Audiência pública vai discutir a importância dos Correios no atual cenário político
Cenário MT
18/09/2017
18/09/2017
Presente em 5.500 municípios brasileiros e
com uma receita anual de R$ 19 bi, o que corresponde a 0,33% do PIB, os Correios se
destacam como uma das principais empresas públicas do país. O número de
colaboradores se aproxima de 115 mil, um recorde diante do assustador quadro de
desemprego apontado pelo IBGE no primeiro trimestre deste ano: 14 milhões de
desempregados, 13,7% da força produtiva do país.
Mesmo sendo uma importante força da economia
nacional, os Correios correm o risco de passar às mãos da iniciativa privada. O
governo federal alega prejuízos nos últimos dois anos da ordem de R$ 4 bilhões
como argumento à necessidade privatização da empresa para evitar seu estrangulamento.
Porém, não deixa evidente que os “números vermelhos” são decorrentes da falta
de investimentos e que não representam mais de 10% do faturamento da
instituição. O que, segundo economistas, não justificariam a provável
desestatização.
Os Correios integram o Brasil através dos
serviços postais democratizando a comunicação. Também exercem importante papel
financeiro já que disponibilizam em suas agências os bancos postais, os únicos
postos bancários em muitos municípios do país. Mesmo assim, por todo país,
agências e postos de serviços estão sendo fechados. Em alguns estados, como
Mato Grosso, funcionários paralisaram suas atividades por alguns períodos este
ano cobrando infraestrutura predial, equipamentos e melhores condições de
trabalho.
Para discutir estas questões junto a
economistas, funcionários, poder público e sociedade civil, a Assembleia
Legislativa vai promover audiência pública nesta segunda-feira (18), às 19h. O
debate foi requerido pelo deputado estadual Valdir Barranco (PT). “O ilegítimo
presidente da república quer desmantelar a economia e entregar o país à
inciativa privada. Não podemos aceitar que empresas como Correios, Casa da
Moeda, Banco do Brasil, importantes para a soberania nacional, passem ao
controle privado. Isso é um absurdo. Precisamos nos posicionar e impedir estes
atropelos”, disse Barranco justificando a necessidade da audiência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário