Kassab diz que
Correios precisam cortar gastos ou empresa
será privatizada
EBC
28/03/2017
28/03/2017
O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações
e Comunicações, Gilberto Kassab, disse hoje que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos
(ECT) terá que fazer “cortes radicais” de gastos para evitar a privatização. A
estatal teve prejuízos de R$ 2,1 bilhões em 2015 e R$ 2 bilhões no ano passado.
O ministro disse ainda que o governo não socorrerá a empresa financeiramente.
“O governo não tem recursos. Não haverá
injeção de recursos do governo nos Correios. Isso é uma definição de governo,
que conta com nosso apoio. Ou rapidamente os Correios cortam gastos, além
daqueles que foram feitos, devemos continuar cortando mais. Não há saída, senão
vamos rumar para a privatização”, disse Kassab, após cerimônia de sanção
da Lei de Revisão do Marco Regulatório da Radiodifusão, no Palácio do Planalto.
Em dezembro do ano passado, o presidente da
estatal, Guilherme Campos, já havia anunciado um plano de demissão voluntária
para aliviar os cofres da empresa. Kassab disse que é contra a privatização e
que a empresa e ele próprio farão todo o esforço para evitá-la. “Eu,
pessoalmente, sou contra a privatização e trabalho como ministro para que não
aconteça. Mas não há caminho. Ou cortamos o gasto e conseguimos mais receitas
com serviços adicionais, ou vamos caminhar para a privatização, no todo ou em
parte dos Correios”.
Para o ministro, os Correios sofreram com má
gestão e corrupção – em referência ao esquema do Mensalão, que envolveu
dirigentes da empresa indicados pelo PTB – em anos anteriores, mas elogiou o
trabalho do atual presidente, a quem chamou de “figura inatacável”. “Concordo
que houve má gestão. Má gestão é corrupção, é loteamento, é não ter capacidade
de encontrar receitas adicionais e não fazer os cortes se não encontra mais
receita. A empresa está correndo contra o relógio”.
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