POSTALIS: SOBRE A APROVAÇÃO DO PLANO DE EQUACIONAMENTO DO PLANO BD SALDADO E MIGRAÇÃO PARA NOVO PLANO
SITUAÇÃO DO PLANO BD
Recentemente
o Conselho Deliberativo do Postalis aprovou, por voto de qualidade, com votos
contrários dos três Conselheiros Eleitos, o Novo Plano de Equacionamento do
Plano BD Saldado.
O
Plano BD Saldado fechou o ano de 2020 com um déficit aproximado de R$ 7 bilhões
além dos déficits de 2012 e de 2014 que já estavam sendo pagos por
participantes, aposentados e pensionistas do Postalis.
Assim,
ao final do exercício de 2020 o déficit total do Postalis atingiu o valor de R$
12,7 bilhões.
A
situação do Plano é realmente preocupante e há a necessidade da implantação de
um Plano de Equacionamento para que possamos garantir a existência do Plano BD
Saldado enquanto lutamos judicialmente pela recuperação de recursos que
deixaram de ser aportados ao Plano ou que foram desviados de forma
irresponsável e/ou fraudulenta.
Mesmo reconhecendo a necessidade da implantação de um Plano de equacionamento, não concordamos com o modelo aprovado recentemente pelo Conselho Deliberativo e imposto pela Diretoria Executiva do Postalis.
2. REGRAS DO NOVO PLANO DE EQUACIONAMENTO
O
Plano de Equacionamento aprovado transfere para participantes, aposentados e
pensionistas a responsabilidade pelo pagamento de valores que deveriam estar
sendo pagos pelo patrocinador Correios, como é o caso da RTSA – Reserva Técnica
de Serviço Anterior, dívida contratada pelos Correios no momento do saldamento
do Plano e que não vem sendo paga desde 2014. O valor atualizado desta dívida é
de R$ 1,7 bilhão.
O
Plano de Equacionamento aprovado também transfere para participantes,
aposentados e pensionistas a responsabilidade pelo pagamento dos prejuízos
causados ao Plano pelos investimentos que estavam sob a administração do banco
BNY Mellon. Sabemos, por meio da imprensa, que há uma negociação, ainda não
concluída, para que o banco BNY Mellon aporte recursos no Plano que, de acordo
com a reportagem, seria no valor de R$ 2,5 bilhões. Não concordamos que
participantes, aposentados e pensionistas que pagaram em dia todas as suas
contribuições ao Plano BD Saldado tenham que arcar com o pagamento de recursos
que eram seus e foram desviados.
Sabemos
também que desde 2016, de acordo com a legislação vigente, havia a necessidade
de realização de um Plano de Equacionamento, que foi aprovado
pelo Conselho Deliberativo em dezembro de 2016 e deveria ser implantado em
abril de 2017, da ordem de 2,73% e que não foi implantado por negligência e
omissão das administrações passadas do Postalis, quando da intervenção
realizada pela Previc, e dos Correios. Esse atraso de cinco anos na implantação do
Plano de Equacionamento onerou em R$ 1,9 bilhão o valor do déficit. Não podemos
concordar que participantes, aposentados e pensionistas sejam responsabilizados
pelo pagamento deste valor.
Para
que os participantes, aposentados e pensionistas pudessem pagar por esses e
outros problemas causados pela má administração dos nossos recursos, a Diretoria
Executiva do Postalis elaborou este Plano de Equacionamento que é pago por meio
de uma combinação de Contribuição Extraordinária e redução de Benefícios
Futuros.
Caso
a proposta de pagamento do déficit total fosse feita apenas por meio de
Contribuições Extraordinárias, as contribuições atuais seriam elevadas em cerca
de 20%, atingindo uma alíquota de cerca de 39% do benefício saldado ou do
benefício concedido.
Para
manter o valor das Contribuições Extraordinárias nos níveis atuais, a Diretoria
do Postalis utilizou a redução de Benefícios Futuros como forma de pagamento de
grande parte do déficit.
Assim, os participantes e aposentados estarão pagando uma parcela do déficit por meio de Contribuições Extraordinárias e outra parcela do déficit por meio da redução do benefício de Pensão por Morte para 50% do valor do benefício do aposentado e também por meio da extinção do benefício de Pecúlio por Morte. Também foi introduzida uma alíquota diferenciada de 75% a título de Contribuição Extraordinária sobre o Abono Anual (13º benefício).
POSIÇÃO DA ADCAP
Mesmo
reconhecendo a necessidade da implantação de um Plano de equacionamento, não
concordamos com o modelo aprovado recentemente pelo Conselho Deliberativo e
imposto pela Diretoria Executiva do Postalis.
A
ADCAP tentou, por meios administrativos, sensibilizar as administrações do
Postalis e dos Correios no sentido de reduzir a parcela do déficit que foi
destinada para pagamento de participantes, aposentados e pensionistas, mas
mesmo com todos os esforços, não obteve sucesso.
