'Se eu pudesse privatizaria os Correios hoje, mas não posso prejudicar os servidores', diz Bolsonaro
Estadão
07/0/2020
07/0/2020
Presidente reconheceu dificuldade para vender
empresas públicas e afirmou que não tem como garantir a privatização dos Correios até
o fim de seu mandato
O presidente Jair Bolsonaro reconheceu que
enfrenta dificuldades para privatizar os Correios e outras empresas públicas.
"Não são fáceis as privatizações. Até o próprio Correios que a gente quer
privatizar, mas tem dificuldade", disse. Ele também afirmou que não tem
como garantir se conseguirá viabilizar a venda da estatal até o final do seu
mandato.
"Se eu pudesse privatizar (os Correios)
hoje, privatizaria. Mas não posso prejudicar o servidor dos Correios",
disse o presidente na manhã desta terça-feira, 7, ao sair do Palácio da
Alvorada.
Bolsonaro lembrou decisão do Supremo Tribunal
Federal (STF) que determina que a venda de empresas-mães precisam passar pelo
Legislativo e outras questões que encara como empecilhos para dar sequência às
privatizações, entre elas o controle do Tribunal de Contas da União
(TCU).
"E aí você mexe com centenas, milhares,
dezenas de milhares de servidores, é um passivo grande. Tem que buscar solução
para tudo isso. não dá para jogar os caras para cima, eles têm que ter suas
garantias, além de que tem que ter um comprador para aquilo, tem o Tribunal de
Contas da União com lupa em cima de você. Não são fáceis as privatizações",
declarou.
O presidente defende desde a campanha a
privatização dos Correios. Em junho de 2019, chegou a demitir o general Juarez
Aparecido da Paula e Cunha da presidência da estatal por "agir como
sindicalista". Para o cargo, nomeou o general Floriano Peixoto, antes
ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República.
A privatização dos Correios poderia ser feita
de duas formas: uma opção seria qualificar estudos do Programa de Parcerias de
Investimentos (PPI) para definir "cenários" sobre modelo de
privatização que poderia ser adotado. A segunda alternativa seria incluir a
empresa no Plano Nacional de Desestatização (PND), o que exigiria encaminhar
Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e projeto de lei ordinária ao
Congresso. Para aprovar uma PEC, é necessário o apoio de três quintos da Câmara
(308 de 513 deputados) e do Senado (49 de 81 senadores) em dois turnos.
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