quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Entidades têm até sexta-feira para responder se mantêm greve

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04 de outubro de 2017

Em audiência de conciliação realizada nesta quarta-feira (4), as entidades que representam os funcionários dos Correios se comprometeram a decidir, até sexta-feira (6), se aceitam a proposta apresentada pelo ministro Emmanoel Pereira, do TST.

Inicialmente, havia sido acordado o prazo até segunda-feira (9), mas o presidente dos Correios, Guilherme Campos, pediu para o resultado das assembleias ser informado antes.

Para encerrar a greve que se iniciou no dia 19, Pereira sugeriu a compensação de 64 horas até 30 de dezembro deste ano, o que equivale a oito dias, e desconto dos demais dias tratados como greve.

Se aceitarem a proposta, que ainda será colocada em assembleia nos estados onde há paralisação, os funcionários dos Correios que trabalham de segunda a sexta-feira deverão trabalhar por seis horas aos sábados, enquanto os demais precisarão compensar durante a semana.

Além disso, o ministro propôs manter as cláusulas de negociação original da forma em que se encontram, excluindo a da gratificação de incentivo à produtividade e do acordo coletivo 2015/2016. Já o plano de saúde continuará sendo analisado e tratado de forma separada.

Pereira considerou a proposta justa e pediu aos representantes dos sindicatos e associações que encerrem a paralisação. Ele já havia considerado a greve abusiva no dia 28 de setembro. “Essa greve dos senhores me traz uma preocupação social muito grande”, afirmou.

O ministro também aproveitou o momento para fazer um apelo aos sindicalistas. “Eu, particularmente, estou sofrendo prejuízo com a greve dos senhores, que é legítima. Estou sem receber uma encomenda, já há algum tempo, por causa dessa greve”, desabafou.

Confira como foi a audiência na íntegra:

A greve foi iniciada pela Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores da ECT (Findect) no dia 19 à noite, mas os impactos só ocorreram no dia 20. Com isso, a paralisação já completa 15 dias.

A audiência foi solicitada pela própria Findect, além de sindicatos dos trabalhadores em São Paulo, Rio de Janeiro, Tocantins, Bauru e Maranhão, em agravo interposto contra a decisão do ministro Emmanoel Pereira que, no dia 28 de setembro, declarou a abusividade da greve dos empregados da ECT.

A outra entidade sindical representante dos trabalhadores, a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), também entrou com o mesmo pedido.
Para os Correios, com a decisão do TST proferida na semana passada, os “empregados que aderiram à paralisação devem retornar aos seus postos de trabalho imediatamente”.

Em nota, a empresa informou na segunda-feira (2) que 85,56% dos empregados (92.898) estavam trabalhando normalmente em todo o país e que desde a última sexta-feira (29), mais de 1.200 empregados retornaram aos seus postos de trabalho. Na sexta-feira (29), eram 84,42% dos empregados (91.651 pessoas), o que indica que houve queda na adesão à greve, de acordo com os dados da estatal.


A paralisação ocorre cerca de um mês após o presidente dos Correios, Guilherme Campos, afirmar categoricamente que os funcionários não cruzariam os braços em 2017. “Será um ótimo final de ano e sem greve”, cravou, à época.

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