quinta-feira, 29 de junho de 2017

Greve dia 30: Empresa pede bom senso aos empregados, mas esquece de ter bom senso

CORREIOS DO BRASIL FUNCIONÁRIOS
28/6/17


A empresa orienta que mesmo não tendo transporte, os trabalhadores devem se apresentar nas unidades próximas de suas casas. Além disso, ameaça com desconto o dia 30 e o fim de semana.

No seu informativo Primeira Hora deste dia 27, a empresa traz uma matéria sobre a greve geral chamada pelas centrais sindicais e movimentos sociais para o dia 30 de junho. A empresa orienta que mesmo não tendo transporte, os trabalhadores devem se apresentar nas unidades próximas de suas casas. Além disso, ameaça com desconto o dia 30 e o fim de semana.

Esclarecemos aos trabalhadores que a assembleia irá deliberar apenas para o dia 30 e não inclui greve no fim de semana.

Com relação a comparecer em outra unidade de trabalho, o Sindicato esclarece que não existe nenhuma previsão na CLT respaldando esta medida, e que se trata de uma posição unilateral da empresa. Também não há nenhuma orientação prevista em acordo coletivo e ou nos manuais da empresa que respalde a medida. Inclusive os cartões de pontos para registro de horário estão nas unidades de lotação de cada um. Além disso, a empresa fala em locais “próximos” de casa, mas esquece que ainda que seja relativamente próximo, pode depender de transporte de qualquer forma.

NOTÍCIAS SINDICAIS

Retaliação
A empresa repete suas tentativas de intimidação que faz a cada movimento dos trabalhadores. É necessário acrescentar que este tipo de ameaça, como o de desconto que ela trouxe no primeira Hora, já feito em relação a paralisação greve geral de 28 de abril, quando acabou se configurando o desconto único e exclusivo do dia 28.

No Brasil existe legislação que garante o direito de greve para o trabalhador brasileiro e não é a vontade da empresa que determina se vai haver desconto do final de semana em relação a greve da sexta-feira, dia 30, que foi deliberada em assembleia geral dos trabalhadores na terça (27). O que tem que ser levado em conta é a legislação trabalhista, que está em vigor no país, mesmo com toda a discussão de reforma que tramita no Congresso.

Também é fundamental os trabalhadores atentarem para a correlação de forças. Se tem uma paralisação maior, com maior adesão dos trabalhadores, a possibilidade de retaliação por parte da empresa é menor.

Neste sentido, o discurso da empresa no Primeira Hora não passa de uma intenção da empresa de retaliar o trabalhador antecipadamente. Trata-se de uma ameaça e não da questão de possibilidade ou não de desconto no final de semana.

Reiteramos que o Sindicato tomou todas as providências legais no caso de paralisação no dia 30 e que tomará todas as providências cabíveis no caso de desconto, assim como tem feito nas greves anteriores, para evitar descontos indevidos e prejuízos aos trabalhadores.

Importância da participação no movimento Destacamos aos trabalhadores de Correios, a importância da participação no movimento do dia 30. Lembramos que o mesmo bom senso que a empresa pede aos trabalhadores, ela mesmo não tem quando precariza as condições de trabalho, cria programas de demissão, impõe regras de trabalho inviáveis, mas gasta milhões em patrocínios questionáveis, alguns com valores triplicados.

Esta paralisação do dia 30 tem a ver com a resistência a direitos históricos dos trabalhadores, como a legislação trabalhista e a nossa aposentadoria. Se com a legislação a empresa já faz tudo que faz, imagina se não tivermos a proteção legal.

Portanto, esta é uma luta de todos os trabalhadores e com a configuração do Congresso, que tem aprovado todas as medidas de ataques aos trabalhadores, será somente com uma forte mobilização, com milhares de pessoas nas ruas que poderemos frear as reformas de Temer e exigir diretas já, para evitar que o Congresso eleja o presidente, caso Temer saia.

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