Cármen Lúcia
autoriza João Vaccari a ficar calado na CPI dos
Fundos de Pensão
CONJUR
2 de fevereiro de 2016, 22h37
2 de fevereiro de 2016, 22h37
A ministra Cármen Lúcia, do Supremo
Tribunal Federal, concedeu um salvo-conduto para o ex-tesoureiro do PT João
Vaccari Neto ficar em silêncio durante seu interrogatório na CPI dos Fundos de Pensão. A
decisão, desta terça-feira (2/2), garante a Vaccari o direito a não responder
perguntas “se tanto importar em autoincriminação”, de ser acompanhado por seu
advogado e comunicar com ele durante o depoimento.
O advogado de Vaccari, Luiz Flávio Borges
D’Urso, já havia adiantado que seu cliente ficaria calado na CPI. Vaccari está
preso em Curitiba, como réu da operação “lava jato”. A 13ª Vara Federal
Criminal de Curitiba autorizou o transporte do ex-tesoureiro a Brasília para
dar seu depoimento.
Convocada em agosto de 2015, a CPI dos
Fundos de Pensão investiga “indícios da aplicação incorreta dos recursos” dos
fundos de previdência complementar de servidores públicos, os chamados fundos
de pensão. Entre os fundos citados nas investigações estão o Petros, dos
funcionários das Petrobras, o Funcef, da Caixa Econômica Federal, o Postalis,
dos Correios, e o Previ, do Banco do Brasil.
A CPI foi constituída no dia 11 de agosto.
Vaccari foi convocado no dia 12, por requerimento das deputadas Hissa Abrahão (PPS-AM)
e Carmem Zanoto (PPS-SC). Elas afirmam que, desde 2003, “o governo aparelhou os
órgãos de governança corporativa da Petros” para fazer com que o fundo fizesse
investimentos “de forma a atender interesses escusos de agentes externos, que
prejudicaram seu desempenho”.
Vaccari, dizem as deputadas, “é do grupo
político do sindicato dos bancários” e ocupou cargos de diretoria na Petros
“por anos”. As informações constam de depoimento de Carlos Alberto Costa,
assessor de Alberto Youssef, em delação premiada na “lava jato”.
Ainda de acordo com o requerimento das
parlamentares, a Petros tem mais de 150 mil participantes e é responsável por
um patrimônio de R$ 66 bilhões.
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