Correios: TST suspende reajuste de mensalidade do plano de saúde
Tribunal Superior do Trabalho
suspendeu liminar do STF que permitia aumentar de 30% para 50% a coparticipação
do convênio médico e reduzia a vigência do acordo coletivo
Valor
17/01/2020
Valor
17/01/2020
O Tribunal Superior do Trabalho
(TST) suspendeu ontem uma liminar dada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que
acatava pedido da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) para
aumentar de 30% para 50% a coparticipação do convênio médico operado pela
Postal Saúde e reduzir a vigência do acordo coletivo de dois para um ano.
Em dezembro de 2019, a estatal
recorreu ao STF para rever os termos das novas normas estabelecidas pela
categoria, julgada pelo TST em outubro. Dias Toffoli, presidente do Supremo,
deferiu a liminar e as diretorias dos Correios e a mantenedora Postal Saúde
comunicaram aos funcionários as novas regras.
Para José Aparecido Gimenes
Gandara, presidente da Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores
e Trabalhadoras dos Correios (Findect), a mudança faria a mensalidade
ultrapassar o limite de desconto de 10% dos salários. São 306.036 vidas
cobertas pelo plano, mas até outubro estavam incluídos 50.541 pais e mães de funcionários.
Este comunicado foi realizado aos
empregados no informativo interno “Primeira Hora” em 3 de janeiro e a vigência
seria a partir do dia 10, com os descontos sendo efetuados na folha de
pagamento de janeiro.
“A ECT havia imposto
unilateralmente novas regras para o custeio do plano de saúde, afetando a
coparticipação, o valor, o teto e a base de cálculo para a cobrança das
mensalidades, que elevaram o custo para o trabalhador. Foi dado o prazo até 13
de janeiro para o funcionário deixar o plano se não concordar com a nova regra
de custeio”, disse Gandara.
15 mil deixaram o plano
O sindicalista afirmou que diante deste cenário, 15 mil empregados e aposentados já haviam solicitado a exclusão do plano por não terem condições de arcar com o novo patamar de despesas. As discussões sobre o plano de saúde entre os Correios e os funcionários acontecem desde 2013.
O sindicalista afirmou que diante deste cenário, 15 mil empregados e aposentados já haviam solicitado a exclusão do plano por não terem condições de arcar com o novo patamar de despesas. As discussões sobre o plano de saúde entre os Correios e os funcionários acontecem desde 2013.
Procurada pelo Valor para se
manifestar sobre o assunto, a ECT respondeu por e-mail: “No que se refere ao
plano de saúde dos empregados dos Correios, a empresa informa que segue
cumprindo as decisões judiciais sobre o assunto”. Os processos voltarão a ser
analisados após o recesso no Judiciário.
Um julgamento em 2018 definiu a
saída dos pais e mães no período de um ano. Estes dependentes representaram 30%
das despesas em 2018, o equivalente a R$ 521,3 milhões. Tinham direito à
inclusão os empregados com salário de até R$ 2,5 mil, que são 80% da base,
cujos pais recebessem até 1,2 salário mínimo por mês e tivessem mais de 55
anos.
Em 2018, a Postal Saúde registrou
um prejuízo de R$ 12,7 milhões, ante um lucro de R$ 22,7 milhões em 2017. A
receita foi de R$ 1,82 bilhão, queda de 2,47%. A demonstração financeira de
2019 ainda não foi divulgada pela instituição.
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