Greve nos Correios é suspensa após proposta de acordo do TST
Rede Brasil Atual
08/08/2018
08/08/2018
Os trabalhadores dos Correios decidiram
em assembleias realizadas na noite de ontem (7) pela suspensão da greve, depois
que o Tribunal Superior do Trabalho (TST) apresentou uma proposta de acordo que
os sindicalistas consideraram positiva. “Diante dos ataques da Empresa
Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) ao acordo de trabalho, a proposta
sinaliza um avanço, preservando as conquistas históricas”, afirma em nota a
Fentect, federação nacional da categoria.
Mas os sindicatos ligados à Fentect
mantiveram o "estado de greve", com novas assembleias programadas
para o dia 14. A ideia é marcar, até lá, uma reunião com o vice-presidente do
TST, ministro Renato de Lacerda Paiva, que tenta costurar o acordo. “O tribunal
precisa ouvir os trabalhadores, por isso lançamos um informe para dialogar com
a Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores dos Correios
(Findect, outra federação) na busca de unidade”, ressaltou o secretário-geral
da Fentect, José Rivaldo da Silva.
“Não quero dizer que o ministro vai mudar a
situação, mas precisa ouvir e saber como é nossa realidade”, completou Rivaldo.
A categoria se queixa de problemas relacionados com o sucateamento da estatal,
que consideram proposital como parte de um plano do governo Michel Temer (MDB)
de privatizar a empresa. Mesmo a proposta de acordo do TST leva em conta
condições difíceis em que se encontram os trabalhadores dos Correios,
especialmente em decorrência de cortes recentes.
O principal corte foi no custeio do plano de
saúde. Desde o início do ano, a direção da ECT tenta alterar a cobrança do
plano, que os trabalhadores consideram uma conquista histórica. Custeado em 95%
pela empresa, a direção quer que os funcionários arquem com 50%, além de não
poder incluir pais e mães. “Entendo que os trabalhadores ecetistas se encontram
razoavelmente fragilizados, em função do recente ônus decorrente do custeio do
plano de saúde”, afirmou o ministro do TST no texto da proposta.
Para evitar cortes e precarização, os
trabalhadores trazem uma reivindicação central: a manutenção do acordo
coletivo. A proposta do TST contempla a exigência e ainda garante outro ponto
importante, a reposição salarial da inflação do período medida pelo Índice
Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). O IBGE informou hoje que o INPC
acumulado em 12 meses, até julho (véspera da data-base, é de 3,61%). Em duas
rodadas anteriores de negociações, a direção da empresa, propunha a quebra do
acordo coletivo, além de reajustes abaixo da inflação.
Em nota, a direção da ECT atesta que todas as
unidades funcionam com normalidade e que possui um plano de contingência em
caso de greve próxima. A empresa também se pronunciou sobre a proposta do
tribunal. "Os Correios já se manifestaram favoráveis à proposta do TST
(...) O tribunal condicionou a proposta à não realização de greve por parte dos
trabalhadores. Além disso, solicitou, que a proposta fosse levada às
assembleias e que uma resposta fosse dada pelas federações."
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