Bolsonaro quer privatizar Correios, mas Pontes diz que projeto não existe
Exame
6 ago 2019
6 ago 2019
Enquanto o presidente da República, Jair
Bolsonaro, disse que a privatização dos Correios já está nos seus planos
nesta terça-feira (6), o ministro da Ciência e Tecnologia, Inovação e
Comunicação, Marcos Pontes, afirmou que ela ainda não está em andamento.
O presidente e o ministro estavam em locais
diferentes no momento das suas falas. Pontes e o presidente da estatal, general
Floriano Peixoto, participavam de uma audiência pública na Comissão de Trabalho
da Câmara, com a plateia formada principalmente por trabalhadores da empresa
pública.
“Não existe nenhum procedimento de
desestatização ou privatização para nos preocupar neste momento”, disse Pontes.
Já Bolsonaro fez a declaração em cerimônia de
abertura de evento da Fenabrave em São Paulo. A empresários, Bolsonaro disse
que mudou. “Paulo Guedes vem mostrando ao Brasil que eu mudei. No passado eu
fui estatizante”, disse.
Segundo Marcos Pontes, o que há de
“determinação” é “trabalhar para que os Correios sejam sustentáveis, para que a
empresa cresça”. “Não existe nada ainda que tenha a ver com desestatização”,
reforçou o ministro.
Veja o vídeo AQUI.
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) vem
defendendo a campanha a privatização dos Correios. Em junho, Bolsonaro demitiu
o general Juarez Aparecido da Paula e Cunha da presidência do órgão por “agir
como sindicalista”.
Para o cargo, nomeou o general Floriano
Peixoto, antes ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República.
Há pouco, em evento em São Paulo, Bolsonaro voltou a afirmar que “vamos privatizar
os Correios”.
Na audiência na Câmara, o general Peixoto
também disse que não está em curso a privatização da empresa. Mas apresentou
dados de estudos sobre “alternativas de desestatização”.
Segundo o presidente dos Correios, uma opção
seria qualificar estudos do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) para
definir “cenários” sobre modelo de privatização que poderia ser adotado. A
segunda alternativa, disse, é incluir a empresa no Plano Nacional de
Desestatização (PND), o que exigiria encaminhar Proposta de Emenda à
Constituição (PEC) e projeto de lei ordinária ao Congresso.
“Independentemente do que for defendido,
ficou claro que algumas medidas adicionais serão necessárias, como ações para
preservar empregos dos funcionários, em caso de desestatização, e a definição
de um marco regulatório ao setor”, disse Peixoto.
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