terça-feira, 18 de agosto de 2020

Adcap Net 18/08/2020 - Greve nos Correios e Paulo Guedes questionado pela Greenfield - Veja mais!

Cem mil funcionários dos Correios entram em greve

TV Uai
18/08/2020


Confira uma entrevista com o Vice-Presidente da ADCAP (Associação dos Profissionais dos Correiros), sobre a paralisação que ocorre em todo os país.

Assista AQUI


Greve nos Correios

Correio Braziliense
18/08/2020

Os motivos para a paralisação, de acordo com a Associação dos Profissionais dos Correios (ADCAP), seriam a intransigência da empresa na negociação salarial, a imposição de redução das remunerações de funcionários concursados, ao mesmo tempo em que são feitas contratações milionárias de profissionais de fora

“O comportamento da direção dos Correios toma contornos ainda mais graves quando, ao mesmo tempo em que procura forçar o empobrecimento dos trabalhadores concursados, o presidente da empresa contrata banca especializada de advogados para defender a permanência de assessores especiais, admitidos sem concurso público para ingressar nos quadros dos Correios, companheiros de política ou de caserna, que não entram pela porta da frente, os quais custarão o mesmo que 200 carteiros, suficientes para atender uma população de 800.000 habitantes. E abre ainda mais 7 vagas de assessores especiais na subsidiária – Postal Saúde, com salários de R$ 16.000,00, para abrigar outros apaniguados”, informa a ADCAP.

Veja a nota:

“A ADCAP – Associação dos Profissionais dos Correios lamenta que os trabalhadores tenham chegado a essa medida extrema, com graves reflexos para a sociedade, mas compreende que a condução das relações trabalhistas pela atual direção dos Correios não deixou alternativa para os trabalhadores, diante da tentativa de imposição de uma redução significativa nas remunerações.

Os trabalhadores dos Correios possuem, em média, a menor remuneração das estatais federais. Um carteiro ou atendente tem um salário inicial de menos de R$ 1.800,00, o que torna todas as parcelas salariais, como vale alimentação, por exemplo, indispensáveis na composição da renda.

A soberba da direção dos Correios, cujo Presidente nunca recebeu um dirigente das entidades representativas, e a declarada disposição da direção de reduzir à força a remuneração dos trabalhadores praticamente determinou a realização da greve, já que a outra opção seria aceitar a absurda, descabida e drástica redução de remuneração, durante a pandemia, quando os trabalhadores dos Correios estão em plena atividade, prestando à população o serviço postal, que foi corretamente classificado como essencial.

O comportamento da direção dos Correios toma contornos ainda mais graves quando, ao mesmo tempo em que procura forçar o empobrecimento dos trabalhadores concursados, o Presidente da Empresa contrata banca especializada de advogados para defender a permanência na Empresa de assessores especiais, admitidos sem concurso público para ingressar nos quadros dos Correios, companheiros de política ou de caserna, que não entram pela porta da frente, os quais custarão o mesmo que 200 carteiros, suficientes para atender uma população de 800.000 habitantes. E abre ainda mais 7 vagas de assessores especiais na subsidiária – Postal Saúde, com salários de R$ 16.000,00, para abrigar outros apaniguados.

De quem é, então, a responsabilidade por esta greve? Dos trabalhadores que buscam tão somente manter a remuneração que já recebem, sem qualquer reajuste ou melhoria, e ter condições mínimas de segurança à saúde no trabalho, ou do general, encastelado em seu bunker e rodeado por assessores especiais caros e desnecessários, que nada faz além de buscar meios de apresentar resultados para seu chefe a partir do empobrecimento dos trabalhadores?

As pequenas e grandes empresas de comércio eletrônico que tem nos Correios sua opção de entrega, os prestadores de serviços que dependem dos Correios para garantir seu faturamento, as escolas que enviam e recebem tarefas escolares, os laboratórios que recebem material para exame, enfim todos os brasileiros que usam os serviços dos Correios por confiarem e reconhecerem suas justas tarifas sofrerão os efeitos e consequências dessa greve, que jamais ocorreria se no comando da Empresa houvesse um dirigente minimamente qualificado para conduzir uma organização do porte e da importância dos Correios. Direção Nacional da ADCAP”

Funcionários dos Correios iniciam greve nacional

Cerca de 100 mil trabalhadores aderiram, segundo a federação dos empregados; eles pedem o restabelecimento do acordo coletivo, que teria vigência até 2021, além de equipamentos adequados de proteção ao coronavírus, álcool em gel e testes

Estadão
17/08/2020


Cerca de 100 mil funcionários dos Correios em todos os Estados do País entraram em greve na noite de segunda-feira, 17. A paralisação ocorre por tempo indeterminado, em protesto contra a retirada de direitos, a privatização da empresa e a ausência de medidas para proteger os empregados da pandemia do novo coronavírus, informou a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (Fentect).

