Vamos manter apenas Petrobras, BB e Caixa, diz secretário
Valor
29/01/2019
29/01/2019
O governo de Jair Bolsonaro tem como uma das
principais metas privatizar empresas estatais e, segundo o secretário especial
de desestatização e desinvestimento do Ministério da Economia, Salim Mattar, o
objetivo do novo presidente é “manter apenas Petrobras, Banco do Brasil e
Caixa”, e com tamanho reduzido.
Em evento promovido pelo Credit Suisse, o
secretário afirmou que “o objetivo é vender todas as estatais, e não competir
com o mercado”. Mattar ainda afirmou que, com as privatizações, o governo
poderia levantar entre R$ 700 bilhões e R$ 800 bilhões, que poderiam ser usados
para abater a dívida pública.
“Se vendêssemos [as estatais], poderíamos
reduzir nossa dívida a R$ 3 trilhões e poderíamos investir mais em obras de
infraestrutura e benefícios para população em saúde, educação e segurança”,
afirmou.
Segundo o secretário, Petrobras, Banco do
Brasil e Caixa Econômica devem ser mantidos, mas com tamanho reduzido. As
subsidiárias, por exemplo, também devem ser vendidas. “Não há porquê o Banco do
Brasil ter um banco de investimentos, por exemplo”, afirmou.
Mattar ainda disse que gostaria de ver mais
empresários no governo. “Seria bom se tivessem outros empresários. Faz
diferença, porque nós entendemos o que é o mercado”, disse.
O secretário ainda criticou a existência de
empresas de participações do governo e afirmou que, em conversa com o ministro
da Economia, Paulo Guedes, ele afirmou que era desnecessário a existência
dessas companhias sob o comando do governo.
As críticas do secretário também se
estenderam aos governos anteriores. Mattar afirmou que o governo petista, por
exemplo, “não gostava de empresários e de lucro”.
Ele também comentou a tragédia do rompimento
da barragem de Brumadinho (MG), da Vale. Para Mattar, pessoas responsáveis
devem ser punidas, e não a empresa.
Em relação à Eletrobras, Mattar afirmou que o
governo ainda estuda as possibilidades. “O pensamento no primeiro momento é
capitalizá-la e perder o controle e, em um segundo momento, a gente vê o que
vai fazer com a Eletrobras”.
Segundo ele, o governo deve superar entre 25%
e 50% a meta de R$ 20 bilhões em privatizações em 2019.
Subsidiárias da Petrobras
Salim Mattar também afirmou que, até o fim do governo, a Petrobras deve ter vendido “praticamente todas as suas subsidiárias”. Ele afirmou que a estatal tem ineficiências, mas sob a gestão de Roberto Castello Branco a petroleira “fará um rearranjo do seu portfólio de ativos”.
Salim Mattar também afirmou que, até o fim do governo, a Petrobras deve ter vendido “praticamente todas as suas subsidiárias”. Ele afirmou que a estatal tem ineficiências, mas sob a gestão de Roberto Castello Branco a petroleira “fará um rearranjo do seu portfólio de ativos”.
“A Petrobras é uma companhia muito boa, mas
não é o que anunciam em termos de produtividade e eficiência. Quando pegamos
outros comparáveis, vemos que a produção de funcionário de outras companhias é
o dobro”, disse.
Ele destacou, porém, que os próximos passos
da companhia são “as vendas de participações e do total de muitas
subsidiárias”. “Ele [Castello Branco] tem uma visão muito clara do mundo do
petróleo e do papel do governo, então a tendência é que ela faça um rearranjo
em seu portfólio de ativos. Deve começar a vender participações e o total de
muitas subsidiárias. A tendência é que até o fim do governo ela tenha vendido
praticamente todas as subsidiárias”, disse.
Privatização dos Correios
O secretário ainda falou sobre a necessidade de privatizar os Correios. “Já foi tempo que ele era uma máquina eficiente, não é isso mais e por incrível que pareça ainda existem vozes que desejam que ele continue estatal porque é estratégico. Mais estratégico que arroz e feijão não existe e o governo não é responsável por plantar arroz e feijão”, comentou.
O secretário ainda falou sobre a necessidade de privatizar os Correios. “Já foi tempo que ele era uma máquina eficiente, não é isso mais e por incrível que pareça ainda existem vozes que desejam que ele continue estatal porque é estratégico. Mais estratégico que arroz e feijão não existe e o governo não é responsável por plantar arroz e feijão”, comentou.
Mattar afirmou, porém, que existem “muitos
grupos de interesse” relacionados às estatais, o que “dificulta as
privatizações”. Ele disse que a relação com os presidentes da Caixa Econômica,
Banco do Brasil e Petrobras é alinhada, mas com determinados ministros é
preciso haver um diálogo para “mostrar a necessidade das privatizações”.
“Eu tenho bons objetivos pra testar minha
capacidade de convencimento”, brincou. Mattar ainda afirmou que o
“convencimento” da sociedade será através da comunicação, “de forma a
sensibilizar a sociedade”, mostrando o quanto poderia ser investido em educação,
saúde e segurança com o dinheiro gasto com estatais. “Vamos comunicar com todos
os públicos, inclusive com os funcionários de estatais, que merecem essa
satisfação”, apontou.
Mattar ainda defendeu que o governo aproveite
imóveis e terrenos inativos. “Não faz sentido o governo ter imóveis parados.
Esses imóveis na mão do governo custam, porque são invadidos, não geram
receitas, porque não têm empreendimento. Não queremos um Estado rico, mas um
povo rico e um governo mais enxuto”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário