Se os brasileiros já contam com um serviço postal presente em quase todos os municípios e a tarifa das cartas por aqui é inferior à média mundial, apesar de o país ser o 5º maior em território, quem vai ganhar com a privatização dos Correios?
Não serão os cidadãos, pois é bem provável que aconteça no Brasil o mesmo que aconteceu em Portugal após a privatização: as tarifas subiram substancialmente e várias agências foram fechadas, dificultando o acesso da população ao serviço.
Não serão as pequenas e médias empresas que dependem dos Correios para o envio de suas mercadorias. Em mãos privadas e sob a ótica única de geração de lucro, a tendência de alta de preços é concreta, especialmente para os envios destinados a localidades mais remotas e com mais dificuldade logística para acesso.
Não serão os grandes operadores do comércio eletrônico, que hoje podem montar suas estruturas próprias para as rotas em que isso for conveniente e utilizar os Correios para as demais. Vão enfrentar custos maiores e ainda correm o risco de arcarem com novas obrigações, a partir da regulação do setor que o projeto de lei prevê.
Não serão também os grandes clientes dos serviços de correspondência, como bancos, financeiras e companhias de telefone e de tv a cabo, pois as tarifas não ficarão menores.
Quem será, então, que poderá se beneficiar?
A resposta é bem simples: os bancos e consultorias que intermediarem o processo de privatização e os investidores ou especuladores que comprarem a empresa por um precinho camarada, em envelope fechado, para revender mais à frente. Esses lucrarão bilhões sem esforço.
Um negócio da China ou, nos tempos atuais, do Brasil!
ADCAP – Associação dos Profissionais dos Correios
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