Fundos de Pensão
Operação Grand Bazaar
A imprensa trouxe
hoje a notícia de mais uma operação da PF relacionada aos grandes fundos de
pensão brasileiros.
Desta feita, a
operação tem como alvo principal o Deputado Sérgio Souza, que foi relator da
CPI dos Fundos de Pensão.
Caso sejam
confirmadas as denúncias, é uma situação de se lamentar, pois se trata de um
parlamentar que vinha atuando na defesa de causas de interesse dos
participantes e assistidos, como é o caso do Projeto de Lei 8821/2017, que
autoriza a dedução do Imposto de Renda (IR) dos participantes de fundos de
pensão que fazem contribuições adicionais para cobrir déficits das entidades de
previdência.
De qualquer forma, a
ADCAP tem expectativa de que o MPF e a PF prossigam firmes em seu trabalho de
buscar os responsáveis pelos desvios havidos nos fundos de pensão, estejam eles
na direção das entidades, nas empresas que armaram os esquemas fraudulentos,
nas entidades financeiras que deram cobertura a esses negócios e nos políticos
que articularam essas negociatas. E quem for culpado, que pague copiosamente
pelo que fez, afinal não se pode destruir impunemente as aposentadorias das
pessoas.
Direção Nacional da ADCAP.
Deputado Sérgio Souza é alvo de operação
contra fraudes a fundos de pensão
Uol
21/10/19
21/10/19
O deputado federal Sergio Souza (MDB-PR) é
alvo de buscas da Polícia Federal na manhã de hoje. A investigação apura se o
parlamentar recebeu propina para não incluir o presidente do Postalis e
do Petros em CPI da Câmara dos Deputados que apurava desvio de recursos de
fundos de pensões. A operação foi autorizada por Celso de Melo, ministro do
Supremo Tribunal Federal (STF).A Operação Grand Bazaar conta com cerca de 100
agentes que cumprem 18 mandados de busca e apreensão em Curitiba, São Paulo,
Rio de Janeiro e Brasília. Ela é um desdobramento da delação premiada do
operador financeiro Lúcio Funaro, investigado nas operações Cui Bono e Patmos,
ambas deflagradas em 2017.
Em comunicado, a Polícia Federal informou que
a investigação foi instaurada em 2018". As fraudes também foram
investigadas por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que funcionou na
Câmara dos Deputados, nos anos de 2015 e 2016."O ciclo de lavagem de
dinheiro envolvia a remessa de recursos desviados dos fundos de pensão para
empresas de fachada nos Estados Unidos. Com a confirmação do recebimento de
valores em contas indicadas no exterior, operadores disponibilizavam recursos
em espécie no Brasil, a fim de que fossem entregues em endereços vinculados a
supostos intermediários do parlamentar federal, tanto em residências em
Brasília, como em hotéis em São Paulo", diz o comunicado da PF.Os mandados
judiciais têm como alvo nos endereços dos investigados, que não tiveram a
identidade revelada pela Polícia Federal.A defesa do deputado ainda não se
pronunciou sobre o caso.
PF mira deputado Sergio Souza por propinas
na CPI dos Fundos de Pensão
Estadão
21/10/19
21/10/19
O deputado federal Sergio Souza (MDB–PR) é
alvo de buscas da Polícia Federal na manhã desta segunda, 21. Investigação
apura se o parlamentar recebeu propina para não incluir o ex-presidente do Postalis,
Antônio Carlos Conquista, e da Petros, Wagner Pinheiro, em Comissão Parlamentar
de Inquérito da Câmara dos Deputados que apurava desvio de recursos de fundos
de pensões. A operação foi autorizada por Celso de Melo, ministro do Supremo.
A Operação Grand Bazaar conta com cerca de
100 agentes que cumprem 18 mandados de busca e apreensão nos endereços dos
investigados em Curitiba (6), São Paulo (3), Rio de Janeiro (4) e Brasília (5).
Ela é um desdobramento da delação premiada do operador financeiro Lúcio Funaro,
investigado nas operações Cui Bono e Patmos, ambas deflagradas em 2017. As
buscas incluem o gabinete do emedebista no Anexo 4, da Câmara.
A lavagem de dinheiro envolvia a remessa de
recursos desviados dos fundos de pensão para empresas de fachada nos Estados
Unidos, segundo informou a PF. Com a confirmação do recebimento de valores em
contas indicadas no exterior, operadores disponibilizavam recursos em espécie
no Brasil, a fim de que fossem entregues em endereços vinculados a supostos
intermediários do parlamentar federal, tanto em residências em Brasília, como
em hotéis em São Paulo.
São alvos dos mandados autoridades públicas,
beneficiários dos recursos, operadores financeiros, um advogado e empresários
que teriam feito os pagamentos ilícitos ao parlamentar.
