TST determina que grevistas dos Correios devem manter efetivo de 80%
Terra
26/09/17
26/09/17
O Tribunal Superior do Trabalho (TST)
determinou que sindicatos filiados à Federação Nacional dos Trabalhadores em
Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) devem
garantir ao menos 80% dos trabalhadores da empresa estatal trabalhando
normalmente durante a greve decretada na última sexta-feira (22).
A decisão liminar (provisória) é do
vice-presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Emmanoel
Pereira, que atendeu a pedido dos Correios. Caso a categoria descumpra a
determinação, as entidades sindicais que declararam greve estarão sujeitas a
multas diárias de R$ 100 mil.
“A ECT é estatal da União que exerce
prestação de serviço público enquadrado no conceito de serviço indispensável, o
que exige a observância da necessidade de manutenção de contingente mínimo”,
afirmou o ministro, em sua decisão.
O dissídio coletivo – ação proposta à Justiça
do Trabalho para solucionar questões não resolvidas em negociação direta – foi
ajuizado pelos Correios. Segundo o ministro, atender ao pedido de liminar da
empresa não significa antecipar juízo de valor sobre a paralisação ser ou não
abusiva. Ele ressaltou que o desconto dos dias parados independe da abusividade
da greve. “Seja abusivo ou não, a adesão ao movimento enseja o desconto por
parte da empresa”.
A greve decretada na última sexta-feira não
envolve toda a categoria e, sim, os sindicatos filiados à Fentect. Os
funcionários dos Correios, representados por entidades sindicais filiadas à
Federação Interestadual dos Sindicatos dos trabalhadores e Trabalhadoras dos
Correios (Findect), farão assembleias amanhã (26), para decidir se aceitam as
propostas da empresa de acordo coletivo para o biênio 2017/18. Os Correios
propõem o reajuste de salário de 3% nos salários e benefícios a partir de
janeiro de 2018 e manutenção das demais cláusulas do Acordo Coletivo de
Trabalho 2016/2017.
A Findect é formada pelos servidores dos
estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Tocantins e Maranhão. Segundo a entidade,
os quatro estados respondem por 75% do fluxo postal do país e detém cerca de
40% do quadro de funcionários da empresa. Já a Fentect responde pelos demais
estados do Brasil, reunindo 60% do quadro de funcionários da estatal e
movimentando cerca de 25% do fluxo postal do país.
A Fentect disse que, dos 31 sindicatos
filiados, aderiram à greve os dos estados do Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas,
Bahia, Distrito Federal, São Paulo (Campinas, Ribeirão Preto, São José do Rio
Preto, Vale do Paraíba e Santos), Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso,
Mato Grosso do Sul, Minas Gerais (MG, Juiz de Fora e Uberaba), Pará, Paraíba,
Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul (RS e Santa
Maria), Rondônia, Sergipe e Santa Catarina, restando apenas Roraima confirmar a
adesão.
A empresa afirma que 90,59% do efetivo não
aderiu à paralisação — o equivalente a 98.350 trabalhadores distribuídos por
todo o país. Ainda assim, segundo a própria empresa, em algumas unidades a
determinação do TST não está sendo cumprida.
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