Correios: concurso
fica para o próximo ano
Jornal de Brasília
19/09/2010
19/09/2010
Mesmo com uma grande defasagem de
profissionais em seu quadro, na casa dos 20 mil profissionais em todo o país,
os Correios não farão concurso este ano. No início de julho, o presidente dos Correios, Guilherme
Campos, informou em entrevista à Rádio CBN que é impossível a realização do
concurso para 2016.
O dirigente ainda disse que, atualmente, a
empresa conta com 14.000 funcionários aposentados na ativa. E que o intuito dos
Correios é cortar parte desses trabalhadores.
“Hoje, um dos maiores índices de problemas
da empresa está nos índices de absenteísmo… os números vão de 10 a 20% e,
algumas localidades, 25% de falta”, salientou Guilherme Campos.
Representantes da categoria argumentam há
uma necessidade urgente de ser aberto o processo seletivo. Segundo eles, os
Correios sofrem com a falta de mão-de-obra e o excesso de trabalho.
Com relação ao concurso, o departamento de
comunicação dos Correios informou que “a empresa está reavaliando todos os
estudos relacionados ao quantitativo de vagas a serem preenchidas, bem como a
necessidade de força de trabalho em cada localidade”. Somente após o
levantamento do número de vagas disponíveis é que a ECT deve recomeçar os
preparativos para a contratação da banca organizadora e, então, lançar o
aguardado edital.
Segundo o site do Sindicato dos
Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios (Sintect), a Findect defende
que “a abertura imediata do Concurso Público para reposição de vagas oriundas
de desligamento de PDIA e Rescisão de Contrato de Trabalho, para retomarmos a
qualidade dos serviços dos Correios, é urgente e precisa ser posta em prática.
A sobrecarga de trabalho e falta de funcionários prejudicam a todos os
Trabalhadores”.
Saiba mais sobre o concurso Correios
A paralisação dos preparativos do concurso
dos Correios aconteceu quando o Departamento de Coordenação e Governança das
Empresas Estatais (DEST) determinou que a empresa não ampliasse o seu quadro de
pessoal, que deve ter no máximo 118.624 profissionais. No entanto, de acordo
com a assessoria de imprensa da ECT, atualmente a instituição conta com 118.220
empregados em seu quadro funcional. Ou seja, hoje a estatal pode contratar 404
funcionários – e este número pode aumentar, já que há servidores em processo de
aposentadoria.
Uma das propostas analisadas pela empresa é
a abertura de um processo seletivo com vagas para cadastro reserva. Dessa
forma, assim que surgissem mais oportunidades, a ECT já poderia repô-las com os
candidatos aprovados no concurso.
Defasagem de pessoal
Os Correios afirmam que o seu atual quadro
não afeta a qualidade e a eficiência operacional. Apesar disso, sindicatos da
categoria cobram a realização do concurso para que haja mais mão-de-obra e
também para que sejam substituídos os profissionais terceirizados.
De acordo com o diretor do Sindicato dos
Trabalhadores dos Correios de Campinas e Região (Sintect/Cas), Mauro Aparecido
Ramos, é necessário que seja aberto o mais rápido possível uma seleção. “Entre
2013 e 2014, por meio do processo de demissão voluntária, a ECT demitiu cerca
de 7.000 funcionários em todo o país, sendo aproximadamente 400 na região de
Campinas/SP”, explicou o sindicalista, ao dizer que tais postos vagos ainda não
foram preenchidos, pois o último concurso ocorreu em 2011.
Antes da suspensão do concurso Correios
No ano passado, a assessoria de imprensa
divulgou que seriam abertas 2.000 vagas efetivas, além do cadastro reserva, em
11 Estados, incluindo São Paulo, mais o Distrito Federal. O edital apresentaria
oportunidades para carteiro e operador de triagem e transbordo (OTT). Ambos os
cargos exigem ensino médio completo.
Os salários iniciais são de R$ 1.284 para
OTT, já incluindo a gratificação. No caso do carteiro, os vencimentos
correspondem a R$ 1.620,50, se acrescentado o adicional de distribuição. Fora
as remunerações, os admitidos recebem vale-alimentação/refeição na quantia de
R$ 971,96 a R$ 1.092,48. Acrescentando o valor máximo do benefício, o
rendimento das carreiras chega a R$ 2.376,48, para operador, e a R$ 2.712,98
para carteiro.