COM A PALAVRA, O DEPUTADO SERGIO SOUZA
A reportagem busca contato com a defesa do deputado Sergio Souza. O espaço está aberto para manifestação.
COM A PALAVRA, OS EX-EXECUTIVOS DOS FUNDOS DE PENSÃO
A reportagem busca o contato com os executivos citados na delação de Lúcio Bolonha Funaro. O espaço está aberto para manifestação.
A reportagem busca contato com a defesa do deputado Sergio Souza. O espaço está aberto para manifestação.
COM A PALAVRA, OS EX-EXECUTIVOS DOS FUNDOS DE PENSÃO
A reportagem busca o contato com os executivos citados na delação de Lúcio Bolonha Funaro. O espaço está aberto para manifestação.
PF mira relator da CPI dos fundos de pensão
em operação para desarticular esquema de
fraudes
G1
21/10/19
21/10/19
A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã
desta segunda-feira (21/10), operação em quatro estados com o objetivo de
desarticular esquema de fraudes em fundos de pensão. A operação batizada de
Grand Bazaar foi autorizada pelo ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal
Federal (STF), e mira o deputado Sergio Souza (MDB-PR). O G1 entrou em contato
o deputado e aguardava uma resposta até a última atualização desta reportagem.
Sergio Souza foi relator da Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) dos fundos de pensão concluída na Câmara dos
Deputados em abril de 2016. A comissão trabalhou por oito meses e analisou
números dos quatro maiores fundos de pensão do Brasil – Caixa Econômica Federal
(Funcef), Correios (Postalis), Petrobras (Petros) e
Banco do Brasil (Previ) – entre 2003 e 2015.
A ação da PF envolveu 18 mandados de busca e apreensão nas cidades de Curitiba (PR), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Brasília (DF). Agentes da PF cumpriram mandados de busca e apreensão no gabinete do parlamentar na Câmara dos Deputados.
Segundo a PF, são alvo das buscas autoridades
públicas, operadores financeiros, um advogado e empresários que teriam pago
propina ao parlamentar em troca de proteção na CPI dos fundos de pensão.
A suspeita dos investigadores é a de que
deputado recebeu R$ 3,25 milhões para evitar a convocação e o indiciamento de
algumas pessoas na CPI dos fundos de pensão, entre elas, o ex-presidente da
Petros, Wagner Pinheiro de Oliveira e o ex-presidente do Postalis, Antônio
Carlos Conquista.
Investigação
De acordo com a PF, a investigação do caso
começou em 2018, a partir de depoimentos de delação premiada de um operador
financeiro que atuou em outros esquemas já investigados pela PF nas Operações
Cui Bono e Patmos, de 2017.
Segundo a PF, o suposto ciclo de lavagem de
dinheiro investigado envolvia a remessa de recursos desviados dos fundos de
pensão para empresas de fachada nos Estados Unidos.
Além de autorizar as buscas da operação desta segunda, o ministro Celso de Mello decretou o bloqueio e sequestro de bens, móveis e imóveis, do deputado Sérgio Souza; do empresário Arthur Mário Pinheiro Machado; do ex-presidente da Petros, Wagner Pinheiro de Oliveira; do ex-presidente do Postalis, Antônio Carlos Conquista; do lobista Milton de Oliveira Lyra Filho e do advogado Marcos Joaquim Gonçalves Alves.
A Procuradoria-Geral da República (PGR)
chegou a pedir a prisão preventiva do empresário Arthur Mário Pinheiro Machado
e do lobista Milton de Oliveira Lyra, mas o ministro Celso de Mello negou o
pedido.
CPI dos fundos de pensão
O CPI, criada em agosto de 2015, tinha como
objetivo apurar indícios de fraude e má gestão de fundos de previdência
complementar de funcionários de estatais e servidores públicos, entre 2003 e
2015, que causaram prejuízos aos seus participantes.
Os quatro fundos investigados pela CPI foram o Postalis (Correios), Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobras) e Funcef (Caixa).
O relatório de Souza, aprovado pela comissão
em abril de 2016, sugeriu o indiciamento na área penal de 146 pessoas suspeitas
de envolvimento em esquemas de corrupção nos fundos.
O relator recomentou, ainda, ao Ministério
Público outros 155 indiciamentos na área civil e 52 na área administrativa –
alguns se referiram a uma mesma pessoa ou instituição, mas em esferas
diferentes.
Em 8 meses, a CPI focou a investigação em 15
casos com indícios de aplicação incorreta de recursos e de manipulação
envolvendo os quatro fundos de pensão. Segundo o relatório, o prejuízo apurado
nesses casos foi de R$ 6,6 bilhões.
Decano do STF vê 'relevantes indícios' sobre
Sergio Souza e defende buscas no Congresso
G1
21/10/2019
21/10/2019
Ministro Celso de Mello autorizou buscas para
apurar esquema de R$ 3,2 milhões em propina e lavagem. Ele disse que não pode
haver 'santuários de proteção' a investigados.
