Correios: ‘grevistas não falam sobre real motivo da paralisação’
Veja
12 mar 2018
12 mar 2018
Os Correios divulgaram nota hoje
afirmando que o movimento grevista não fala sobre o real motivo da paralisação.
Segundo a empresa, o que está por trás da greve iniciada ontem é o custeio do
plano de saúde dos funcionários.
Pelos cálculos da estatal, o gasto anual com
plano de saúde atinge 1,8 bilhão de reais por ano, o que corresponde a 10% do
faturamento dos Correios.“Com o objetivo de ganhar a opinião pública, as
representações dos trabalhadores divulgaram uma extensa pauta de reivindicações
que nada têm a ver com o verdadeiro motivo da paralisação de hoje: a mudança na
forma de custeio do plano de saúde da categoria”, dizem os Correios.Pelas
regras atuais, além do funcionário, cônjuge e filhos, também são cobertos pelo
plano de saúde pais e mães de colaboradores. Nenhum deles paga mensalidade para
ter direito à cobertura de saúde. Proposta apresentada no ano passado pelo
Tribunal Superior do Trabalho (TST) previa a criação de uma cobrança mensal de
5,21% a 7,82% da remuneração bruta, dependendo do salário ou aposentadoria.
Hoje, há uma coparticipação de 7%. A proposta do TST previa elevar a
coparticipação para de 15% (exames) a 30% (exames).
“No momento, a empresa aguarda uma decisão
por parte daquele tribunal. A audiência está marcada para a tarde de hoje”,
informam os Correios sobre a questão do plano de saúde.
Para a empresa, a greve é injustificada e
ilegal, “pois não houve descumprimento de qualquer cláusula do acordo coletivo
de trabalho da categoria”.
Em notas, a estatal diz que a crise
financeira que atravessa é “fruto da queda expressiva do volume de
correspondências, objeto de monopólio, e da falta de investimentos em novos
negócios, nos últimos anos, que garantissem não só a competitividade, mas também
a sustentabilidade da empresa”. “Estes, dentre outros fatores, vêm repercutindo
nas contas dos Correios e, neste momento, um movimento dessa natureza serve
apenas para agravar ainda mais a situação delicada da estatal e,
consequentemente, de seus empregados.”
Segundo os Correios, a greve ainda não atinge
os serviços de atendimento. “Até o momento, todas as agências, inclusive nas
regiões que aderiram ao movimento, estão abertas e todos os serviços estão
disponíveis.”
A empresa diz que 87,15% do efetivo total dos
Correios no Brasil está presente e trabalhando — o que corresponde a 92.212
empregados, número apurado por meio de sistema eletrônico de presença.
Em nota de 2017, a Federação dos
Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) dizia
que o ‘plano de saúde podia ser o bode expiatório para mascarar denúncias’. “É
preocupante a falta de transparência, como no caso do plano de saúde da
categoria, que está em processo de julgamento no Tribunal Superior do Trabalho
(TST) e, ainda hoje, as representações dos trabalhadores não tiveram acesso aos
números reais da operadora”, afirmou a entidade.
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