Moção de Repúdio - Ministro da Economia, Paulo Guedes
Câmara Legislativa
02/10/19
02/10/19
Moção de Repúdio às declarações caluniosas proferidas pelo
Ministro da Economia, Paulo Guedes, em relação aos trabalhadores da Empresa
Brasileira de Correios e Telégrafos
A CLP - Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos
Deputados, no seu dever de defender valores e princípios em prol da sociedade,
aprova este veemente repúdio às declarações caluniosas do Ministro da Economia,
Paulo Guedes, proferidas durante evento em Fortaleza, no qual atacou os
empregados da empresa e defendeu enfaticamente a privatização da instituição,
além da venda de outras empresas estatais.
Na ocasião, ao defender maior celeridade do governo no desenrolar
do processo de entrega da ECT ao capital financeiro, Guedes
desqualificou a empresa e comparou os trabalhadores a gafanhotos:
“Qual a dúvida a respeito de privatizar os Correios? Ninguém
escreve cartas. Você vende tudo aqui. Agora, vai entregar. E os Correios é
espetacular pra isso (sic). Ao mesmo tempo, tem cem mil carteiros que perderam
as aposentadorias. Eles não quebram só a empresa. Quebram a empresa e quebram o
fundo [de pensão] também. Quebram tudo. Não pode ficar nada em pé. Então é como
uma nuvem de gafanhoto, quando passa não deixa nada”.
O fato, que de longe é ignorado pelo ministro, é que os Correios
constituem uma das mais antigas e importantes empresas estatais do país, que
nas últimas décadas vem sofrendo virulentos ataques e tem sido submetido a um
processo de sucateamento, como parte do projeto neoliberal de preparar o
terreno do patrimônio público para a privatização sob o pretexto de a empresa
ser deficitária.
As declarações falsárias do ministro da Economia - porta-voz do
rentismo e propagandista neoliberal -, buscam escamotear um dos propósitos
do atual governo, que é deflagrar o sucateamento das empresas públicas para
construir uma narrativa pró-privatização e assim reunir meios para entregá-las
ao mercado.
É de se destacar que a fala infeliz do ministro, bem como a agressão
aos trabalhadores, desconsidera o fato de que a empresa, no ano passado, deu
lucro de R$ 161 milhões, fato que desmente o argumento de que ela dá prejuízo.
O lucro não advém do que é monopolizado (mensagens via cartas e telegramas),
mas das encomendas.
Vale frisar que a empresa emprega 105 mil empregados diretos, e
obteve o resultado de 2018 em decorrência de fatores como a expansão de 3,27%
na receita bruta de vendas e serviços. No serviço de encomendas, a receita
aumentou 20,40%.
A sociedade brasileira, especialmente os que mais necessitam da
prestação de serviços postais ofertados pelos Correios, por certo, não
concordam com o desmonte da empresa. Por isso, é fundamental a defesa da
manutenção dos Correios como instituição pública e como instrumento a serviço,
não do capital e dos interesses escusos de determinados grupos, mas a pleno
serviço dos objetivos e necessidades da classe trabalhadora e da população
brasileira.
Assim, é necessário que toda a sociedade se posicione contra a
política de privatizações anunciada pelo atual governo, ação esta fundamental
para a defesa da soberania nacional de uma empresa que está presente em 100%
dos municípios brasileiros e que é considerada uma das empresas mais eficientes
do mundo, e tem serviço postal mais barato do que a média mundial, com um nível
de eficiência que atinge 99%.
Face ao exposto, apresentamos a presente moção de veemente repúdio
às já referenciadas declarações do ministro da Economia que ofendeu não apenas
os trabalhadores dos Correios, mas toda a classe trabalhadora brasileira, ao
passo que apoiamos as reivindicações da categoria, a qual deflagrou o movimento
de greve em todo o país como forma de garantir a manutenção de todas as
cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho e lutar contra a privatização da
instituição.
Brasília (DF), 2 de outubro de 2019.
Deputado Leonardo Monteiro (PT-MG)
Presidente da Comissão
Deputada Érika Kokay (PT-DF)
Vice-Presidente da Comissão
Ele comparou as administrações passadas ( leia-se) Como uma nuvem de gafanhotos. W foi keamo. Não os empregados que foram prejudicados por eles. Nao sou a favor da privatização, mas quem destruiu a empresa nao poee se colocar agora com o defensores.
ResponderExcluir