Mercado Livre ultrapassa Vale e é a empresa mais valiosa da América Latina
CNN
07/08/2020
O e-commerce vale mais do que o minério. Pelo menos, por agora. A empresa argentina Mercado Livre ultrapassou a cifra de US$ 60 bilhões em valor de mercado e se tornou a empresa mais valiosa da América Latina, à frente da Vale (US$ 59,3 bilhões) e da Petrobras (US$ 57,3 bilhões). O levantamento foi realizado pela consultoria Economática.
As ações do Mercado Livre, que são listadas na bolsa americana de Nova York, dobraram de valor desde o início do ano. Foi o suficiente para a empresa ultrapassar a Vale em sua maior cotação histórica – os papéis tiveram alta de 13% de janeiro para cá.
Completando o pódio, a Petrobras sofreu uma forte desvalorização de 25% no mesmo período – tanto pelos efeitos da pandemia quanto por causa dos conflitos no setor de petróleo do início do ano, entre Arábia Saudita e Rússia.
Entre as 20 empresas mais valiosas da América Latina, 14 são brasileiras. Entre elas, há os bancos Itaú, Bradesco, Santander Brasil, Banco do Brasil e BTG Pactual, a empresa de bebidas Ambev, a indústria de motores WEG, a bolsa de valores brasileira B3. Ainda do setor financeiro, figura a XP Investimentos.
Para completar, estão as varejistas Magazine Luiza e a B2W, dona das marcas Americanas.com e Submarino e a operadora Telefónica Brasil.
O Mercado Livre é a única empresa argentina do ranking. O segundo país com mais companhias no ranking é o México, com a varejista Wal Mart de Mexico, a operadora America Movil (dona da Claro no Brasil), o grupo minerador GMexico e a indústria de bebidas FEMSA.
Completando o ranking, há a petroleira colombiana Ecopetrol.
Confira as 20 empresas mais valiosas:
Demanda por entregas dos Correios aumenta 20% no primeiro semestre
Alta fez estatal ter de contratar funcionários terceirizados
Época
06/08/2020
A demanda por entregas por meio dos Correios registrou alta de 20% no primeiro semestre de 2020, na comparação com o mesmo período do ano passado.
O número é da estatal, que não divulga o número absoluto de entregas, apenas a variação.
A empresa afirma que a alta da demanda e o remanejamento de funcionários do grupo de risco para o coronavírus fizeram que a estatal tivesse de contratar 2,5 mil terceirizados apenas em São Paulo e Rio de Janeiro.
Correios contribuem para aumentar concorrência no setor de encomendas
Portal Vermelho
06/08/2020
Nos últimos dias, o governo tem sinalizado a intenção de avançar na pauta de privatização dos Correios. A secretária do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI), Martha Seillier, disse em julho que o governo estuda apresentar um marco regulatório para o setor postal, desobrigando a União de prestar serviços postais a fim de abrir caminho jurídico para a venda da estatal. A direção dos Correios vem promovendo ainda um corte de benefícios para enxugar a folha de pagamento dos funcionários, considerado mais uma preparação para a privatização. Devido a esses cortes, a categoria promete greve a partir de 18 de agosto.
Dentre as privatizações que estão na lista do governo federal, a dos Correios é possivelmente a que mais encontra eco junto à população. É bastante difundida a ideia de que a estatal possui monopólio em seu setor, e, se houvesse concorrência, a prestação de serviço e os preços seriam melhores. Acaba passando desapercebido o fato de que os Correios concorrem, sim, com o setor privado. A empresa detém o monopólio dos serviços postais, mas não o das entregas de encomendas.
Segundo o diretor de Comunicação da Federação Nacional dos Trabalhadores da Empresas de Correios e Telégrafos (Fentect), Emerson Gomes Marinho, os serviços postais, ou de entrega de cartas, representam cerca de 40% da receita da empresa. Os outros 60% são obtidos concorrendo com outras empresas do setor de logística. Segundo Marinho, a participação da estatal no mercado beneficia o consumidor: suas tarifas menores puxam os preços para baixo.
A avaliação é correta, segundo o economista Marco Rocha, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). De acordo com Rocha, a experiência tem indicado que a presença de empresas públicas em setores mais concentrados da economia acaba funcionando como um marco regulatório.
“Esse modelo em que você tem uma empresa pública atuando em conjunto com empresas privadas tem sido visto como um exemplo, um caso para se olhar com cuidado, pois geralmente tem apresentado bons resultados. Ela [empresa pública] fornece uma série de serviços substitutos e com isso não permite que outras empresas exerçam seu poder de mercado”, explica.
Emerson Marinho, da Fentect, afirma que os serviços prestados pelos Correios podem ser de 40% a 200% mais baratos em comparação com outras operadoras de serviços logísticos. “As empresas de logística cobram mais caro. Inclusive, cobram do cliente e postam pelo Correio nas áreas mais remotas. Nós estamos no 5.570 municípios do país e nos seus distritos”, diz.
Simulação
Em um teste, simulamos os custos para o transporte de uma encomenda de Brasília a Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, no site dos Correios e de mais cinco operadoras de logística. Na estatal, o custo para um pacote de 1 kg, com 21 cm de largura e 11 cm de altura ficou em R$ 35,40 na modalidade PAC, um serviço econômico com entrega em até 11 dias. Para Sedex, um serviço expresso com entrega em até cinco dias, o valor ficou em R$ 75,40.
Usando os mesmos endereços de postagem e entrega e as mesmas especificações para a encomenda na empresa UBS, o orçamento, apresentado em dólares, ficou em US$ 79 (R$ 422, pela cotação de hoje informada pelo Banco Central). Na DHL, o orçamento foi de R$ 232,63. Os orçamentos são para entrega expressa, com prazo de dois a três dias, portanto a base de comparação é o Sedex.
Na JadLog, outra empresa do setor, a entrega econômica foi orçada em R$ 51, R$ 15,60 a mais que os Correios. A entrega expressa saiu mais barata que o Sedex: R$ 43. Na Fedex, o serviço econômico foi orçado em R$ 32,50, ligeiramente abaixo do oferecido pelos Correios. Não foi informado qual seria o prazo de entrega para a modalidade.
Natureza social
Embora os Correios contribuam para elevar a concorrência, não é este o principal objetivo da empresa. Como toda empresa pública, a estatal tem função social, de garantir que os serviços de postagem e encomendas cheguem a todos, incluindo áreas remotas nas quais o setor privado não tem interesse em atuar. “É uma empresa pública, que tem natureza social, então tem que garantir que seu maior acionista, o povo, tenha condições de usar o serviço”, afirma Emerson Marinho.
Segundo Emerson, a receita que os Correios arrecadam atuando em regiões mais lucrativas, como capitais, permite à empresa pública estar presente nas áreas mais distantes, onde os custos para atuar são maiores. “Esses 40% [de receita vinda do monopólio sobre os serviços postais] nos dão condições de chegar a áreas em que não seria lucrativo [a empresa privada] operar”, diz.
Segundo o economista Marco Rocha, o nome desta dinâmica é subsídio cruzado. “A empresa pública, agindo em âmbito nacional, permite fazer subsídio cruzado nas regiões mais afastadas. O que ela ganha nas regiões centrais permite fazer subsídio em regiões mais distantes”, afirma.
Ele destaca ainda que, no caso dos Correios, o investimento em logística – que tem custo elevado – já foi feito há muitos anos e está amortizado. Assim, não há repasse desse tipo de custo aos usuários dos serviços. É justamente devido a esse investimento, que garantiu capilaridade por todo o país, que a estatal é alvo de cobiça de gigantes privadas de olho na privatização, como a Amazon. (Por Mariana Branco)
Direção Nacional da ADCAP.
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