Policial federal recebeu propina numa sacola em garagem dos Correios no RJ, diz MPF
Globo.com
12/06/2019
12/06/2019
Investigação do Ministério Público Federal
(MPF) e da Corregedoria da Polícia Federal indica que o escrivão Éverton da
Costa Ribeiro recebeu R$ 360 mil de propina numa sacola. O pagamento feito por
um empresário teria acontecido na garagem do prédio dos Correios,
no Centro do Rio.
Éverton é um dos seis presos na Operação
Tergiversação, nesta terça-feira (11), que mirou uma organização criminosa que
atuava na Superintendência da Polícia Federal do estado. Além dele, o delegado
de Polícia Federal Lorenzo Pompílio da Hora e um advogado também foram pegos.
Os promotores afirmam que Lorenzo e Éverton
chefiavam o esquema, que consistia em extorquir de pessoas investigadas pela PF
em outras operações. A polícia calculou, que junto com operadores do esquema,
eles receberam pagamentos de até R$ 1,5 milhões.
Alvo de delação
A informação do dinheiro na sacola consta do inquérito e está em um depoimento feito por um empresário que decidiu fazer delação, homologada pela Justiça.
A informação do dinheiro na sacola consta do inquérito e está em um depoimento feito por um empresário que decidiu fazer delação, homologada pela Justiça.
Na ocasião, Éverton era lotado na Delegacia
da Polícia Federal no prédio dos Correios.
Lorenzo também foi um dos que acompanharam o
depoimento do policial militar Rodrigo Ferreira, o Ferreirinha, no caso da
morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
A PF afirma que Ferreirinha agiu com o
intuito de atrapalhar as investigações do atentado. O PM foi preso.
A Operação Tergiversação
Com o apoio de dois operadores, o escrivão e o delegado receberiam propina de empresários alvos de investigação feita pela unidade.
Com o apoio de dois operadores, o escrivão e o delegado receberiam propina de empresários alvos de investigação feita pela unidade.
A juíza Caroline Vieira Figueiredo, da 7ª
Vara Federal Criminal do RJ decretou a prisão preventiva dos policiais. O G1
não conseguiu contato com as defesas do delegado Lorenzo e do escrivão Éverton.
A operação prendeu mais quatro pessoas.
Outros três estão foragidos.
Os alvos de extorsão dos agentes, segundo o
MPF, seriam:
. Donos de empresas que fornecem material
ortopédico para hospitais do RJ;
. Empresários envolvidos no fundo de pensão dos Correios, o Postalis.
Os denunciados vão responder por corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa e peculato.
. Empresários envolvidos no fundo de pensão dos Correios, o Postalis.
Os denunciados vão responder por corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa e peculato.
Em seu pedido de prisão, o MPF enumerou à
Justiça os motivos que justificam a prisão dos agentes. As investigações
apontam que o esquema começou em 2013 e se manteve, pelo menos, até março
passado.
"São tão graves os fatos revelados que o
órgão ministerial houve por bem de examinar os inquéritos e movimentações dos
agentes da Polícia Federal no Rio de Janeiro para confrontar as informações
trazidas, concluindo que as declarações captadas são verossímeis", escreveu
a juíza Caroline.
Entre os motivos para pedir a prisão, o MPF
enumerou alguns pontos:
. Delações de empresários investigados pela
PF
. Depoimento de um delegado federal sobre irregularidades na delegacia que os policiais faziam parte
. Trocas de email do delegado Lorenzo com investigado ou com seu advogado
. Ida a encontro na casa de empresários sendo um deles investigado por ele
. Depoimentos dos empresários beneficiados não eram juntados ao inquérito
Para o MPF, esses elementos baseiam a prisão do delegado e do escrivão.
. Depoimento de um delegado federal sobre irregularidades na delegacia que os policiais faziam parte
. Trocas de email do delegado Lorenzo com investigado ou com seu advogado
. Ida a encontro na casa de empresários sendo um deles investigado por ele
. Depoimentos dos empresários beneficiados não eram juntados ao inquérito
Para o MPF, esses elementos baseiam a prisão do delegado e do escrivão.
"É evidente, portanto, que além da prova
da materialidade e indícios concretos
de autoria, a decretação da prisão
preventiva é necessária para garantir a ordem pública, dado o risco concreto de
que, em liberdade, permaneça praticando fatos ilícitos, assim como é necessária
a medida por conveniência da instrução criminal, tendo em vista que, em
liberdade, possuirá toda a estrutura da Polícia Federal em seu favor, podendo
atuar de forma específica na destruição de provas ou manipulação de terceiras
pessoas", escreveu a juíza Caroline Figueiredo em sua decisão.
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