Acordo coletivo não é assinado, e trabalhadores dos Correios podem entrar em greve
Bem Paraná
22/08/2018
22/08/2018
O encontro entre a direção dos Correios e
as federações dos trabalhadores para assinar o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT
2018/2019) foi frustrado. As partes se encontraram na terça (21), no Tribunal
Superior do Trabalho (TST), em Brasília, a pedido do ministro vice-presidente,
o Ministro Renato de Lacerda Paiva. Após a decisão em assembleias pela
manutenção do atual texto do acordo trabalhista, a expectativa era que o acordo
fosse oficializado, o que não aconteceu devido a uma manobra da Empresa, acusa
a federação dos trabalhadores nos Correios.
A proposta do magistrado para evitar a
deflagração da greve na semana passada, confirmada pela Empresa, era de
reposição do índice cheio do INPC, de 3,61%, mais a reedição do Acordo. A mesma
proposta incluía os outros itens da cláusula sobre o Plano, exceto das que
tratam do custeio do Postal Saúde. O assunto está tramitação no Tribunal, onde
correm embargos impetrados pela Fentect para barrar a cobrança de mensalidade
do plano. O acordo aprovado deixa a cláusula em aberto para que a definição
sobre o plano viesse após a sentença aos embargos.
"Essa proposta foi amplamente divulgada
pelo presidente dos Correios, Carlos Fortner, pedindo que fosse aceita. Foi
aprovada pelos trabalhadores ecetistas de todo o país, durante as assembleias
do dia 14 de agosto. Na assinatura do acordo e contrariando tudo que foi dito
até então, a direção dos Correios tentou sabotar o ponto de maior impacto na
categoria", diz nota da federação.
Os dirigentes sindicais consideraram
inaceitável assinar o Acordo nesses termos. O ministro marcou nova reunião para
a próxima quarta, 29 de agosto, e comprometeu-se a tentar falar diretamente com
o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab.
A orientação das duas Federações que
representam os funcionários dos Correios, é que os trabalhadores, que continuam
em Estado de Greve, mantenham-se mobilizados e alertas. “Caso a ECT insista em
não cumprir com o que já havia se comprometido, a greve nacional será
deflagrada. Aproveitaremos as atenções sobre a nossa categoria para trazermos à
luz da opinião pública, aquilo que temos denunciado constantemente, mas que
grande parte da imprensa tem omitido: todos os desmandos, esquemas e desmonte
dos Correios, praticados por esses políticos golpistas que tentar implodir a
maior e mais antiga estatal do país, para consolidar mais um crime
lesa-pátria”, afirmou secretário geral do SINTCOM-PR, Marcos Rogério
Inocêncio.
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