terça-feira, 17 de outubro de 2017

PR: Privatização dos Correios pode encarecer serviços, avalia dirigente sindical


Brasil de Fato
16 de Outubro de 2017

Em setembro, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, emitiu uma declaração pública sobre a possibilidade de privatizar o serviço prestado pelos Correios. A mesma intenção foi sinalizada em maio pelo ministro das Comunicações, Gilberto Kassab, segundo o qual a empresa deveria promover um rápido equilíbrio ou “caminharia para um processo de privatização”. No Paraná, trabalhadores responderam à ameaça com uma greve de 20 dias e adesão de 70% dos funcionários, que chegou ao fim no dia 9 de outubro. 

Segundo o secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom), Marcos Rogério Inocêncio, a privatização dos Correios representaria o fim da empresa enquanto um serviço prestado à sociedade. “Usam o pretexto da crise para descarregar medidas na conta da população. Privatizar só vai piorar o serviço”, avalia. Ele indica que a venda da estatal já vem ocorrendo gradualmente por meio das agências franqueadas, cujos funcionários têm menos direitos trabalhistas em relação aos que atuam nas estatais. Hoje, no Paraná, são 412 agências próprias em risco – estas, inclusive, sem previsão de concurso público para reposição de profissionais. 

Preços vão subir. Outro problema que permeia a venda dos Correios é o encarecimento dos serviços e a piora no acesso às encomendas nas localidades mais distantes. “A privatização abre espaço para a livre concorrência, cujo foco é o lucro. Enquanto empresa pública, os Correios quase não têm retorno financeiro com a entrega de cartas, por exemplo, e detêm o monopólio sobre o serviço. No contexto de uma empresa privatizada, os preços vão subir”, assinala Inocêncio. 

Outras tentativas
Em janeiro deste ano, os Correios completaram 354 anos de atuação no serviço postal brasileiro. A privatização da empresa já havia sido proposta no governo de Fernando Henrique Cardoso, nos anos 90. “O correio de Portugal era público e foi privatizado. As consequências foram desastrosas para a população”, exemplifica o secretário geral do Sintcom.

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