Em nota, a federação afirma ter sido surpreendida com a revogação, a partir de 1.º de agosto, do atual acordo coletivo, cuja vigência vai até 2021. Segundo a entidade, 70 cláusulas com direitos foram retiradas, como 30% do adicional de risco, vale-alimentação, licença-maternidade de 180 dias, auxílio-creche, indenização por morte e auxílio para filhos com necessidades especiais, além de pagamentos como adicional noturno e horas extras.

Sobre as ações da empresa para enfrentamento da pandemia, a federação relata que teve de acionar a Justiça para garantir aos empregados equipamentos de proteção individual, álcool em gel, testagem e afastamento daqueles integrantes de grupos de risco e dos que coabitam com crianças em idade escolar. A entidade afirma que se trata de estratégia para precarizar e privatizar a empresa.

“O governo Bolsonaro busca a qualquer custo vender um dos grandes patrimônios dos brasileiros, os Correios. Somos responsáveis por um dos serviços essenciais do País, que conta com lucro comprovado, e com áreas como atendimento ao e-commerce, que cresce vertiginosamente e funciona como importante meio para alavancar a economia”, disse o secretário geral da Fentect, José Rivaldo da Silva.

Em nota, os Correios informaram ter um plano de continuidade de negócios para manter o atendimento à população em qualquer situação adversa. A estatal informou que o objetivo primordial é cuidar da sustentabilidade financeira da empresa, de forma a retomar a capacidade de investimento e sua estabilidade, e manter os empregos dos funcionários.

Greenfield: Guedes quer pôr dano multimilionário ‘debaixo do tapete’

Segundo força-tarefa, ministro participou de esquema que gerou prejuízo a fundos de pensão

Valor
17/08/2020

A força-tarefa da Operação Greenfield em Brasília afirmou nesta segunda-feira que o ministro da Economia, Paulo Guedes, quer "colocar para 'debaixo do tapete' um dano – possivelmente criminal – multimilionário" ao tentar arquivar a investigação da qual é alvo por fraudes em fundos de pensão.

Em ofício enviado ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), os procuradores negam a alegação de Guedes segundo a qual o Ministério Público Federal (MPF) tem ocultado provas que lhe seriam favoráveis no processo.

Na sexta-feira, o desembargador Ney Bello atendeu a um pedido da defesa do ministro e suspendeu as apurações por 40 dias. Para o órgão acusador, os advogados tentaram "induzi-lo em erro".

Acolhido pelo TRF-1, um dos principais argumentos de Guedes é o arquivamento, pela Comissão de Valores Imobiliários (CVM), de dois procedimentos de investigação contra ele, por falta de indícios de ilícitos na gestão de fundos de investimento. Ele reclama do fato de esse engavetamento não ter sido juntado aos autos.

A Greenfield, no ofício, afirma que o órgão "não realizou qualquer exame sobre o mérito, mas, simplesmente, negou-se a abrir procedimento para apurar o caso, realizando juízo meramente preliminar e superficial". Segundo o MPF, não é possível dizer que a CVM "absolveu" Guedes dos supostos crimes financeiros.

Para que esses procedimentos fossem anexados ao processo, diz o documento enviado ao TRF-1, bastaria a defesa ter formalizado o pedido – o que, segundo os procuradores, não foi feito.

Segundo as investigações, Guedes teve participação em um esquema que gerou prejuízo de mais de R$ 72 milhões em perdas para fundos de pensão e de cerca de R$ 700 milhões para os investidores. O rombo "hoje contribui para a situação delicada por que passam os maiores fundos de pensão do país", diz o texto.

A defesa do ministro divulgou nota em que afirma a investigação da qual é alvo no âmbito da Operação Greenfield é "ilegal" pois não há provas de seu envolvimento em fraudes junto ao mercado financeiro.

"É descabido e persecutório falar em fraude, e a maior prova disso é que os fundos da gestora de Paulo Guedes deram lucro aos fundos de pensão, conforme expressamente dito pela Comissão de Valores Monetários (CVM)", dizem os advogados Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso.

Na nova nota, a defesa de Guedes reclama mais uma vez do fato desses arquivamentos terem sido "omitidos" pela força-tarefa, que teria a "obrigação processual" de juntá-los aos autos.

