilherme Campos,
durante evento de lançamento do serviço Correios Celular, no Rio de Janeiro. O
presidente condicionou a saída do vermelho, depois de a empresa amargar
prejuízo por dois anos consecutivos, a uma decisão favorável do Tribunal
Superior do Trabalho (TST) sobre restrições no Postal Saúde, o plano de saúde
dos Correios. A estatal pede à Justiça que os funcionários paguem os custos do
benefício dos dependentes, sob a alegação de que a carteira representou dois
terços do prejuízo de R$ 2 bilhões, em 2016. Em 2015, o prejuízo foi de R$ 2,1
bi, dos quais R$ 1,6 bi foram causados pelo plano.
Atualmente, o plano de saúde da estatal
atende 400 mil beneficiários, sendo que 141,7 mil são titulares e 258,7 mil são
dependentes, incluindo filhos, cônjuges e pais dos funcionários. Em média, a
empresa paga 93% das despesas e o empregado arca com 7%.
— Se a decisão não for favorável, nós teremos
que implementar outras ações para compensar o plano de saúde, como Plano de
Demissão Motivada — afirmou o presidente da empresa, Guilherme Campos.
Campos não revelou o número de funcionários
que seriam atingidos por essa medida, mas acrescentou que entre os critérios de
seleção estariam empregados aposentados que continuam trabalhando, aqueles que
não optaram pelo Plano de Demissão Voluntária (PDV), e trabalhadores de setores
administrativos. De acordo com o presidente dos Correios, cerca de sete mil
funcionários já aderiam ao PDV, que foi reaberto pela empresa. A meta é chegar
a oito mil demissões.
Plano de reestruturação
O presidente dos Correios disse que o plano
de recuperação da empresa pode evitar sua privatização. Ele disse a venda dos
Correios só seria realizada em último caso, se as ações não forem suficientes
para socorrer a companhia. A reestruturação deve incluir corte de benefícios e
de pessoal, considerando o quadro de 111 mil servidores da empresa. Em março, a
empresa anunciou o fechamento de 250 unidades, em municípios com mais de 50 mil
habitantes.
Nesta segunda-feira, o presidente da estatal
participa de uma reunião com o novo presidente do BNDES, Paulo Rabello de
Castro. O encontro havia sido agendado com a ex-presidente do banco Maria Silva
Bastos, antes do anúncio de sua saída. Os Correios irão apresentar dados do
plano de reestruturação, e o corte de orçamento, que em 2016, foi da ordem de
R$ 1,5 bilhão. O objetivo é conseguir financiamento para dois projetos: um
plano de automação de serviços de triagem, cuja expectativa de investimento
para este ano é de R$ 400 milhões, e outro de modernização e melhoria das
agências.
—Temos ainda uma proposta de aumentar as
franquias de agências dos Correios, que é um modelo de sucesso, e reduz custos
— disse Campos.
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