Entregas nos Correios já estão mais caras
O Dia
07/03/2018
07/03/2018
O vereador Jones Moura (PSD) protocolou ontem
um recurso na Justiça Federal para reverter a decisão que indeferiu a suspensão
da taxa extra de entregas dos Correios no Rio. Nesta
terça-feira, começou a valer a cobrança de R$ 3 para todas as encomendas
(serviços Sedex e PAC) destinadas ao município e à Região Metropolitana, com
origem em qualquer local do país. A justificativa da empresa é que o custo do
serviço sofreu impacto em decorrência dos altos índices de violência no estado.
O recurso foi protocolado no Tribunal
Regional Federal da 2ª Região (TRF-2). Ainda não foi definida qual turma de
desembargadores irá julgá-lo. Na sexta-feria, a juíza Geraldine Pinto Vital de
Castro, da 27ª Vara da Justiça Federal, negou um pedido de liminar feito pelo
vereador. A magistrada considerou que o novo tributo não evidencia ilegalidade
ou abusividade. Para Moura, não há justificativa para os Correios, que atuam em
todo o território nacional, defenderem uma cobrança apenas para o Rio.
"O Instituto de Pesquisas Econômicas
Aplicadas (Ipea) divulgou, este mês, o ranking das 30 cidades mais violentas do
país e o Rio de Janeiro sequer consta dessa lista. A cidade está, inclusive, em
plena intervenção federal na Segurança Pública, o que, é claro, tem o potencial
de reduzir os índices de criminalidade. O que parece é que essa taxa será
apenas para capitalizar a empresa, cuja crise financeira é de conhecimento de
todos", ponderou o vereador.O Procon Estadual aguarda decisão da Justiça
Federal sobre um pedido de liminar apresentado na semana passada. A autarquia
pede que o valor seja declarado ilegal e a devolução em dobro aos consumidores
das quantias pagas de cobrança extra.
Os Correios ressaltaram que a cobrança já é
praticada por outras transportadoras brasileiras desde março de 2017 e que
poderá ser suspensa a qualquer momento, "desde que a situação de violência
seja controlada". Segundo a empresa, o valor será empregado para cobrir
"os altos custos com segurança, que incluem gastos com contratação de
escolta, monitoramento da carga, ferramentas de gestão de risco, segurança nas
unidades, entre outras ações".
Questionada, a estatal não respondeu quanto
arrecadará com a medida ou o número médio de encomendas entregues nas áreas
afetadas. Argumentou que se tratam de "informações estratégicas de mercado
concorrencial".
A Defensoria Pública da União (DPU) informou
que não havia recebido, até o início da noite de ontem, esclarecimentos
solicitados à estatal na quarta-feira por meio de ofício. O prazo para a
resposta terminaria ontem à meia-noite. O defensor regional de Direitos Humanos
no Rio de Janeiro, Daniel Macedo, avaliará hoje quais medidas serão tomadas.
Reajuste de 8% para encomendas
Também entrou em vigor ontem o reajuste anual dos preços de serviços Sedex e PAC para os objetos postados entre capitais e nos âmbitos local e estadual em todo o país. De acordo com os Correios, o aumento médio é de 8%. O reajuste e a taxa de entrega no Rio só não vai valer para itens comprados pelo site Mercado Livre, que obteve liminar favorável junto à Justiça Federal de São Paulo.
O
Mercado Livre argumenta que a correção poderia chegar a 51% dependendo das
rotas e localidade. A estatal reiterou que a média será de 8%, e não até 51%.
Informou ainda que a revisão anual é prevista em contrato e baseada no aumento
dos custos do serviço.
Nenhum comentário:
Postar um comentário