Procuradores da Greenfield dizem que CVM nunca absolveu Guedes

O Antagonista
17/08/2020

Os procuradores da Operação Greenfield disseram hoje ao TRF da 1ª Região que as decisões da CVM sobre os investimentos de Paulo Guedes com fundos de pensão não podem influenciar o andamento das investigações.

Em ofício enviado ao desembargador Ney Bello Filho, os procuradores disseram que a CVM nunca discutiu o mérito dos investimentos. Segundo eles, a comissão apenas disse que as acusações não eram suficientes para abrir um procedimento.

Os procuradores também alegaram que não investigam todos os investimentos de Guedes com os fundos de pensão. Apenas a compra de participação no HSM Brasil e na Enesa, que resultaram em prejuízos de R$ 700 milhões aos pensionistas do Funcef, Previ, Postalis e Petros.

Na sexta-feira (14), o desembargador Ney Bello suspendeu as investigações contra Paulo Guedes na Greenfield por 40 dias, até que o MPF e a CVM esclarecessem as alegações da defesa sobre o caso.

Os advogados de Guedes acusam o MPF de não compartilhar provas com a defesa com o intuito de prejudicar o ministro. E dizem que não levaram aos autos os documentos que comprovariam que a CVM o absolveu – os procuradores disseram ao TRF que isso nunca foi pedido pelos advogados.

A defesa do ministro também afirma que os procuradores não olharam para o resultado total dos investimentos e se ativeram a “recortes” da carteira do fundo BR Educacional, na época de propriedade de Paulo Guedes.

Os procuradores confirmam que não investigam todos os investimentos, mas reiteram que há indícios de fraude nos aportes citados no inquérito.

“O esforço de Paulo Guedes para arquivar a investigação sobre o investimento suspeitíssimo na empresa Enesa deve ser entendido como uma tentativa de colocar para “debaixo do tapete” um dano – possivelmente criminal – multimilionário, que hoje contribui para a situação delicada por que passam os maiores fundos de pensão do país”, afirmam os procuradores.

Leia, abaixo, a nota divulgada pelos advogados do ministro:

“As informações prestadas pela Força Tarefa Greenfield na data de hoje, no âmbito do HC impetrado em favor de Paulo Guedes, constituem prova inequívoca de que o Ministro encontra se sendo investigado em um inquérito ilegal e manifestamente sem provas. Apesar de escrever longas 13 páginas, o MPF em nenhuma linha justifica o fato de ter omitido a existência de decisão da CVM, que expressamente reconheceu a lucratividade e legalidade dos fundos “investigados”, eximindo-se, ainda, de sua obrigação processual de ter que juntar aos autos tais documentos que inocentam Paulo Guedes.

Portanto, é descabido e persecutório falar em fraude, e a maior prova disso é que os fundos da gestora de Paulo Guedes deram lucro aos fundos de pensão, conforme expressamente dito, inclusive, pela CVM.

Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso, advogados de Paulo Guedes.”

Guedes sofre resistência de servidores e privatizações viram dúvida

Coluna Esplanada
17/08/2020

O ministro da Economia, Paulo Guedes, não enfrenta apenas a debandada dos melhores quadros de sua equipe, desanimados com o cenário político-econômico atual. É forte a resistência do funcionalismo público, engajado na luta contra as privatizações, e contra a reforma administrativa.

O Governo já esperava resistência interna, ao passo que servidores sabem que, nas privatizações, nenhuma estatal pode sair a preço de banana como em alguns casos.  

A associação de servidores da Caixa, por exemplo, fez uma pesquisa e descobriu que 97% dos servidores são contra a privatização do bancão 100% estatal. O Banco do Brasil já tem capital misto. 

Mas há cases de sucesso no ramo. A Caixa Seguradora foi privatizada anos atrás, e tem uma sócia francesa. Tornou-se uma das maiores empresas seguradoras do mundo, com nova e mega sede em Brasília.

Outra resistência vem do setor elétrico. Na sexta, a Associação dos Engenheiros e Técnicos do Sistema Eletrobras espalhou por whatsapp dados positivos que, na visão dos servidores, blindam a estatal de energia da cobiça do mercado privado.

Lembram os engenheiros que foram R$ 5 bilhões de lucro no último ano fiscal; que a Eletrobras tem R$ 15 bilhões em caixa, e mais de R$ 44 bilhões em recebíveis até 2028. 


 

Direção Nacional da ADCAP.

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