ADCAP PARTICIPA
DE AUDIÊNCIA PÚBLICA
NO SENADO
FEDERAL SOBRE O POSTALIS
Realizou-se ontem, dia 06/08/2018, uma Audiência Pública na Comissão de Direitos Humanos e Participação Legislativas (CDH) do Senado Federal para discutir a situação do Postalis. Participaram representantes das Federações e Associações de empregados e aposentados, o Interventor do Postalis, Sr. Walter Parente, e o Diretor afastado do Postalis, Luiz Alberto Menezes Barreto. A ADCAP se fez representar pelo seu Secretário-Geral e Vice-Presidente em exercício, Maurício Fortes Garcia Lorenzo.
A
explanação do representante da ADCAP concentrou-se na análise da situação dos
planos de benefícios administrados pelo Postalis, em especial do Plano BD
Saldado, destacando os principais riscos, os principais problemas e as
possíveis soluções.
No
que concerne aos principais riscos, Mauricio Lorenzo apontou que, sem adoção de
medidas urgentes, o plano BD Saldado ficará insolvente e poderá ter decretada a
sua liquidação, em virtude da drástica redução dos recursos garantidores, que
apresentaram redução de 45,8%, aumentando ainda mais o grave desequilíbrio
técnico do plano.
O
representante da ADCAP também alertou que, de acordo com o art. 21 da Lei
Complementar 109/2001, o resultado deficitário do plano BD deverá ser
equacionado, seguindo as orientações contidas na Resolução CGPC 026/2008, o que
imporá a participantes e assistidos um percentual de contribuição
extraordinária insustentável para o orçamento doméstico dos trabalhadores e
aposentados.
Segundo
Mauricio Lorenzo, a alternativa em desenvolvimento pelo Postalis, de criação de
um plano CD Puro para migração dos participantes e assistidos do Plano BD
Saldado, embora possa representar um alívio mais imediato do impacto das
contribuições extraordinárias, implicará uma renúncia brutal de direitos.
Ocorre
que um plano CD Puro tem como características a inexistência de benefícios de
risco, sendo os pagamentos de aposentadorias vinculados ao saldo da conta e/ou
por prazo determinado: não existe benefício vitalício, nem aposentadoria por
invalidez ou pensão por morte.
Assim,
em caso de perda de rentabilidade dos investimentos do plano, os prejuízos
serão realizados no valor das cotas, sem nenhuma responsabilidade para a
patrocinadora. Ou seja: todo o risco será dos participantes e assistidos.
Por
fim, o representante da ADCAP ressaltou que, em virtude dos graves problemas do
Plano BD Saldado, medidas urgentes necessitam ser tomadas para proteger
participantes e assistidos, mas a Interventor continua conjugando os verbos no
futuro, indicando que o que precisa ser feito ainda está por fazer.
Com
efeito, não houve nenhuma recuperação de ativos, nenhuma nova ação de cobrança
e nenhum avanço em relação ao pagamento da RTSA, apesar de transcorridos 10
(dez) meses da intervenção.
Como
possíveis encaminhamentos para a Comissão, o representante da ADCAP indicou:
- Intermediação do Senado Federal, de forma que
representantes dos trabalhadores e aposentados possam obter junto ao
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão uma solução para o retorno
do pagamento da RTSA pela ECT;
- Criação de uma força tarefa do legislativo e executivo
com a finalidade de discutir uma estratégia de cobrança do BNY Mellon,
inclusive com a negociação com os órgãos competentes do governo americano
e a instituição de uma comissão de senadores e entidades representativas
para acompanhamento das medidas no Brasil e nos Estados Unidos.
As
sugestões da ADCAP foram incorporadas aos encaminhamentos que serão deliberados
pela Comissão.
Clique AQUI e assista a participação de Maurício Lorenzo - Vice-Presidente da ADCAP na audiência.
Direção Nacional da ADCAP.
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