quinta-feira, 28 de novembro de 2019


CTT admitem querer pelo menos uma estação ativa em todos os concelhos do país

JE Economico
28/11/19



PS recomendou ao governo socialista que os CTT tenham de garantir, pelo menos, uma estação de correios em todos os concelhos do país, em defesa do serviço universal postal. Empresa concorda e admite ao JE a inclusão do pedido no novo contrato de concessão do serviço público. Contudo, dos 33 concelhos sem estações no final de 2018, há ainda hoje 31 sem uma única Loja CTT.

Os CTT – Correios de Portugal admitem procurar garantir que todos os concelhos de Portugal tenham, pelo menos, uma estação ativa e aceitam que esse critério seja incluído no novo contrato de concessão do serviço postal universal, apurou o Jornal Económico junto da operadora postal esta quinta-feira. Contudo, após o anúncio do plano de reabertura das estações encerradas em 2018, há ainda 31 concelhos sem uma Loja CTT.

“Os CTT encaram com normalidade a inclusão, no novo contrato de concessão do Serviço Postal Universal, de que todos os concelhos do País beneficiem de uma Loja CTT [igual a estação] e estão a trabalhar, de forma voluntária, no sentido de reabrir as lojas encerradas em sede de concelho”, contou fonte oficial dos CTT ao JE, na sequência do projeto de resolução que o PS anunciou ter enviado ao Governo na segunda-feira.

O grupo parlamentar socialista recomendou ao Governo que garanta que todos os concelhos do país tenham, pelo menos, uma estação de correios ativa, salvaguardando “a qualidade do serviço público postal universal” e sugere, se necessário, a reabertura dos correios “que foram encerradas nos concelhos que ficaram sem nenhuma”.

A um ano do fim do contrato de concessão (cessa em dezembro de 2020), os socialistas acreditam que os problemas com a operadora postal surgiram por causa da privatização a 100% dos CTT, “de forma imponderada e lesiva dos interesses dos portugueses”. Por isso, alinham a sua posição com a necessidade de um novo contrato de concessão do serviço postal universal mais exigente.

“Os CTT sempre tiveram, sob gestão pública, resultados muito relevantes, quer na perspetiva económica quer na ótica do serviço, funcionando sempre como um instrumento de coesão social e territorial”, lê-se no comunicado enviado às redações no dia 25 de novembro.

Perante a recomendação ao Governo, fonte oficial dos CTT lembrou que a operadora postal “assumiu e mantém o compromisso público de reabrir lojas, tendo em vista o reforço da elevada proximidade às populações e da capilaridade da rede, não procedendo a novos encerramentos”.

Esse compromisso foi anunciado em junho, quando o presidente da comissão executiva dos CTT, João Bento, ouvido no Parlamento, disse que a operadora postal iniciaria um processo de reabertura das estações encerradas em 2018, embora não tenha estabelecido datas. À época, contavam-se 33 concelhos sem uma única estação dos Correios de Portugal. Segundo a Autoridade Nacional de Comunicações o número teria sido maior (ver mapa), não tivesse o plano de encerramentos da empresa sido interrompido.

Ao dia de hoje, ainda há 31 concelhos sem uma estação dos CTT. Nos últimos seis meses do ano apenas reabriu a loja de Vila Flor, concelho do distrito de Bragança, em setembro, e, “até ao final do ano, será reaberta a loja de Alpiarça [concelho do distrito de Santarém]”.

“Não existe um cronograma ainda definido, dado que é necessária uma análise detalhada a todas as variáveis envolvidas para que se efetue a reabertura”, explicou a mesma fonte. Essas variáveis, segundo apurou o JE, estão relacionadas com a dimensão do espaço da estação, com os recursos humanos envolvidos, a relação existente com os parceiros e as oportunidades existentes em cada uma das localidades.

Embora 31 concelhos não beneficiem de uma estação dos CTT, fonte oficial da empresa postal garantiu que, “até ao momento da reabertura [das lojas CTT], as populações têm em cada local um posto de correio [instalação de entidade terceira ou de uma junta de freguesia] que presta todos os serviços do serviço público universal e ainda o pagamento de vales de pensões e faturas”.

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