As declarações recentes da secretária do PPI à imprensa,
atribuindo um “valorzinho” a ser obtido pela venda dos Correios, mostram que
caiu a máscara do governo e as reais intenções ficaram bem à mostra: querem
doar os Correios a um grupo de amigos do poder e produzir um apagão postal no
Brasil.
As sucessivas mentiras do governo federal nessa questão dos
Correios são de corar qualquer um, começando pelos artifícios utilizados para
tentar dar roupagem de legalidade a um movimento claramente inconstitucional e
chegando ao “valorzinho” da secretária do PPI.
A inconstitucionalidade da inclusão dos Correios na PPI e no
PND já está demonstrada na ADI-6635 em tramitação no STF, com parecer contra a
privatização proferido pela própria Procuradoria Geral da República. A
inconstitucionalidade é cristalina e facilmente percebida por qualquer pessoa.
O projeto que originalmente era apresentado como quebra do
monopólio postal para favorecer a concorrência resultou num monopólio privado,
com diversos mecanismos para alta de preços, incluindo uma jabuticaba: a
possibilidade de as tarifas de cartas serem diferenciadas dependendo da origem
e destino. E a necessidade de obtenção de recursos para fortalecer o caixa da
União e até para programas sociais virou um valorzinho. Enfim, a máscara do
governo caiu e expôs o verdadeiro crime que se intenta cometer contra os
brasileiros.
Quem em sã consciência pensaria em vender por um valorzinho
uma empresa que produziu mais de R$ 1,5 bilhão de lucros no ano passado e que
já acumulou mais de R$ 1 bilhão de lucros em 2021?
Quem teria a coragem de mentir sistematicamente sobre as
projeções futuras de resultados dos Correios, mesmo sabendo que a própria
empresa já estudou isso profundamente e projetou lucros bilionários para os
próximos dez anos, em linha com a óbvia tendência de crescimento vertiginoso do
comércio eletrônico?
Quem insistiria em colocar em risco o funcionamento de uma
infraestrutura nacional de prestação de serviço público que está plenamente
operacional, suportando um dos poucos setores da economia que vai muito bem?
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