Planos de saúde
perderam 1,7 milhão de clientes em um ano,
diz ANS
G1
06/09/2016
06/09/2016
O sistema público de saúde está
sobrecarregado. Por culpa da crise econômica, a procura por atendimento no SUS
aumentou.
O vigilante Lineu, a vendedora Patrícia,
dona Ângela, empregada doméstica - como três de cada quatro brasileiros, eles
dependem exclusivamente dos serviços públicos de saúde.
O caso do seu Márcio é diferente. Ele
sempre teve plano de saúde, até ficar desempregado, há três anos. Cardíaco,
passou a fazer os exames preventivos pelo SUS. Diz que o hospital é bom, mas
sobrecarregado.
“Você vê as pessoas brigando no corredor,
funcionários, para poder tentar atender um ou outro, mas mesmo assim o
contingente é muito grande”, disse Márcio Aparecido Trambaioli.
A professor Mônica Maciel esteve
desempregada, parou de pagar o plano e teve que recorrer ao SUS.
“Nós chegamos agora, estão atendendo o
pessoal das 9 horas. Até agora. É uma hora”, lamentou Mônica.
Pelos dados da ANS, a Agência Nacional de
Saúde Suplementar, entre julho de 2015 e julho de 2016, quase 1,7 milhão de
pessoas deixaram de ser beneficiárias de planos de saúde privados.
“Para mim era muito difícil pagar três
planos: eu, meus filhos, porque eu tenho dois filhos. Aí eu só fiz o meu e não
fiz o deles. Até me arrependi”, disse Simone Santos Freire, supervisora de
hotelaria.
O governo federal já anunciou que pretende
autorizar a criação de planos de saúde populares, mais simples e baratos, que
ajudem a aliviar o SUS. Ao mesmo tempo, foi criado um grupo de trabalho para
estudar alterações na legislação que rege o sistema público de saúde.
A coordenadora da Proteste, associação de
defesa do consumidor, se preocupa com planos de saúde que limitem muito os
atendimentos.
“Isso não resolve o problema do consumidor,
porque ele vai ter um atendimento até determinado momento, mas se ele precisar
de procedimentos, cirurgias, ele vai ter que se socorrer do SUS”, explicou
Maria Inês Dolci.
“Nós estimulamos uma discussão e esperamos
que brevemente esses brasileiros que perderam os seus planos tenham uma opção
onde eles possam retornar a ter a segurança da saúde suplementar”, afirmou o
ministro da Saúde, Ricardo Barros.
Quanto ao SUS, o ministro diz que a
intenção é economizar melhorando a gestão: “Tudo mais que nós fizermos em
eficiência e em economia será reaplicado imediatamente no SUS, não há redução
de recursos.”
Quem depende mesmo só do SUS quer mais é
que ele melhore.
“Tem que aumentar mais é médico, está
precisando de médico, está precisando de remédio, está precisando de tudo”,
reclamou o aposentado Israel Lanini.
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