Como benefícios, os Correios oferecem,
ainda, vale-transporte, auxílio-creche ou auxílio babá, além de adicionais (de
acordo com o Plano de Cargos, Carreiras e Salários) e a possibilidade de adesão
ao Plano de Previdência Complementar.
As oportunidades do concurso dos Correios
seriam distribuídas pelos Estados do Amazonas, Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso
do Sul, Mato Grosso, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul,
Santa Catarina e São Paulo, além do Distrito Federal. Não seriam
disponibilizadas vagas nos demais Estados do país porque a empresa ainda possui
cadastro reserva vigente do processo seletivo realizado em 2011 em tais
localidades.
Os candidatos que se inscrevessem no
concurso fariam provas de conhecimentos e, se aprovados, seriam submetidos
também a um teste de esforço.
Benefícios oferecidos pelos Correios
No site da Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos há informações detalhadas sobre os benefícios que são oferecidos aos
funcionários. Confira abaixo:
Plano de saúde: mais de 60 ambulatórios
próprios para atendimento médico, odontológico e de enfermagem, gratuito.
Reembolso-creche/Reembolso-babá (R$
360,20/mês): destinado às mães com filhos de até 7 anos.
Auxílio especial (R$ 571,74/mês): Destinado
aos empregados com filhos portadores de necessidades especiais devidamente
comprovadas e avaliados pelo serviço médico dos Correios.
Vale-transporte: conforme legislação, o
primeiro fornecimento será feito mediante reembolso na folha de pagamento e,
após isso, o benefício será concedido em cartão eletrônico, vale em papel ou
outro meio utilizado pelo fornecedor. Compartilhamento é de 6% do salário-base
proporcional aos dias úteis do mês.
Previdência – POSTALIS: É o instituto de
previdência dos empregados dos Correios que visa complementar os benefícios
assegurados pela previdência oficial.
Adicional noturno: empregados com jornada
normal noturna, mista ou extraordinária recebem adicional noturno de 60% sobre
o valor da hora diurna e em relação ao salário-base (a lei prevê até 20%).
Horas-extras: os Correios pagam 70% sobre o
valor da hora normal, 20% a mais do que o exigido pela CLT.
Trabalho nos fins de semana: empregados da
área operacional com carga de 44 horas semanais, que trabalham regularmente nos
finais de semana, recebem um valor complementar de 15% do salário-base.
Qualquer empregado, independentemente de sua área de lotação, quando convocado,
tem direito a esse adicional proporcional ao fim de semana trabalhado.
Anuênios: 1% sobre o salário-base por ano
de serviço prestado. Esse valor é aplicado também sobre a gratificação de
função, ou complemento de remuneração singular.
Diferencial de mercado: valor variável e
temporário, pago para compatibilizar níveis de salários dos Correios com os
praticados no mercado.
Adicional de atividade: valor pago aos
empregados do cargo de agente de Correios, que atuam diretamente nas
atividades-fim da empresa, tanto na distribuição domiciliar quanto no
tratamento de objetos postais e também no atendimento em guichês.
Último concurso Correios
Os Correios lançaram, em 2011, um edital
com 9.190 oportunidades distribuídas entre as carreiras de carteiro, atendente,
operador de triagem e transbordo, analista de correios, médico do trabalho,
auxiliar de enfermagem do trabalho, técnico em segurança do trabalho, analista
de saúde, engenheiro de segurança do trabalho e enfermeiro do trabalho.
As vagas foram lotadas em todos os Estados
brasileiros e as remunerações iniciais oscilaram entre R$ 1.003,57 e R$
3.211,58, sem incluir os benefícios oferecidos pela instituição.
Organizado pelo Cespe/UnB, este processo
seletivo dos Correios constou de provas objetivas compostas de 120 questões,
sendo 50 de conhecimentos básicos – divididas nos temas de língua portuguesa,
inglês (para alguns cargos), informática e administração pública – e 70 de
conhecimentos específicos.
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