Correios:Trabalhadores
buscam saída para a crise sem perda de
direitos
Portal Vermelho
31/01/2016
31/01/2016
Encontro realizado em Brasiília, dia 27,
entre os Dirigentes da Federação Interestadual dos Empregados da Empresa
Brasileira de Correios
e Telégrafos (FINDECT), do Sindicato dos Trabalhadores da
Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares (SINTECT-SP, RJ, RO e TO)
e direção dos Correios debateu a grave crise financeira e operacional na
estatal. Trabalhadores da ECT querem garantir que a recuperação da empresa seja
feita sem prejuízos ao trabalhador.Desde que o novo presidente, Giovanni
Queiroz, assumiu os Correios, em novembro do ano passado, FINDECT e SINTECT vêm
mantendo reuniões mensais com a direção executiva na capital federal,
contribuindo com propostas de melhorias e fiscalizando as ações de
mudança.
Na ocasião, a nova equipe administrativa
apresentou um balanço sobre a situação das contas da empresa. Segundo os dados
divulgados, a previsão de receita para este ano é de R$20 bilhões. No entanto,
as despesas devem atingir a casa dos R$23 bi. Diante disso, a diretoria
discutiu com os sindicalistas um plano inicial de ações para reduzir gastos e
resolver problemas operacionais. A proposta contempla, entre outras coisas, a
otimização da rede de atendimento e de negócios nas despesas com saúde,
indenizações, publicidade e patrocínio, custeio administrativo, investimentos e
ativos.
O presidente ouviu opinião e sugestões do
grupo e prometeu fazer um relatório mensal das ações, observando com cuidado a
questão dos trabalhadores. Para ele, a intenção da sua gestão também é a de
recuperar a empresa preservando os seus funcionários.
Elias Cesário (o Diviza), presidente do
SINTECT-SP, disse que a missão da FINDECT e dos sindicatos é garantir que nesse
processo de recuperação os trabalhadores não sofram danos. “Entendemos que a
empresa não deve tocar nos salários nem nos direitos dos trabalhadores. Há um
mês, por exemplo, a função dos supervisores e tesoureiros de agência foi
extinta. Consideramos a atitude injusta e cobramos da direção a reintegração
desses empregados nos respectivos cargos. A direção prometeu atender a nossa
revindicação e vamos cobrar. A empresa tem muito mais gastos a enxugar na
organização da área operacional e administrativa, que no quadro de
funcionários. Estamos aqui para contribuir e apontar soluções que beneficiem os
trabalhadores”, declarou.
O presidente da FINDECT, José Aparecido
Gandara, foi além e cobrou um comprometimento maior do Executivo com os
Correios neste período de dificuldades. “O governo não pode virar as costas,
dizendo que não tem dinheiro para socorrer a empresa. É responsabilidade do
governo sim. A ECT precisa voltar a ter credibilidade pela importância e
visibilidade que essa empresa tem e até pelo retorno político que ela dá”,
afirmou.
Em relação a nova gestão, Gandara reconhece
e considera positiva a atitude dos novos dirigentes em manter o diálogo e
considerar as propostas das entidades sindicais, mas pede um empenho maior em
promover a valorização do trabalhador da companhia.
“Todos
os trabalhadores estão esperando um gesto motivador da direção dos Correios
para voltar a produzir. Sai-se de uma crise investindo também no trabalhador,
nas condições de trabalho, nas unidades. Os trabalhadores construíram e
carregam essa empresa nas costas há 350 anos. Viemos aqui para cobrar e ajudar,
porque a ECT é nossa. Estamos aqui buscando, primeiramente, a dignidade e o
reconhecimento da empresa para com os trabalhadores. Nunca tivemos este espaço
que estamos tendo agora e não abriremos mão dele, vamos fazê-lo crescer mais.
Nós da FINDECT e todos os mais 120 mil trabalhadores da ECT podemos e vamos
contribuir com a reestruturação”, concluiu.
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