Telebras e correios só passarão para o ministério da economia quando prontos para a venda
Tele.Síntese
6 DE SETEMBRO DE 2019
6 DE SETEMBRO DE 2019
Apesar de o governo federal ter
publicado decreto nesta sexta-feira, 6, que subordina estatais privatizáveis ao
Ministério da Economia (ME), os Correios, a Telebras e o Ceitec continuarão sob
a alçada do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações
(MCTIC). Somente passarão para a pasta do superministro Paulo Guedes quando
forem concluídos os estudos para a venda das empresas à inciativa privada.
Em nota ao Tele.Síntese, a
assessoria do ME informou que as estatais atingidas pelo decreto são aquelas já
incluídas no Programa Nacional de Desestatização (PND): ABGF, Emgea, CBTU,
Ceasaminas, Codesa e Trensurb. E acrescenta que a ABGF e a Emgea já eram
vinculadas ao maior ministério da Esplanada. Informação semelhante sobre os
Correios, Telebras e Ceitec em relação ao decreto foi prestada pela
assessoria do MCTIC.
Em agosto, os Correios foram
incluídos, por meio de resolução, ao Programa de Parcerias e Investimentos
(PPI). uma etapa preliminar para o Plano Nacional de Desenvolvimento (PND),
alvo do Decreto assinado hoje, 6 de setembro, pelo presidente Jair
Bolsonaro. O dispositivo prevê a subordinação administrativa de empresas
incluídas no PND ao ME. A Telebras foi incluída também em agosto no PPI.
Assim, explicaram as assessorias,
ficam mantidas as regras da resolução do PPI. Nela ficou definido que os
Correios passaram para o PPI, mas continuaram subordinados à pasta do
ministro Marcos Pontes. Como justificativa, a secretária especial do PPI, Marta
Seiller, mencionou que a inclusão da estatal no programa foi adotada “para fins
de estudos para avaliar alternativas de parceria com a iniciativa privada, bem
como para propor ganhos de eficiência e resultado à empresa, com vistas a
garantir sua sustentabilidade econômico-financeira”.
Conselho Interministerial
Foi criado ainda um Conselho
Interministerial para expandir a qualidade da infraestrutura pública e conferir
aos projetos o “tratamento prioritário” previsto na legislação, estimulando
o desenvolvimento econômico e promovendo a elaboração de estudos para
solucionar “entraves na implantação e no desenvolvimento de empreendimentos de
infraestrutura”.
Fazem parte do colegiado dois
membros de cada uma das seguintes pastas: Casa Civil, por meio da Secretaria
Especial do Programa de Parceria de Investimentos (SPPI); Ministério da
Economia; e MCTIC. Foram convidados ainda para participar representantes
do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e dos Correios.
“Equívoco“
Para Marcos
César Alves Silva, vice-presidente da Associação dos
Profissionais dos Correios (ADCAP), o decreto assinado nesta
sexta amplia o poder já concentrado nas mãos de Paulo Guedes, titular da
Economia. Segundo ele, é um “equívoco, pois esvazia a atuação dos demais
ministérios aos quais compete supervisionar as estatais sob as respectivas
pastas”.
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