Entidades têm até sexta-feira para responder se mantêm greve
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04 de outubro de 2017
04 de outubro de 2017
Em audiência de conciliação realizada nesta
quarta-feira (4), as entidades que representam os funcionários dos Correios se
comprometeram a decidir, até sexta-feira (6), se aceitam a proposta apresentada
pelo ministro Emmanoel Pereira, do TST.
Inicialmente, havia sido acordado o prazo até
segunda-feira (9), mas o presidente dos Correios, Guilherme Campos, pediu para
o resultado das assembleias ser informado antes.
Para encerrar a greve que se iniciou no dia
19, Pereira sugeriu a compensação de 64 horas até 30 de dezembro deste ano, o
que equivale a oito dias, e desconto dos demais dias tratados como greve.
Se aceitarem a proposta, que ainda será
colocada em assembleia nos estados onde há paralisação, os funcionários dos
Correios que trabalham de segunda a sexta-feira deverão trabalhar por seis
horas aos sábados, enquanto os demais precisarão compensar durante a semana.
Além disso, o ministro propôs manter as
cláusulas de negociação original da forma em que se encontram, excluindo a da
gratificação de incentivo à produtividade e do acordo coletivo 2015/2016. Já o
plano de saúde continuará sendo analisado e tratado de forma separada.
Pereira considerou a proposta justa e pediu
aos representantes dos sindicatos e associações que encerrem a paralisação. Ele
já havia considerado a greve abusiva no dia 28 de setembro. “Essa greve dos
senhores me traz uma preocupação social muito grande”, afirmou.
O ministro também aproveitou o momento para
fazer um apelo aos sindicalistas. “Eu, particularmente, estou sofrendo prejuízo
com a greve dos senhores, que é legítima. Estou sem receber uma encomenda, já
há algum tempo, por causa dessa greve”, desabafou.
Confira como foi a audiência na íntegra:
A greve foi iniciada pela Federação
Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores da ECT (Findect) no dia 19 à
noite, mas os impactos só ocorreram no dia 20. Com isso, a paralisação já
completa 15 dias.
A audiência foi solicitada pela própria
Findect, além de sindicatos dos trabalhadores em São Paulo, Rio de Janeiro,
Tocantins, Bauru e Maranhão, em agravo interposto contra a decisão do ministro
Emmanoel Pereira que, no dia 28 de setembro, declarou a abusividade da greve
dos empregados da ECT.
A outra entidade sindical representante dos
trabalhadores, a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e
Telégrafos e Similares (Fentect), também entrou com o mesmo pedido.
Para os Correios, com a decisão do TST
proferida na semana passada, os “empregados que aderiram à paralisação devem
retornar aos seus postos de trabalho imediatamente”.
Em nota, a empresa informou na segunda-feira
(2) que 85,56% dos empregados (92.898) estavam trabalhando normalmente em todo
o país e que desde a última sexta-feira (29), mais de 1.200 empregados
retornaram aos seus postos de trabalho. Na sexta-feira (29), eram 84,42% dos
empregados (91.651 pessoas), o que indica que houve queda na adesão à greve, de
acordo com os dados da estatal.
A paralisação ocorre cerca de um mês após o
presidente dos Correios, Guilherme Campos, afirmar categoricamente que os
funcionários não cruzariam os braços em 2017. “Será um ótimo final de ano e sem
greve”, cravou, à época.
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