Correios confirmam fim de contrato com BB no Banco Postal
Valor
28/10/19
28/10/19
Os Correios e
o Banco do Brasil não chegaram a um acordo sobre a renovação do contrato do
Banco Postal. A parceria entre as estatais será encerrada em 15 de dezembro e a
prestação do serviço será descontinuada, apurou o Valor. A informação foi
confirmada pela empresa postal.
A partir desta data, a prestação
de serviços básicos como saques, depósitos, pagamentos de contas e consultas
serão feitos por meio do Balcão do Cidadão, em parceria com mais de uma
instituição financeira. O próprio Banco do Brasil negocia adesão a este modelo
de serviço.
Em 2018, o Banco Postal estava
presente em 6.058 agências e teve receita de R$ 234,61 milhões. O número
de agências que oferece o serviço à população caiu 60% entre desde o ano
passado, totalizando 2.448 unidades. Entre os municípios sem serviços bancários,
passou de 1.929 para 829.
No início do mês, o Valor mostrou
que os dois lados estavam negociando a questão, mas que havia dificuldades. O
Banco do Brasil queria evitar o pagamento de “luvas” pelo direito de operar o
serviços, enquanto os Correios desejavam receber esse bônus para fechar a
parceria com o banco estatal ou outra instituição.
O banco público discute os termos
para aderir à proposta para prestar serviços bancários sem exclusividade com
nenhuma instituição financeira. A ideia no BB é tentar manter operações por
meio dos Correios em lugares de mais difícil acesso, em posição complementar à
sua própria operação. Esse projeto de ampliar a prestação de serviços nas 6.248
agências espalhadas pelos 5.570 municípios surgiu na administração de Juarez
Cunha, que comandou a estatal de remessas por sete meses e foi substituído por
Floriano Peixoto junho deste ano.
Uma fonte disse à reportagem que
a ideia de Cunha era aumentar a oferta de serviços para mostrar ao governo
federal a importância dos Correios e evitar a privatização. Neste mês, um
decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro incluiu a empresa no Programa
de Parcerias de Investimentos (PPI), que fará estudos sobre a privatização.
Segundo a estatal, todas as
unidades de atendimento dos Correios estarão disponíveis para a prestação do
serviço no Balcão do Cidadão, que será formalizado por meio de contratos
comerciais entre a empresa e as instituições financeiras. Por Alexandre Melo e
Fabio Graner, Valor Econômico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário