Adcap Net 12/02/2020 - Assessores Especiais Inconstitucionais nos Correios - Veja mais!
"Liminar autoriza presidente dos Correios a manter assessores sem concurso"
Gazeta do Povo
11/02/2020
11/02/2020
"Os Correios conseguiram
aval judicial para manter oito assessores especiais da presidência da estatal
que foram nomeados livremente, sem passar por concurso público para compor o
quadro da instituição. A decisão foi tomada em caráter liminar (temporário)
pela juíza Margarete Dantas Pereira Duque, do Tribunal Regional do Trabalho da
10ª Região.
Os oito assessores especiais foram indicados
pelo atual presidente da estatal, o general Floriano Peixoto Vieira Neto, que
assumiu o comando dos Correios em junho do ano passado. Nenhum deles possui
vínculo com a administração pública e, por isso, deveriam ser desligados de
suas funções até o dia 5 de março deste ano, conforme acordo judicial firmado
entre os próprios Correios e o Ministério Público do Trabalho, em 2018.
A estatal, contudo, vem tentando na Justiça
extinguir ou suspender o efeito do acordo para poder continuar nomeando
assessores especiais livremente. O cargo de assessor especial é comissionado e
um dos mais altos da instituição, pois se reporta diretamente ao presidente e
aos vice-presidentes."
"Os Correios se baseiam em uma
jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que considera legal a criação
de empregos públicos comissionados em estatais, sem necessidade de edição de
lei, desde que os cargos sejam destinados às funções de chefia, direção e
assessoramento.
No dia 7 de fevereiro deste ano, a juíza do
trabalho Margarete Duque decidiu atender ao pedido dos Correios para manter
seus oito assessores especiais da presidência. Por ser de caráter liminar, a
decisão ainda pode ser mudada. Uma audiência foi marcada para 10 de
março."
"O Ministério Público do Trabalho (MPT)
da 10ª Região era contra a manutenção dos assessores. Nos autos, antes de sair
a decisão da juíza, a procuradora Dinamar Cely Hoffmann afirmou que a data para
o desligamento estava acordada há quase dois anos, desde o dia 6 de março de
2018, quando foi fechada a última versão do acordo.
“Não pode haver nenhuma dúvida de que a ECT
[sigla dos Correios] teve tempo mais do que suficiente para se organizar e se
reestruturar, nos termos do acordo assinado, sem que isso pudesse acarretar
qualquer dano ao seu funcionamento regular.” Ela ainda lembra que a primeira
versão do acordo foi fechada em 2014, com os Correios protelando o cumprimento
desde então."
"A procuradora argumenta, ainda, que não
é crível que o desligamento dos oito assessores especiais, dentro de um
universo de cerca de 100 mil empregados, vá colocar em xeque o bom
funcionamento dos Correios ou trazer prejuízos irreparáveis.
Procurado pela Gazeta do Povo, o MPT-10
informou que ainda não foi notificado da decisão. Só após a notificação, o MPT
vai se manifestar.
Em dezembro, desembargador tinha negado a suspensão do acordo
No ano passado, os Correios já tinham entrado
com um pedido similar na Justiça do Trabalho, mas não foram atendidos. A ideia
era extinguir o acordo firmado com o MPT, já que a empresa declarava que ele
era inconstitucional, com base na jurisprudência do TST.
O desembargador do Trabalho, Brasilino Santos
Ramos, entendeu que o pleito não poderia ser aceito, pois o acordo firmado
judicialmente entre o MPT e os Correios “tem força de decisão irrecorrível, na
forma do Parágrafo único do art. 831 da CLT. Assim sendo, o termo conciliatório
transita em julgado na data da sua homologação judicial”."
"Entenda o caso
A discussão sobre os assessores especiais dos
Correios começou em 2014, a partir de uma ação movida pela Procuradoria
Regional do Trabalho da 10ª Região, do Ministério Público do Trabalho, motivada
por denúncia formulada pela Associação dos Profissionais dos Correios (Adcap).
A associação alega que a contratação dos assessores especiais sem concurso é
inconstitucional."
"Ainda em 2014, foi firmado o primeiro
acordo judicial entre os Correios e o MPT. A empresa se comprometeu a dispensar
os assessores especiais da presidência que não tivessem sido aprovados em
concurso para a estatal. Só que logo depois, os Correios pediram a prorrogação
do prazo – foram atendidos duas vezes. Agora, eles querem a invalidação do
acordo."
RELEMBRAMOS A POSIÇÃO DA ADCAP
SOBRE ESSE ASSUNTO
A ação civil pública movida pelo MPT contra os Correios, por conta da contratação irregular de assessores especiais, foi motivada por denúncia formulada há alguns anos pela ADCAP.
Desde a denúncia inicial até a atualidade,
todas as direções dos Correios se insurgiram contra a recomendação de não
contratarem pessoas sem concurso público. Assim, amigos, correligionários de
partidos e companheiros de caserna têm sido acomodados nessas funções à medida
em que o comando da estatal vai sendo passado de partido a partido, sem trazer
nenhuma colaboração que não pudesse ser melhor obtida a partir do trabalho dos
milhares de profissionais de nível superior que existem no quadro próprio dos
Correios, que entraram pela porta da frente do concurso público.
O governo atual, repetindo o que já fizeram
os anteriores, busca maneiras de aparelhar as estatais, burlando o concurso
público. Para os governantes de plantão, a Constituição Federal representa um
embaraço, que vez por outra os impede de engordar as contas de apaniguados,
graças à atuação do MPT ou da Justiça do Trabalho. Os milhares de cargos de
confiança na administração direta – uma vergonha nacional – não são suficientes
para os partidos políticos que chegam ao poder. Querem também os cargos de
estatais e não apenas os de Diretoria, que já são de livre provimento e não
deveriam ser. Querem mais espaço para acomodar os amigos do rei, em
assessorias, departamentos e sabe mais o que.
A vergonhosa liminar obtida pelos Correios é
mais uma demonstração dessa intenção nefasta que tem acometido os partidos
políticos brasileiros. O general Floriano Peixoto não encontrou entre os mais
de 5.000 profissionais de nível superior técnicos capazes de assessorá-lo; teve
que buscar na caserna e no grupo que o assessorava no governo federal pessoas
“de confiança”, como se isso fosse correto, ético e constitucional; e não é.
A Justiça do Trabalho precisa rever essa
liminar e restabelecer o cumprimento da Constituição Federal, evitando o
aparelhamento político-partidário-militar dos Correios.
Emissora de Rádio de Bauru/SP entrevista Vice-Presidente da ADCAP
A Rádio 94 FM de Bauru/SP realizou
recentemente uma enquete a respeito do tema privatização dos Correios.
Após a enquete, a emissora entrevistou o
Vice-Presidente da ADCAP.
Ouça AQUI o
áudio do primeiro bloco da entrevista.
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“Cabe destacar o índice de encomendas (IEPE), que representa o serviço de maior faturamento dos Correios e o seu foco para os próximos anos, com resultado acumulado de 98,65% no ano de 2019; e o de objetos internacionais (IEPI), que registrava constantes reclamações na empresa, mas que apresenta um índice de 99,16% de entregas no prazo.” Privatizar não tem explicação. Manter os Correios tem. 👊
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#TodosPelosCorreios
Direção Nacional da
ADCAP.
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