Com inovação em serviços e gestão, Correios buscam saldo positivo em 2017
Agência Brasil
27/05/2017
27/05/2017
Para reverter os prejuízos bilionários dos
últimos dois anos, os Correios querem buscar
alternativas aos serviços postais, que vêm sendo cada vez menos utilizados no
país. Segundo o presidente da empresa, Guilherme Campos, o objetivo é
rentabilizar e potencializar a rede de agências dos Correios, que estão
espalhadas por todo o país.
“Precisamos achar alternativas para a queda
da atividade postal. É algo que já foi feito nos grandes correios do mundo há
mais tempo”, disse Campos à Agência Brasil.
Em 2015, os Correios tiveram um prejuízo de
R$ 2,1 bilhões, e um resultado semelhante deve ser registrado no balanço de
2016. Mas, para este ano, a expectativa é que a empresa reverta o quadro e
consiga um resultado positivo para suas contas. “Estamos buscando, mas não está
fácil. A missão que eu recebi quando fui nomeado foi a de recuperar a empresa”,
diz o presidente.
A parceria com os governos será um dos focos,
principalmente o governo federal. A ideia é aproveitar o grande número de
agências espalhadas pelo país para prestar serviços. Uma possibilidade é a
entrega de documentos como passaportes, carteira de trabalho e título de
eleitor. A empresa já criou uma vice-presidência de Setor Público, para
estreitar o relacionamento com os clientes dos governos federal, estaduais e
municipais.
“É uma oportunidade para que os Correios se
tornem um grande balcão de atendimento do governo federal. Em todas as áreas
que o governo tem que estar presente com o cidadão, poderíamos estar
substituindo nas mais diversas formas”, explica o presidente.Campos também cita
ampliação do serviço de Correio Híbrido, que já é prestado pelos Correios, e
une o envio de documentos de forma digital com a entrega física de papeis. Em
abril, os Correios também iniciaram sua operação na área de telefonia móvel,
com a venda de chips e recargas de celulares em agências. A meta é alcançar
todos os estados até o fim deste ano.
Melhorias na gestão
Os Correios também estão mudando seu modelo
de estrutura organizacional, para reduzir custos e otimizar as atividades da
empresa. Nesta semana, foi anunciada uma reestruturação que inclui a extinção
das atuais quatro unidades de negócios da empresa: postal, de encomendas,
logística e de varejos. Elas serão transformadas em duas unidades: uma
comercial e uma operacional.
“Isso vai otimizar o serviço, trazer mais
sinergia entre as áreas e diminuir os custos, enxugando a estrutura”, diz
Campos. A nova estratégia e a nova estrutura fazem parte do programa de
transformação da estatal, chamado Dez em 1, que também estabeleceu medidas como
uma gestão de custos por meio da metodologia Orçamento Base Zero e a
priorização de processos-chave para aumentar a produtividade.
Demora para adotar medidas
Na avaliação de Campos, a demora dos Correios
para encontrar alternativas aos serviços postais comprometeu a situação da
empresa. “A demora na adoção de providências tem impacto na vida da empresa, de
todos aqueles que trabalham nos Correios. É algo necessário que não vinha sendo
praticado”, diz o presidente.
Campos também cita como um dos componentes
que impactam nas contas dos Correios os gastos com o plano de saúde, que em
2015 representaram R$ 1,6 bilhão. Mudanças na estrutura de pagamento do plano
estão sendo mediadas pela Justiça do Trabalho.
Atualmente, o plano de saúde da estatal
atende 400 mil beneficiários, sendo que 141,7 mil são titulares e 258,7 mil são
dependentes, incluindo filhos, cônjuges e pais dos funcionários. Em média a
empresa paga 93% das despesas e o empregado arca com 7%.
Em março, a empresa anunciou o fechamento de
250 unidades, em municípios com mais de 50 mil habitantes. Os Correios também
já promoveram duas etapas do Plano de Desligamento Incentivado, com a meta de
adesão de 8 mil funcionários.
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