Continuamos na luta para conseguirmos, por meio judicial, a recuperação de valores para o Plano BD Saldado. Somente dessa forma conseguiremos reduzir o impacto desse Novo Plano de Equacionamento tão perverso para todos.
PROPOSTA DE MIGRAÇÃO PARA UM NOVO PLANO CD
Sabemos
também que o Postalis apresentará, em breve, uma proposta de migração do Plano
BD Saldado para um novo Plano de Contribuição Definida.
Essa
é uma prática que vem sendo adotada no mercado de previdência privada que visa
tão somente aliviar o balanço contábil dos patrocinadores dos compromissos que
eles têm com planos concebidos na modalidade de Benefício Definido.
Nos
Planos de Benefício Definido, como há um compromisso de pagar um valor de
benefício ao aposentado e à pensionista, caso o patrimônio do Plano não seja
suficiente para honrar esse compromisso, é contabilizado um déficit. E o
pagamento deste déficit, em um Plano paritário como é o nosso, obrigatoriamente
é dividido entre a patrocinadora, por um lado, e os participantes, aposentados
e pensionistas, do outro. Ou seja, 50% do déficit é de responsabilidade da
patrocinadora.
Ao
oferecer um Plano de Contribuição Definida que não traz qualquer garantia de
valor do benefício concedido, esse compromisso da patrocinadora acaba.
Em
um Plano de Contribuição Definida o valor dos benefícios pode ser reduzido
sempre que o patrimônio do Plano não seja suficiente para a sua cobertura. E
não há contrapartida da patrocinadora. O risco da insuficiência patrimonial é
todo do participante, do aposentado e da pensionista.
Se
o Plano BD Saldado fosse na modalidade de Contribuição Definida nós estaríamos
sendo obrigados a arcar com o prejuízo total do déficit e não apenas com metade
dele.
Portanto,
não devemos nos iludir com a oferta de um Plano de Contribuição Definida e com
a promessa de que este tipo de Plano não gera déficits.
A
ADCAP prosseguirá participando das reuniões que forem marcadas com as entidades
pelo Postalis, para tratar do equacionamento do plano BD ou de migração para
plano CD, com o objetivo de permanecer buscando a proteção dos interesses de
seus associados.
Direção Nacional da ADCAP.
Vergonha. Paguei sempre em dia desde a fundação do Postalis, com a ilusão de uma aposentadoria descente e agora sou obrigado a pagar pelo roubo dos governos anteriores.
ResponderExcluirPena que no Brasil não temos grupos armados que resolvam na força esses roubos combinados. Não há defesa possível. O governo não protege. As agências todas ainda aparelhadas. Só nos está nos juntar a uma facção pagar mensalidade e ordenar ataques mortais. Polo menos quem roubou não usufrui. Agora temos q entender q o pessoal dos Correios em massa sempre vota nos comunistas e ladrões tipo pt. São 27 sindicatos e diversos adm postais pata mamar e demolir os Correios. O governo americano fez o BR parar acionistas que tiveram prejuízos com s Petrobras. Já no BR. Cadê o governo.
ExcluirQuando o Postalis foi criado, me foi prometido uma aposentadoria digna, por isso aderi ao Plano. Após 40 anos, continuo pagando roubos não cometidos por mim. Isso é vergonhoso.
ResponderExcluirUm absurdo isso que está acontecendo com o bd. Todos pagaram a mensalidade por anos e agora acontece isso?? Por incompetência de gestores entre outros envolvidos que sabemos muito bem quem são.... Não é justo termos que pagar mais essa conta.
ResponderExcluirAssim é muito bom termos que arcar com dividas que não fizemos,é uma vergonha,élamentavel.............
ResponderExcluir.
É lamentavel pois sou fundador do postalis contribui desde o inicio e agora mais uma ves vamos ser nocaltiado .
ResponderExcluirO Presidente De Gaulle, da França, há anos, em visita a nossa republiqueta, disse "O Brasil não é um país sério", eu completo "e nunca será".
ResponderExcluirUma vergonha um País com uma legislação que escraviza o seu povo.
ResponderExcluirLamentável sentimento de impotência.
Como será, caso houver uma quebra?Os participante teriam uma participação de resgate financeira?
ResponderExcluirDividir para todos um parcela dos patrimônios restante.
Desculpem meu pessimismo.
Mas acho que a recuperação é muito difícil. Estamos prejudicados qualquer sobra justa.
Aceito.
Sem fé nas competências. Deposito
Fé em Deus.
Vergonha. Indignação, diante de tanta injustiça! Fomos roubados e as instituições não agem apesar de saberem o endereço, CPF e CNPJ..... sempre paguei minhas contribuições em dia na esperança de uma aposentadoria digna e todo o meu esforço foi parar na conta corrente de ladrões engravatados. Triste isto!
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