Mesmo com decisão do TST, governo não descarta privatização dos Correios
InfoMoney
13/03/2018
13/03/2018
Mesmo com a decisão do Tribunal Superior
do Trabalho (TST) que obriga os empregados dos Correios e seus
dependentes a pagar mensalidade para manter os planos de saúde,
o governo não descarta a privatização da empresa (/assuntos/empresa)
pública. “Os correios estão em uma situação muito difícil. Eu sei que
é muito difícil cortar direitos dos trabalhadores, mais triste é você
fechar uma empresa porque ela está insolvente”, disse o ministro da
Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab. “O governo
brasileiro, diante da conjuntura econômica muito difícil, tem deixado
claro (/assuntos/claro) que o Tesouro não colocará recursos nos Correios”,
ressaltou ele, explicando que a direção da empresa está avaliando qual
será a nova realidade diante da decisão do TST. “Ou os Correios diminuem
suas despesas ou vão passar por um processo de privatização”, disse
durante sua participação, hoje (13), no Programa Por Dentro do Governo, da
TV NBR.
Ontem (12), o tribunal julgou a ação de
dissídio coletivo que havia sido ajuizada pelos Correios ainda no ano
passado, quando não houve acordo entre empregados e direção sobre a
revisão do Postal Saúde no âmbito do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
A principal mudança é a introdução da
cobrança de mensalidade dos empregados e seus dependentes (cônjuges e lhos (/assuntos/lhos)), conforme faixas
etária e remuneratória. Até então, os empregados e seus familiares que
usavam o plano pagavam apenas um percentual por consulta ou exame, de
acordo com uma tabela remuneratória do plano.
Segundo Kassab, a proposta inicial da direção
da empresa era mais ampla, prevendo a manutenção do plano apenas para
funcionários ativos (/assuntos/ativos) e aposentados e a criação de um
outro plano para todos os dependentes. Além dos mais de 140
mil funcionários da ativa e aposentados dos Correios, o Postal Saúde
atendia a outras 250 mil pessoas, totalizando aproximadamente 400 mil
vidas.
Para a Federação Nacional dos Trabalhadores
em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), a empresa não
onera o governo federal ou o bolso do cidadão por meio da arrecadação de
impostos (/assuntos/impostos). “Ao contrário, é o governo quem tem retirado
verbas da empresa, sem retorno, nos últimos anos, como da ordem de R$
6 bilhões”, informou. “Com todos os erros e ingerências políticas na
administração dos
Correios, a direção da estatal promove essas e outras retiradas de direitos dos próprios trabalhadores, responsabilizando-os pelos danos da ECTSobre a decisão do TST, Silva diz que será difícil para os trabalhadores pois o pagamento do plano de saúde acabará reduzindo ainda mais o salário da categoria. O salário médio dos trabalhadores dos Correios é R$ 1,6 mil, “o pior salário entre empresas públicas e estatais”, segundo a federação.
A decisão do TST ainda cabe recurso no
próprio tribunal e ao Supremo Tribunal Federal. Ontem (12), os
trabalhadores dos Correios entraram em greve por tempo indeterminado contra
as mudanças no plano de saúde da empresa. De acordo com a Fentect, 31
sindicatos da categoria aderiram a greve. Hoje, após a decisão do TST, 18
permanecem no movimento paredista. Na tarde de hoje, os sindicatos farão
novas assembleias (/assuntos/assembleias) para avaliar o futuro da greve.
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