O PT pintou e
bordou nos fundos de pensão de estatais, e o rombo passa de R$ 44 bilhões
Veja
22/02/2016
22/02/2016
Os associados dos fundos de pensão
receberão uma aposentadoria menor do que esperavam em razão da gestão
desastrosa desses entes, levada a efeito pelos petistas. Quinhentas mil pessoas
serão diretamente prejudicadas. Mas, como é sabido, o dinheiro também sairá dos
cofres públicos, uma vez que o Tesouro acabará socorrendo as estataisaros, eu
perdi a conta do número de vezes em que escrevi neste blog que o real poder do
PT está nos fundos de pensão. E assim já era antes ainda de o partido chegar ao
poder. Reportagem do Globo deste domingo informa a situação calamitosa a que os
“companheiros” conduziram os fundos das estatais.
Em agosto do ano passado, na última
medição oficial, o rombo na Petros (da Petrobras), Funcef (Caixa) e Postalis
(Correios) chegava a R$ 29,6 bilhões. O balanço fechado do ano passado, a ser
divulgado em abril, deve elevar esse número para espetaculares R$ 44,4 bilhões,
sete vezes maior do que as perdas admitidas com as safadezas na Petrobras.
Peço licença para produzir trecho de
um texto que publiquei aqui no dia 3 de fevereiro de 2009, há sete anos
portanto. Prestem atenção:
“O PT TEM DOIS PODERES: O TEMPORÁRIO
E O PERMANENTE. O PRIMEIRO DEPENDE DAS URNAS; O SEGUNDO É GARANTIDO PELO CIPOAL
LEGAL QUE REGULA OS FUNDOS DE PENSÃO, QUE CONFERE AOS SINDICATOS O CONTROLE DE
UM PATRIMÔNIO DE QUASE R$ 300 BILHÕES. E O PT COMANDA BOA PARTE DOS SINDICATOS,
ESPECIALMENTE OS DE EMPRESAS ESTATAIS, O QUE LHE FACULTA O COMANDO DOS FUNDOS
DE PENSÃO INDEPENDENTEMENTE DO QUE DIGAM AS URNAS.
POUCO IMPORTA QUEM SEJA O PRÓXIMO
PRESIDENTE, JOSÉ SERRA OU DILMA ROUSSEFF, A, SEM TROCADILHO, REAL GRANDEZA DO
PT SE MANTÉM PRATICAMENTE INALTERADA.
Se vocês procurarem no arquivo do
blog, encontrarão centenas de textos em que sustento que o poder real do PT não
está no controle das verbas do Orçamento. Sem dúvida, ali se encontra uma fonte
imensa de recursos, mas o partido é obrigado a dividi-los com parceiros de
igual ou maior apetite, a começar do PMDB – que é o que é, ou não estaria junto
com o petismo. O dinheiro do Orçamento disponível para investimento, além de
mais escasso, está sujeito a controles e a uma maior vigilância da imprensa. Já
os fundos… Na prática, ninguém controla. Como boa parte da sua capitalização é
feita com recursos públicos, eles representam uma apropriação do dinheiro
público pela máquina sindical.
A própria história da privatização,
vista pelo ângulo da participação dos fundos de pensão, nos revelaria que a
economia brasileira é bem menos privada do que parece. Não! Escrevo de outro
modo: os grandes beneficiários da privatização foram os sindicatos das empresas
estatais – e isso quer dizer Central Única dos Trabalhadores.
Uma das maiores lambanças do governo
Lula – a disputa entre o banqueiro Daniel Dantas e o petismo pelo controle da
Brasil Telecom, finalmente vendida à Oi ao arrepio da lei então vigente, mudada
só para possibilitar o negócio – teve os fundos como protagonistas. Os petistas
mandaram, e eles romperam com Dantas, aliando-se a seus adversários. Alijado do
controle da BrT, o banqueiro acabou concordando com a venda (…)
Retomo
Sabem quem vai pagar pelo rombo?
Sim, em parte, os associados aos próprios fundos. Mas também vai entrar
dinheiro das respectivas estatais. Vale dizer: nós todos arcaremos com as
consequências dos investimentos feitos pelos “companheiros”.
Reproduzo um trecho da reportagem do
Globo:
“A maioria dos responsáveis pelos
déficits das fundações públicas tem em comum a origem no ativismo sindical. Nos
últimos 12 anos, os principais gestores dos fundos de Petrobras, Banco do
Brasil, Caixa e Correios saíram das fileiras do Sindicato dos Bancários de São
Paulo.
É uma característica dos governos
Lula e Dilma, e as razões têm mais a ver com perspectivas de poder e negócios
do que com ideologias.
Os sindicalistas-gestores agem como
força-tarefa alinhada ao governo. Compõem uma casta emergente na burocracia do
PT. Agregam interesses pela capacidade de influir no acesso de grandes empresas
ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), fonte principal de recursos
subsidiados do BNDES. Onde não têm hegemonia, por efeito do loteamento administrativo,
convivem em tensão permanente com indicados pelo PMDB e outros partidos, caso
do Postalis.”
Os associados dos fundos de pensão
receberão uma aposentadoria menor do que esperavam em razão da gestão
desastrosa desses entes, levada a efeito pelos petistas. Quinhentas mil pessoas
serão diretamente prejudicadas. Mas, como é sabido, o dinheiro também sairá dos
cofres públicos, uma vez que o Tesouro acabará socorrendo as estatais.
Só na Sete Brasil, a empresa que
deveria construir navios-sonda e só produziu escândalos, Petros e Funcef já
perderam R$ 828 milhões, e Previ, R$ 161 milhões.
Quem acompanha de perto o caso dos
fundos de pensão não tem dúvida: no dia em que se fizer a devida radiografia do
estrago neles produzido pelo petismo, as lambanças do petrolão vão parecer
coisa de bandido pé de chinelo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário