Fechamento de agências dos Correios já atinge a Bahia
A Tarde
08/05/2017
08/05/2017
Das 47 agências que a Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos (Correios) mantinha em funcionamento na capital baiana antes de o
governo federal iniciar a extinção e a fusão de lojas da companhia estatal,
duas já foram fechadas nos bairros de Cajazeiras e Pau da Lima. Outra, em Base
Naval, tem previsão de fechamento para este mês.
De acordo com a assessoria de comunicação da
empresa na Bahia, as duas primeiras unidades serão reabertas. Não foi
informado, porém, quando isso acontecerá. Já o posto de Base Naval, afirmou o
órgão, será fechado definitivamente. No Brasil, 103 já foram fechadas.
No interior da Bahia, ainda segundo os
Correios, apenas uma agência, localizada no Shopping Conquista Sul, no
município de Vitória da Conquista, foi fechada.
Em nota, a estatal informou que, atualmente,
506 postos da empresa estão em funcionamento no estado – antes eram 507. O
cálculo da companhia não subtrai, no entanto, os postos encerrados
temporariamente em Cajazeiras e Pau da Lima.
A previsão, de acordo com o comunicado, é que
250 unidades "passem pela otimização nas cinco regiões do Brasil".
Porém, segundo o órgão, não há expectativa de encerramento de outras agências
na Bahia.
"Na verdade, a fusão de agências tem
como objetivo tornar a rede de atendimento mais eficiente e melhorar a
prestação de serviço à população", informou os Correios. Segundo a
empresa, "nenhum município ficará sem atendimento".
"Trata-se, exclusivamente, de uma
reorganização da distribuição das unidades, evitando-se a sobreposição de
atividades e de custos", explicou a estatal.
Demissões
Para a vice-presidente do Sindicato dos
Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos do Estado da Bahia
(Sincotelba), Shirlene Pereira, o encerramento de agências da empresa no Brasil
faz parte da intenção da companhia em demitir, segundo ela, 25 mil servidores.
Este número, de acordo com a sindicalista,
representa 30% do efetivo dos Correios no país. Na Bahia, segundo estimativa
feita pelo Sincotelba, a empresa funciona com um déficit de 2.100 carteiros.
Isso significa que o efetivo atual teria que ser duplicado para suprir a
demanda, já que, segundo a entidade, a categoria conta, atualmente, com dois
mil trabalhadores.
"A gente nunca vai aceitar negociar
demissão de trabalhador concursado, porque é um direito nosso. A Constituição
Federal diz que só podemos ser demitidos por justa causa e após um processo
administrativo", defende a vice-presidente.
Greve
Shirlene lidera a greve da categoria no
estado, que entra hoje no 12º dia. Segundo ela, 70% dos servidores dos Correios
na Bahia aderiram ao movimento paredista até a última sexta-feira.
Comandada pela Federação Nacional dos
Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), a
paralisação foi apoiada por 33 dos 36 sindicatos da categoria.
Eles são contra o plano de fechamento das
unidades da companhia e criticam uma possível privatização da empresa. Além
disso, reivindicam melhores condições de trabalho.
"Desde o ano passado já foram fechadas
agências no sul da Bahia, em municípios como Itabuna, Ilhéus, Mucuri, Nova
Viçosa e outros. Em algumas dessas cidades, a agência dos Correios é o único
lugar para sacar dinheiro. Nós não vamos aceitar perda de direitos",
defende Shirlene Pereira.
Outro lado
Na lista dos fechamentos ocorridos em anos
anteriores estão, ainda, as agências de Plataforma, encerrada em 2015, do
Tribunal de Justiça da Bahia, fechada em 2014, e dos Tribunais Especiais da
avenida Paralela, extinta em 2013. A informação foi confirmada pela diretoria
dos Correios na Bahia.
A empresa estatal nega, entretanto, que as
agências do CAB e de Periperi tenham sido fechadas, conforme relatou à
reportagem de A TARDE a vice-presidente do Sincotelba.
Sobre a falta de trabalhadores para atuar no
estado, o órgão afirmou que "o efetivo dos Correios é dimensionado com
base em metodologia específica e, nos casos pontuais onde é identificada alguma
necessidade, a empresa adota medidas alternativas, como realocação de
empregados". De acordo com a nota da companhia, não haverá demissão de
funcionários.
Segundo o texto, "foram adotadas medidas
contingenciais, como o plano de desligamento incentivado, de adesão voluntária
dos empregados, visando reduzir gastos, racionalizando despesas de pessoal, que
são de 65% do total".
Nenhum comentário:
Postar um comentário