Justiça suspende reajuste nas tarifas dos Correios para clientes do Mercado Livre
Estadão
06 Março 2018
06 Março 2018
A Justiça Federal deu medida liminar em favor
da companhia Mercado Livre e determinou que Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos – ECT, entre outras medidas, suspenda os reajustes nas tarifas das
encomendas PAC e Sedex, que teria vigência a partir desta terça-feira, 6. A
decisão é da juíza federal Rosana Ferri, da 2.ª Vara Federal Cível de São
Paulo.As informações foram divulgadas pelo Núcleo de Comunicação Social da
Justiça Federal em São Paulo – Processo n.º 5004786-83.2018.403.6181.Em seu
pedido, o Mercado Livre, que mantém contrato desde 2011 com a ECT, afirmou que
no momento em que se discutia a renovação contratual, ‘teve ciência da
implantação de uma nova política de preços, imposta de forma unilateral pelos
Correios, sob pena de suspensão de todos os serviços’.
Segundo a ação, para evitar a descontinuidade
nas entregas e um prejuízo aos usuários (compradores e vendedores), Mercado
Livre se sentiu obrigado a aceitar tais condições.
A empresa entende serem ‘ilegais e abusivas’
as medidas e alega que ‘a nova política de preços ocasionará um grave dano aos
seus negócios de e-commerce, podendo ocasionar a descontinuidade dos serviços’.
Para a juíza, há ‘plausibilidade nas
alegações da autora, principalmente, no que tange à nova política de preços
adotada pelos Correios’.
Rosana Ferri ainda ressalta que a plataforma
de comércio eletrônico do Mercado Livre ‘movimenta milhares de negócios de
pequenos empreendedores fomentando a economia, questão importante a ser
considerada na atual conjuntura’.
“Obviamente a questão merece melhor análise
com a formação do contraditório, todavia, em homenagem ao princípio da
razoabilidade, entendo que deva ser concedida a tutela pretendida, a fim de não
onerar a parte autora, pelo menos até a realização de audiência de tentativa de
conciliação”, destaca a magistrada.
Segundo a decisão, a ECT ainda está proibida
de reajustar as tarifas acima dos índices oficiais de inflação, bem como de
impor acréscimos nos valores relativos aos envios de pacotes ‘não quadrados’ ou
nas áreas de risco, e, por fim, de estabelecer unilateralmente qualquer outra
medida que represente aumento de ônus ou redução de direitos ao Mercado Livre.
COM A PALAVRA, OS CORREIOS
Os Correios não concordam com a decisão da
juíza da 2ª Vara Federal Cível de São Paulo e estão trabalhando para obter a
suspensão da liminar. Enquanto isso, a empresa está cumprindo com a decisão
judicial, que se aplica somente às demandas do Mercado Livre. Por respeito à
relevância do comércio eletrônico brasileiro, os Correios mantêm uma Política
Comercial com uma estratégia de precificação que segue a lógica do mercado e,
mesmo com os aumentos de custos, a empresa busca o menor impacto possível nas
praças mais relevantes para o e-commerce brasileiro.
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