Presidente dos
Correios defende ampliação de
serviços para manter
estatal
EBC
29/03/2017
29/03/2017
O presidente dos Correios, Guilherme
Campos, disse hoje 29) que a empresa precisa encontrar uma nova fórmula de
sobrevivência para além dos serviços postais. Na avaliação de Campos, a estatal
demorou a se preparar para as mudanças no mercado geradas pelo avanço
tecnológico.
“No passado a comunicação entre as empresas,
pessoas, instituições, era feita através da correspondência. É uma época que
não existe mais. Hoje passamos por uma revolução tecnológica e esse impacto vem
diretamente às empresas postais, no Brasil e no mundo. A grande diferença entre
os correios brasileiro e os de outros países é que a percepção e a atuação para
encarar essa nova realidade lá fora começou há muito mais tempo, há pelo menos
dez anos. Aqui, esse movimento não acorreu”, disse Campos em audiência pública
na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática da
Câmara dos Deputados.
Segundo Campos, outros países encontraram
soluções como a oferta de serviços financeiros e a atuação em logística. Para o
presidente da estatal brasileira, o caminho natural para os Correios é a
migração para a logística de encomendas, em função do comércio eletrônico. “Os
Correios estão focados firmemente nesse mercado.”
Plano de saúde
Sobre as contas da instituição, Campos disse
que o atual modelo de plano de saúde dos funcionários, que atende aos
servidores, pais, cônjuges e dependentes, é inviável e não cabe no orçamento da
estatal. Segundo ele, os Correios arcam com 93% do custo e os trabalhadores,
com 7%. Em 2015, a empresa fechou o ano com prejuízo de R$ 2,1 bilhões, sendo
R$ 1,6 bilhão causado, segundo Campos, pelo plano de saúde dos empregados.“É
impossível manter isso no orçamento da empresa. A direção não quer acabar com o
plano, mas é preciso mudar. O plano de saúde dos funcionários dos Correios está
matando dos Correios”. Segundo o presidente da estatal, mudanças no sistema de
saúde dos servidores estão sendo negociadas com sindicatos da categoria.
Ontem (29), o ministro da Ciência,
Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, disse que a será preciso
fazer “cortes radicais” de gastos nos Correios para evitar a privatização. Em
dezembro do ano passado, o presidente da estatal já havia anunciado um plano de
demissão voluntária para aliviar os cofres da empresa.
Banda larga
Na audiência pública desta quarta-feira,
Kassab confirmou que o primeiro satélite geoestacionário brasileiro será
lançado até o fim da primeira quinzena de abril, o que permitirá a cobertura de
banda larga em 100% do território nacional.
“A banda larga vai alcançar qualquer distrito
ou cidade do país, levando inclusão social e digital aos brasileiros. Além
disso, o Ministério da Defesa terá banda larga para monitorar nossas
fronteiras, além de haver disponibilidade para oferecer melhorias da qualidade
dos serviços nos setores de educação e saúde”, disse o ministro.
O Satélite Geoestacionário de Defesa e
Comunicações Estratégicas (SGDC) deveria ter sido enviado ao espaço na semana
passada, mas uma greve geral na Guiana Francesa, de onde partiria o foguete,
levou ao adiamento da operação.
*Com informações da Agência Senado
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