O ministro Celso de Mello, decano do Supremo
Tribunal Federal (STF), afirmou na decisão que autorizou busca e apreensão
relacionadas ao deputado federal Sérgio Souza (MDB-PR) que há "relevantes
indícios" contra o parlamentar e defendeu a operação policial dentro do
Congresso Nacional.
Com autorização de Celso de Mello, a Polícia
Federal (PF) deflagrou operação em quatro estados para apurar suspeitas de
corrupção passiva e lavagem de dinheiro envolvendo fundos de pensão.
Sérgio Souza foi relator da Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) dos fundos de pensão concluída na Câmara dos
Deputados em abril de 2016 e é suspeito de ter recebido R$ 3,2 milhões para
evitar convocações e indiciamentos. Os outros envolvidos são representes dos
fundos e advogados.
A comissão trabalhou por oito meses e
analisou números dos quatro maiores fundos de pensão do Brasil – Caixa
Econômica Federal (Funcef), Correios (Postalis), Petrobras (Petros) e
Banco do Brasil (Previ) – entre 2003 e 2015.
Ao autorizar as buscas pedidas pela Polícia
Federal e avalizadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), o ministro Celso
de Mello considerou que se tratam de "medidas excepcionais", mas
necessárias.
"Presentes e satisfeitos, no caso, os
requisitos necessários ao deferimento das pretendidas medidas de busca e
apreensão e de bloqueio e sequestro de bens, pois demonstrada a existência de
indícios razoáveis de autoria de supostas infrações penais puníveis com
reclusão, além de enfatizada a absoluta imprescindibilidade da adoção dessas
medidas excepcionais, não apenas para efeito de elucidação dos fatos delituosos
em causa, mas, também, com o fim de inibir-se a reinserção de dinheiro ilícito
na economia formal e de assegurar-se a reparação dos danos causados pelas
alegadas práticas delituosas", afirmou.
Em outro trecho da decisão, o ministro
apontou "a existência de relevantes indícios que denotam o recebimento,
pelo parlamentar investigado, de pelo menos R$ 3,25 milhões".
Segundo Celso de Mello, não se pode falar em
quebra da separação de poderes com a autorização de busca dentro do Congresso.
E que parlamentar não pode ter tratamento diferenciado.
"Registre-se, por sua vez, quanto à
realização da diligência de busca e apreensão no gabinete parlamentar do
Deputado Federal sob investigação, que tal possibilidade não é repudiada pelo
ordenamento jurídico pátrio, mesmo porque – é importante relembrar – vivemos
sob a égide do princípio republicano, que se revela hostil a qualquer
tratamento seletivo que busque construir espaços de intangibilidade em favor de
determinadas autoridades públicas", destacou.
O decano rechaçou a possibilidade de
"santuários de proteção" a investigados.
Pedidos de prisão
O ministro Celso de Mello rejeitou o pedido
da PGR para as prisões preventivas do empresário Arthur Mário Pinheiro Machado
e do lobista Milton de Oliveira Lyra.
Segundo a Procuradoria, a prisão era
necessária para "garantir a ordem pública, de modo a coibir a reiteração
da empreitada criminosa" e "assegurar a aplicação da lei penal e por
conveniência da instrução criminal".
Ao rejeitar o pedido, o decano do STF afirmou
que o pedido de prisão "ampara-se em elementos insuficientes, desprovidos
de necessária fundamentação substancial".
A PGR também pediu a prisão temporária para
cinco dos investigados na operação, entre eles, o ex-presidente da Petros,
Wagner Pinheiro de Oliveira, e o ex-presidente do Postalis, Antônio Carlos
Conquista.
Celso de Mello também negou os pedidos,
afirmando que "não estão presentes os requisitos necessários à imposição
dessa medida extraordinária".
Segundo o ministro, a investigação "não
indicou um único fato concreto que pudesse justificar a utilização, no caso
presente, do instituto da prisão temporária". Além disso, os fatos são
antigos, de quatro anos atrás, apontou.
"Impende nunca desconsiderar, nessa
perspectiva, que presunções construídas a partir de juízos meramente
conjecturais, porque formuladas à margem do sistema jurídico, não podem
prevalecer sobre o princípio da liberdade, cuja precedência constitucional
confere-lhe posição eminente no domínio do processo penal", disse Celso de
Mello.
Bloqueio de bens e veículos
O ministro atendeu pedido para que todos os
investigados juntos tenham R$ 3,25 milhões bloqueados. Também autorizou o
bloqueio de carros dos suspeitos.
Sobre os veículos, Celso de Mello esclareceu
especificamente que os policiais podiam fazer buscas dentro dos carros dos
investigados. "Cabendo-lhe proceder, ainda, à busca e apreensão nos
veículos que se encontrem no local onde for realizada a medida e que tenham
relação com a investigação."
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