Clientes ainda esperam encomendas de Natal feitas pela internet
Jornal Nacional
22/01/2018
22/01/2018
Faz quase 30 dias que os brasileiros
entregaram e receberam o presente de Natal. Mas, para um grupo muito grande de
pessoas, são quase 30 dias de uma frustração enorme com o serviço dos Correios.
É cada vez maior o número de brasileiros que
fazem como a Raphaela. Ela comprou a boneca da filha, o computador, vestidos e
até o violão sem sair de casa. Brinquedos, e roupas de crianças, a televisão,
os móveis na sala, quase tudo foi comprado pela internet.
A Associação Brasileira de Comércio
Eletrônico diz que no mês passado foram feitos 27 milhões de pedidos. Os
Correios garantem que 89% das encomendas foram distribuídas no prazo. Mas o
Jornal Nacional conversou com muita gente que reclama de atrasos e falta de
informação.
A Raphaela não sabe o que aconteceu com o
vestido de ano novo que comprou num site chinês em setembro. “Eles receberam a
encomenda, está no centro de distribuição, mas eles não têm um prazo para me
entregar. Eu acabei tendo um custo duplo, porque eu comprei este que não chegou
e depois eu tive que correr atrás de uma outra roupa para comprar para usar no
réveillon”, conta Raphaela Gentil – empresária.
Nos últimos dias, a equipe do Jornal Nacional
visitou três vezes um centro de distribuição dos Correios na Zona Norte do Rio.
As queixas são parecidas. “A minha mercadoria eles falaram que está num mar de
encomendas”, conta Ivan Nobre, empresário.
O João queria economizar e comprou o material
para a reforma do banheiro em São Paulo. Só que a obra parou e a demora na
entrega da encomenda deu prejuízo. “Fica ao Deus dará. Pagando diária ao
pedreiro. O pedreiro fica lá sem trabalhar e a gente aqui pagando por isso”,
desabafa João Augusto Trairi Filho, fisioterapeuta.
Os itens mais encomendados nessa época são
celulares, eletrônicos, roupas, acessórios, objetos de casa e decoração. É um
negócio que faturou mais de R$ 8,5 bilhões desde o fim de novembro.
A Bruna mandou trazer dos Estados Unidos os
brinquedos que o Arthur sonhava ganhar do Papai Noel. Eram dois pacotes, mas
apenas um deles chegou. “É muito impressionante que duas caixas enviadas no
mesmo dia, elas tenham tomado rumos diferentes. Sendo para o mesmo endereço. O
endereço não era nem diferente. Endereço era o mesmo endereço. É complicado
explicar para uma criança de sete anos que ainda acredita em Papai Noel, que
Papai Noel não deu pra fazer aquele presente pra ele. E isso realmente frustrou
muito a gente”, conta Bruna Vazquez, enfermeira.
Os Correios declararam que estão trabalhando
para normalizar a distribuição, que ficou sobrecarregada com o volume de
encomendas pela internet, principalmente na época do Natal.
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