terça-feira, 6 de junho de 2017

Correios projetam lucro de até R$ 50 milhões para 2017, mas resultado depende da Justiça

Extra
05/06/17

A projeção de resultado dos Correios é fechar o ano de 2017 com lucro de até R$ 50 milhões. A expectativa foi revelada, nesta segunda-feira, pelo presidente da empresa, Guilherme Campos, durante evento de lançamento do serviço Correios Celular, no Rio de Janeiro. O presidente condicionou a saída do vermelho, depois de a empresa amargar prejuízo por dois anos consecutivos, a uma decisão favorável do Tribunal Superior do Trabalho (TST) sobre restrições no Postal Saúde, o plano de saúde dos Correios. A estatal pede à Justiça que os funcionários paguem os custos do benefício dos dependentes, sob a alegação de que a carteira representou dois terços do prejuízo de R$ 2 bilhões, em 2016. Em 2015, o prejuízo foi de R$ 2,1 bi, dos quais R$ 1,6 bi foram causados pelo plano.

Atualmente, o plano de saúde da estatal atende 400 mil beneficiários, sendo que 141,7 mil são titulares e 258,7 mil são dependentes, incluindo filhos, cônjuges e pais dos funcionários. Em média, a empresa paga 93% das despesas e o empregado arca com 7%.

— Se a decisão não for favorável, nós teremos que implementar outras ações para compensar o plano de saúde, como Plano de Demissão Motivada — afirmou o presidente da empresa, Guilherme Campos.

Campos não revelou o número de funcionários que seriam atingidos por essa medida, mas acrescentou que entre os critérios de seleção estariam empregados aposentados que continuam trabalhando, aqueles que não optaram pelo Plano de Demissão Voluntária (PDV), e trabalhadores de setores administrativos. De acordo com o presidente dos Correios, cerca de sete mil funcionários já aderiam ao PDV, que foi reaberto pela empresa. A meta é chegar a oito mil demissões.

Plano de reestruturação
O presidente dos Correios disse que o plano de recuperação da empresa pode evitar sua privatização. Ele disse a venda dos Correios só seria realizada em último caso, se as ações não forem suficientes para socorrer a companhia. A reestruturação deve incluir corte de benefícios e de pessoal, considerando o quadro de 111 mil servidores da empresa. Em março, a empresa anunciou o fechamento de 250 unidades, em municípios com mais de 50 mil habitantes.

Nesta segunda-feira, o presidente da estatal participa de uma reunião com o novo presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro. O encontro havia sido agendado com a ex-presidente do banco Maria Silva Bastos, antes do anúncio de sua saída. Os Correios irão apresentar dados do plano de reestruturação, e o corte de orçamento, que em 2016, foi da ordem de R$ 1,5 bilhão. O objetivo é conseguir financiamento para dois projetos: um plano de automação de serviços de triagem, cuja expectativa de investimento para este ano é de R$ 400 milhões, e outro de modernização e melhoria das agências.


—Temos ainda uma proposta de aumentar as franquias de agências dos Correios, que é um modelo de sucesso, e reduz custos — disse Campos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário